Sharon e Simon permaneceram imóveis por um momento. Então, a enfermeira se viu obrigada a perguntar: — Vocês têm a intenção de prosseguir com a cirurgia? Caso contrário, preciso deixar a próxima pessoa entrar. — — Sim, irei prosseguir. — Sharon respondeu prontamente. Simon encarou a enfermeira com frieza e advertiu: — Não se atreva. — A enfermeira estava perdendo a paciência. Diante da expressão gélida de Simon e da aura que denotava seriedade e importância, ela sugeriu: — Que tal vocês dois voltarem e discutirem essa questão? Vocês podem retornar depois de tomar uma decisão. Não queremos atrasar as pessoas que estão esperando, certo? — Riley também aconselhou Sharon em voz baixa: — Talvez seja melhor você pensar mais sobre isso. Afinal, é a vida de uma criança está em jogo. — Simon olhou para Sharon e propôs: — Se você está preocupada, irei com você ao médico. Se, ao final, ele confirmar que a criança pode não nascer saudável, respeitarei sua decisão. O que acha? —
— Se você não está zangada, por que estava me evitando? — Simon tentava entender os pensamentos de Sharon. Vendo o magnata a pressionando por uma resposta, ela continuou a evitar o contato visual. ‘Simon é muito observador... Ele sabe que estou de mau humor, então por que simplesmente não para de me importunar? O que ele espera que eu diga? Que estava agindo assim para ver se ele tinha se acostumado a não me ter por perto ou se iria me procurar?’ — Eu estava trabalhando. Além disso, te fiz companhia por vários dias... Não posso simplesmente deixar todo o meu trabalho de lado, não é? — Ela sabia que aquela desculpa não era convincente. Ela própria não acreditaria nela, então como ele poderia? — Você não disse que sou mais importante que o seu trabalho? — A pergunta de Simon interrompeu suas próximas palavras. — Eu... — Então, Sharon de repente pensou em algo e, erguendo as sobrancelhas, lançou a ele um olhar de esguelha — Qual é o problema? Sentiu minha falta? — — Eu só estava
— Fern sofreu um acidente... Eu gostaria de saber como ela está. — Sharon não pôde deixar de se preocupar quando soube que Fern havia caído de um cavalo. — Você quer matar nosso filho de fome? — Simon ergueu as sobrancelhas levemente. Foi ela quem disse que estava com fome. Sharon tossiu suavemente e disse: — Vou procurar entender a situação primeiro. Comerei mais tarde. O bebê não vai morrer de fome. — Simon já sabia que não havia como impedi-la, pois, sua atenção se voltou para o acidente de Fern. Naquele instante, apenas Eugene e a assistente de Fern estavam na frente da porta da sala de emergência. — Irmão, o que aconteceu? Não foram tomadas precauções durante a cena de cavalgada? Como ela caiu do cavalo? — Sharon perguntou, olhando para a luz acima da sala de emergência, desejando obter mais informações sobre a situação. Eugene se sentou no banco, com uma mão pressionando a testa, visivelmente preocupado. Talvez o ferimento de Fern fosse sério e ele não estivesse dis
Eugene ficou atordoado e sua mente ficou vazia. Ele umedeceu os lábios após um breve momento e questionou:— Ela ainda conseguirá andar normalmente? — — Ela não deverá enfrentar dificuldades para se recuperar e retomar a vida normal, mas pode não conseguir ficar de pé por um período considerável. Qualquer tentativa resultará em uma dor intensa na coluna. Portanto, é essencial que você fique de olho nela. — Fern foi levada por uma enfermeira enquanto o médico fazia essa afirmação. Eugene a observou e percebeu que ela ainda parecia dopada. Suas sobrancelhas estavam franzidas. ‘Ela ainda sente dor mesmo estando inconsciente?’ Seu coração se apertou intensamente. Se ele soubesse que algo assim aconteceria, ele jamais teria permitido que ela fosse para as filmagens, não importando o quanto ela discutisse ou o odiasse por isso. Fern foi encaminhada para o centro de terapia intensiva. Somente após passar completamente pela fase crítica, ela poderia ser transferida para um quarto comum.
