Sharon conseguia compreender os sentimentos de Eugene. Ninguém estaria de bom humor se a pessoa que amasse estivesse na CTI após sofrer ferimentos graves. Por isso, ela colocou o almoço ao lado dele e disse: — Deixarei a refeição aqui. Não importa o que aconteça, você precisa comer. Caso contrário, quem cuidará de Fern quando ela acordar? — Eugene manteve a cabeça baixa, sem dizer uma palavra. Sharon repetiu: — Acho que você não terá tempo para cuidar de Rue agora. Vou levá-la para minha casa para brincar com Sebastian, por alguns dias. O que acha disso? — Eugene estava preocupado com a filha ficar sozinha em casa. Embora houvesse uma babá lá, ele costumava voltar para casa todos os dias e fazer companhia a ela. No entanto, seu coração estava totalmente voltado para Fern e ele não teria tempo nem condições de cuidar da filha. Seria uma boa ideia que Rue ficasse na casa de Sharon por alguns dias. — Não quero ser um incômodo. — Disse ele, com a voz áspera e seca. — Por que
Sharon ficou sem fôlego e não compreendeu o que Simon sugeria. — Como assim? O que estou admitindo? — Ela o questionou com um olhar furioso enquanto ele a beijava de surpresa novamente. — Você não está feliz por eu ter ido morar na mansão Zachary porque não queria ficar longe de mim, não é? — Ele perguntou, com um sorriso. Sharon encontrou seu olhar por alguns instantes e admitiu o que ele havia dito. — Sim, estou triste, mas mesmo assim fui te fazer companhia todos os dias. Queria que você me dissesse que voltaria para cá, mas você... — Ela deixou escapar. No entanto, ele parecia indiferente a ela. ‘Se eu não tivesse ido ver ele, ele nem teria se preocupado em me procurar... Colocou foi uns capangas pra me vigiar...’ — Agora você deve entender o quanto é difícil viver sem mim ao lado, não é? Olha Shar... — O magnata segurou suavemente o queixo dela e continuou — Sempre podemos encontrar uma solução para os nossos problemas, mas sempre em comum acordo. Nunca mais me empurre
Sharon já imaginava que Penélope apareceria e criaria um alvoroço. Afinal, Simon tinha passado alguns dias vivendo na mansão Zachary, como ela sempre quis, e agora voltava atrás em sua decisão. Como Penélope poderia estar disposta a deixá-lo partir tão facilmente? No entanto, optou por manter o silêncio, reconhecendo que a questão era entre Simon e a irmã. — Irmã, você veio cedo. Já tomou café da manhã? Que tal nos sentarmos juntos para comer alguma coisa, antes de conversarmos? — Sugeriu Simon, de maneira pausada e tranquila. A atitude dele perturbou Penélope, que explodiu, com raiva: — Eu vim aqui para saber o motivo de você ter abandonado a mansão de sua família, mais uma vez! Não vim fazer uma visitinha social... — — Eu não abandonei lugar nenhum. Você está exagerando... — Simon respondeu com indiferença. Confusa, Penélope franziu a testa e perguntou: — O quê!? — — A mansão Zachary é minha casa, assim como esta também é. Para ser mais preciso, esta é a casa onde moro
— Irmã, já basta! Se você for culpar Shar por tudo, então, por favor, saia! Essa criança não é apenas dela. A criança também é minha! — Simon estava exausto com a maneira como Penélope repreendia Sharon. — Concordo totalmente. Tia, você não acha que está sendo intrometida demais? Você está sendo realmente desagradável. É melhor ir embora. Não estrague o bom humor da minha mãe! — Disse Sebastian. Ele havia perdido a paciência há muito tempo. ‘Por que tia Penélope é tão barulhenta?’ Penélope olhou para os três, e a raiva continuou a crescer dentro dela. — Está bem, isso é problema da sua família. Se vocês tiverem um filho com problemas de saúde, são vocês que devem se preocupar, não eu! — A garganta de Penélope já estava seca de tanto falar, e ela não queria dizer mais nada. — Se quiser, pode deixar a mansão Zachary. Não posso controlar o que você faz. — Disse Penélope ao sair, com uma expressão sombria no rosto. Entretanto, aquela breve visita foi o suficiente para roubar a pa
