No dia seguinte, troquei de hospital para fazer novos exames. Quando mais uma vez foi confirmado que a gravidez havia sido interrompida, desmoronei por completo. Mas algo ainda mais devastador aconteceu: de repente, a atenção da internet, que antes estava voltada para Gisele, começou a se concentrar em mim. Alguém incitou os fãs de Kevin, alegando que apenas a esposa legítima se preocuparia com as mulheres ao redor de Bruno, e que, do ponto de vista de Gisele, Maia nem sequer a afetaria. Claramente, havia alguém que não queria me deixar em paz. Os fãs de Kevin, já incomodados com a diminuição da minha popularidade, encontraram um novo alvo para descarregar suas frustrações. Elas nem precisaram de muita ajuda para criar uma narrativa aparentemente plausível. Nunca imaginei que, por causa de uma simples disputa judicial, eu acabaria travando uma longa batalha na internet. Minha mente estava uma confusão. Desde o início, eu desconfiava que havia alguém manipulando tudo nos b
— Ana, isso não tem graça. — Bruno ficou atônito, com um tom extremamente sério.Talvez o que aconteceu com Maia já tivesse o feito desistir da ideia de ter um filho. Ele até me disse que, para ele, não ter filhos também era uma opção.Agora, de repente, apareci dizendo que estava grávida. Qualquer um ficaria abalado com esse choque.Mas eu queria mesmo o abalar.Há tempos eu tinha decidido que precisava dar um fim à nossa situação, mas por causa do que tivemos no passado, nunca tive coragem de fazer nada contra Gisele. Com o tempo, a oportunidade de agir se perdeu.Por mais que eu planejasse tudo com cuidado, não havia como impedir Bruno de protegê-la. No final, eu sempre acabava dominada pelos dois irmãos.Agora, era a minha vez.— Acredite se quiser. Se não, crio essa criança sozinha. — Eu não disse mais nada, desligando o celular com tranquilidade.Eu já tinha preparado o laudo da minha primeira consulta, confirmando a gravidez. Caminhei até a janela e, em silêncio, fiquei esperand
Meu coração doía imensamente. Meu filho estava prestes a partir, mas Bruno parecia tão alegre. Embora eu o tivesse enganado, ele também tinha culpa! A tristeza tomou conta de mim em um instante, e eu não conseguia aceitar qualquer tipo de intimidade com ele naquele momento. Mas era como se minhas forças tivessem sido sugadas; eu sequer conseguia ficar em pé. Todo o peso do meu corpo recaiu sobre ele, e Bruno achou que eu estava me entregando, que eu também estava comovida. — Bruno. — Recusei. — Não me toque, estou muito cansada. Ele levantou o olhar para mim, seus olhos cheios de desejo. — Eu sei, só vou te beijar, não vou fazer nada. — Ele sorriu, um pouco tolo. — Por mais que eu queira, não vou te tocar agora. Só é uma pena para mim, terei que esperar dez meses. Dei um sorriso fraco, sem lhe responder. Bruno me levou para a cama, e, com um único movimento, puxou minha roupa leve, rasgando-a. Ele disse seriamente: — Vou te ajudar a tomar banho, depois dormimos. Est
Quando finalmente terminamos de lidar com os jornalistas, Bruno me levou para os bastidores. Gisele nos viu entrando de braços dados e ficou extremamente surpresa. Seu rostinho delicado quase transbordava de espanto, com os olhos arregalados.Ela elevou a voz em um tom quase estridente:— Irmão! Como a Ana veio parar aqui?!A reação de Gisele era um tanto cômica. Aquela que ontem se vangloriava para mim agora parecia desanimada. Eu ergui levemente o queixo e, com um tom sereno, expliquei:— Esta situação também me afeta, e depois de conversar com o seu irmão, decidimos que seria uma boa oportunidade para eu esclarecer algumas coisas também. Inclusive, posso aproveitar para falar sobre o processo que movi para Ursula e o marido dela.— Desculpe, Gisele, foi uma decisão de última hora. — Sorri gentilmente para ela. — Gisele, você não vai se importar, certo? Mas não se preocupe, o foco hoje será todo em você. Nada disso vai te atrapalhar.Gisele deu uma pisada forte no chão e, balançan