Sharon conseguia compreender os sentimentos de Eugene. Ninguém estaria de bom humor se a pessoa que amasse estivesse na CTI após sofrer ferimentos graves. Por isso, ela colocou o almoço ao lado dele e disse: — Deixarei a refeição aqui. Não importa o que aconteça, você precisa comer. Caso contrário, quem cuidará de Fern quando ela acordar? — Eugene manteve a cabeça baixa, sem dizer uma palavra. Sharon repetiu: — Acho que você não terá tempo para cuidar de Rue agora. Vou levá-la para minha casa para brincar com Sebastian, por alguns dias. O que acha disso? — Eugene estava preocupado com a filha ficar sozinha em casa. Embora houvesse uma babá lá, ele costumava voltar para casa todos os dias e fazer companhia a ela. No entanto, seu coração estava totalmente voltado para Fern e ele não teria tempo nem condições de cuidar da filha. Seria uma boa ideia que Rue ficasse na casa de Sharon por alguns dias. — Não quero ser um incômodo. — Disse ele, com a voz áspera e seca. — Por que
Sharon ficou sem fôlego e não compreendeu o que Simon sugeria. — Como assim? O que estou admitindo? — Ela o questionou com um olhar furioso enquanto ele a beijava de surpresa novamente. — Você não está feliz por eu ter ido morar na mansão Zachary porque não queria ficar longe de mim, não é? — Ele perguntou, com um sorriso. Sharon encontrou seu olhar por alguns instantes e admitiu o que ele havia dito. — Sim, estou triste, mas mesmo assim fui te fazer companhia todos os dias. Queria que você me dissesse que voltaria para cá, mas você... — Ela deixou escapar. No entanto, ele parecia indiferente a ela. ‘Se eu não tivesse ido ver ele, ele nem teria se preocupado em me procurar... Colocou foi uns capangas pra me vigiar...’ — Agora você deve entender o quanto é difícil viver sem mim ao lado, não é? Olha Shar... — O magnata segurou suavemente o queixo dela e continuou — Sempre podemos encontrar uma solução para os nossos problemas, mas sempre em comum acordo. Nunca mais me empurre
Sharon já imaginava que Penélope apareceria e criaria um alvoroço. Afinal, Simon tinha passado alguns dias vivendo na mansão Zachary, como ela sempre quis, e agora voltava atrás em sua decisão. Como Penélope poderia estar disposta a deixá-lo partir tão facilmente? No entanto, optou por manter o silêncio, reconhecendo que a questão era entre Simon e a irmã. — Irmã, você veio cedo. Já tomou café da manhã? Que tal nos sentarmos juntos para comer alguma coisa, antes de conversarmos? — Sugeriu Simon, de maneira pausada e tranquila. A atitude dele perturbou Penélope, que explodiu, com raiva: — Eu vim aqui para saber o motivo de você ter abandonado a mansão de sua família, mais uma vez! Não vim fazer uma visitinha social... — — Eu não abandonei lugar nenhum. Você está exagerando... — Simon respondeu com indiferença. Confusa, Penélope franziu a testa e perguntou: — O quê!? — — A mansão Zachary é minha casa, assim como esta também é. Para ser mais preciso, esta é a casa onde moro
— Irmã, já basta! Se você for culpar Shar por tudo, então, por favor, saia! Essa criança não é apenas dela. A criança também é minha! — Simon estava exausto com a maneira como Penélope repreendia Sharon. — Concordo totalmente. Tia, você não acha que está sendo intrometida demais? Você está sendo realmente desagradável. É melhor ir embora. Não estrague o bom humor da minha mãe! — Disse Sebastian. Ele havia perdido a paciência há muito tempo. ‘Por que tia Penélope é tão barulhenta?’ Penélope olhou para os três, e a raiva continuou a crescer dentro dela. — Está bem, isso é problema da sua família. Se vocês tiverem um filho com problemas de saúde, são vocês que devem se preocupar, não eu! — A garganta de Penélope já estava seca de tanto falar, e ela não queria dizer mais nada. — Se quiser, pode deixar a mansão Zachary. Não posso controlar o que você faz. — Disse Penélope ao sair, com uma expressão sombria no rosto. Entretanto, aquela breve visita foi o suficiente para roubar a pa