Sharon percebeu que Rue estava um tanto desconfiada. Se Eugene estivesse mesmo em uma viagem a negócios, não seria necessário levá-la para lá. Então, delicadamente, ela puxou Rue para perto e acariciou os cabelos suaves da garota, ao mesmo tempo em que explicava: — Seu pai fará uma longa viagem de negócios desta vez. Ele apenas estava preocupado que a babá não pudesse cuidar de você adequadamente, então pediu que ficasse conosco. Sebastian está aqui para lhe fazer companhia tá? E fique à vontade para me chamar sempre que quiser conversar ou compartilhar algo, certo? Você está em casa. — — Está bem. — Rue se sentiu menos preocupada após ouvir as palavras de Sharon. — E sua mãe... está ocupada filmando, então provavelmente... — Quando Sharon mencionou Fern, percebeu uma hesitação no olhar da pequena, que rapidamente a interrompeu, docemente: — Eu sei. Meu pai me disse que ela está filmando nas montanhas, onde não há sinal de telefone. Portanto, não posso fazer videochamadas par
Fern continuou com o olhar fixo em Eugene, em silêncio. Posteriormente, Eugene tentou conter as emoções que cresceram dentro dele, mas, dominado por sentimentos ainda mais confusos, disse: — Você não está se sentindo bem? Vou chamar o médico! — O médico chegou prontamente e, após examiná-la, declarou: — Como a senhorita Thompson está acordada, significa que ela superou o estágio crítico. No entanto, seus ferimentos são graves. Será necessário observação por mais alguns dias antes de transferi-la para uma enfermaria comum. — — Então, agora ela está estável? — Começou Eugene. — Sim. Mas, deixe-a descansar um pouco e dê água para ela. Se ela desejar comer algo mais tarde, alimente-a com cuidado, evitando tocar em suas feridas. Está bem? — Instruiu o médico. Fern permaneceu em silêncio, absorvendo as informações sobre a gravidade dos ferimentos em seu corpo. Após a saída do médico, ela tentou falar, mas a voz estava áspera.Eugene a ouviu e imediatamente disse: — Beba um pou
Ao contrário do pedido de Fern, Eugene optou por permanecer no hospital a ir embora. Em vez disso, deu ordens para que seus homens trouxessem uma nova muda de roupa. Em seguida, foi ao banheiro da enfermaria para tomar um banho e se trocar. Como sempre deu importância à sua aparência, Eugene fez questão de se barbear, recuperando o visual elegante habitual. Contudo, os olhos vermelhos ainda denunciavam a privação de sono, indicando que ele não descansara o suficiente. Apesar disso, seus pensamentos estavam totalmente voltados para Fern, tornando impossível para ele deixar o local. Fern compreendia bem a natureza de Eugene. Ela não o pressionaria a descansar se ele não quisesse fazê-lo. Além disso, ela mesma estava exausta depois de apenas pronunciar algumas palavras. Eugene então providenciou que preparassem uma refeição nutritiva para ela. — Coma um pouco, certo? — Ele sugeriu. Sua atitude foi tão amável que Fern achou difícil recusar. Em resposta, ela encontrou seus olhos por
Fern sorriu, e seus olhos revelaram ternura enquanto ela aguardava que ele a alimentasse. Após saborear a sopa, ela exclamou, surpresa: — Incrível, o sabor desta sopa é maravilhoso. Você quem fez!? — — Na verdade, pedi à cozinheira de casa que a preparasse para você... — Eugene respondeu sinceramente. — A cozinheira da sua casa? Então, sua família sabe que... — ‘Eles sabem da minha existência?’ — Não se preocupe. Sem a minha aprovação, ela não ousaria mencionar nada. — Ele não queria que a família interferisse no relacionamento deles. Fern suspirou aliviada. — Isso é reconfortante. — Eugene ergueu uma sobrancelha. — O que foi? Você se sente pressionada por ser minha namorada? — — Um pouco. — — Tenha mais confiança em si mesma, boba. — Disse ele, acariciando o nariz delicado dela com carinho. Seu tom de voz exalava amor e adoração. Fern considerou aquele o melhor dia de todos. Eugene era tão gentil ao alimentá-la que ela pensou em se casar com ele e se tornar sua e