Os lábios de Gisele tremiam, e seus punhos, já fechados, se apertaram ainda mais. Eu não tinha a menor dúvida de que, se não houvesse ninguém mais por perto, o soco dela já teria acertado meu corpo.Gisele ficou sozinha atrás de mim por um longo tempo, em silêncio. Eu não sabia o que ela estava pensando, mas dava para ver pelo seu estado que, finalmente, tinha se acalmado. Ela se sentou diante da penteadeira ao meu lado, e nossos olhares se encontraram no espelho. Seus olhos distorcidos pareciam afiados como uma faca, prestes a rasgar a máscara que ela normalmente usava.— Ana, embora eu vá para o exterior, não vai demorar muito para voltar. Você acha que papai vai aguentar muito mais tempo? No fim, quem vai mandar nessa casa será meu irmão, e ele vai me trazer de volta. Nós duas ainda teremos muitos dias juntas, só de pensar nisso, já fico feliz! — Ela apoiou o rosto em uma das mãos, virando-se para mim com um sorriso no canto dos lábios, voltando a exibir sua habitual inocência. Su
— Ana Oliveira!Os olhos de Gisele brilhavam com uma fúria avassaladora, como se quisesse me reduzir a cinzas em um único instante. Ela estava completamente furiosa.— Você acha que só porque está grávida, isso vai te proteger? — Gisele estava tão irritada que praticamente pulava de raiva, mas sem ter o que fazer, só podia apertar os punhos e me lançar um olhar de ódio. — Não! Esse filho não pode ser do meu irmão! Você não pode ter filhos! Não é possível...— Gisele! — Interrompi-a, com o coração partido refletido no meu rosto. — Eu te considerei como uma irmã, como pode amaldiçoar o meu filho dessa forma?Meu coração batia descontroladamente, como se fosse saltar pela boca a qualquer momento. A porta já estava sendo lentamente aberta, e com o gesto dos funcionários, fomos indicadas a subir ao palco.Pensar no que estava prestes a acontecer me deixava incapaz de manter a calma, e eu mal conseguia conter as lágrimas que ameaçavam cair. Hebe, meu Hebe, será que você vai me culpar?Com
Gisele, completamente desesperada, balançava a cabeça com força, suas mãos agitadas na frente do peito.— Não, não fui eu! Foi ela, ela caiu sozinha!Eu soluçava descontroladamente.— Como eu poderia machucar meu próprio filho? É o meu filho!Meu corpo tremia de tanto chorar, e Bruno segurou meu rosto com as mãos, e seus lábios frios tocaram minha testa em um gesto reconfortante.— Ana, vamos ao hospital primeiro, conversamos sobre o resto mais tarde.— Não! — Eu me debati em seus braços. — Eu preciso falar!Os jornalistas no auditório permaneciam em silêncio absoluto, suas câmeras e microfones capturando cada detalhe, cada palavra. Tudo o que Gisele e eu dissemos naquele momento estava sendo registrado, tornando-se uma prova inegável da sua maldade contra mim, sua cunhada. E assim, a história sobre Maia também não precisaria mais ser esclarecida. A verdade estava vindo à tona.Mas seria isso suficiente?— Gisele, você já armou contra mim antes, contratando um mendigo para me prejud
Os olhos de Bruno pareciam conter muitas palavras. — Vamos primeiro ao hospital. Prometo que vou te dar uma resposta satisfatória! Meus olhos já estavam turvos, mas era como se, pela primeira vez, eu tivesse entendido algo no olhar de Bruno. Eu acreditava nele. Desta vez, ele realmente iria me dar uma resposta satisfatória. Olhei para Bruno e sorri. Respondi suavemente com um "sim", o suficiente para partir meu coração. Senti-me um pouco confusa enquanto ele me carregava para fora. A paisagem diante de mim passava rapidamente em um piscar de olhos, mas logo já não conseguia ver mais nada, restando apenas uma imensidão de vermelho. Eu estava incrivelmente consciente em meio ao meu desmaio. Não sabia se era um sonho, mas pensei em muitas coisas. Uma encenação... Por que tudo parecia ser uma encenação? A dor física era real, o fato de ter perdido meu bebê era real, a tristeza que sentia no coração também era real. Como eu poderia me distanciar de tudo isso e tratar como