— Não achei que você havia prestado atenção ao filme quando foi com a Vanessa no cinema — provoquei.
— Fui embora de lá, eu te contei isso. Eu assisti no computador — respondeu me beijando na bochecha. — Você fica linda com ciúmes, minha Mia.
— Não estou com ciúmes.
— Mentirosa — sussurrou em meu ouvido, me causando cocegas.
— Eu apenas amo você Gabriel, amo muito — declarei.
— Eu te amo mais do que tudo, Mikaella. Sempre vou amar — disse com doçura. — Por isso não posso deixar você ir.
E ele realmente não havia esquecido. Droga.
— Gabe — murmurei, ficando de frente para ele.
— Qual é, Mikaella. Eu lembro de como era feliz ao lado dele, nunca tinha visto você tão feliz. Vocês dois — disse frustrado.
Tinha perguntado se ele não achava aquilo errado e estranho, ele me surpreendeu falando que não. Apenas queria ver ela com alguém bacana e que tratasse ela bem, não importasse quem fosse. Sua resposta me deixou orgulhosa, as pessoas deviam pensar igual a ele. Amor é amor, não importa de quem vem.— Estou começando a ficar com sono — anunciei com um bocejo. Me acomodei melhor nos braços do Gabriel.— Eu também. Quer subir? — sugeriu com a voz sonolenta. — Tenho aula cedo amanhã e estou quebrado.Concordei com a cabeça e me levantei.— Boa noite, seus pombinhos. Tentem não fazer muito barulho ou quebrar algum móvel lá em cima — brincou Nat com um sorriso divertido no rosto. Gabe lhe deu um beliscão na bochecha de forma descontraída.— E vocês duas não vão quebrar nada aqui,
Estava no fim da escada, indo em direção a porta, quando alguém segura o meu ombro. Aquilo me fez girar o corpo e atacar como Pierre havia me treinado, peguei e torci o braço da pessoa, dei uma rasteira e imobilizei ela no chão. Tudo aconteceu muito rápido que só quando estava com a perna em seu estomago que percebi que era Nat com os olhos esbugalhados de susto.— Que merda você está fazendo aqui? — disse baixo, porém em tom de advertência, tirei minha perna de cima dela e a puxei para ficar de pé.— Estou indo com você. O que você acha que estou fazendo? — respondeu, passando a mão nas roupas, como se tivesse tentando desamassar. Ela trajava roupas pretas justas, o cabelo estava amarrado em um rabo de cavalo firme no alto da cabeça, Natasha parecia que estava saindo para correr em um uniforme de ninja.— Não estou ind
Sem mesmo eu precisar fazer algo, duas árvores juntaram seus galhos, se entrelaçando e dos seus troncos mais galhos surgiram e foram se juntando, começou a sair faíscas coloridas delas. Era impressionante.— É por aí que vamos? — sussurrou Nat ao meu lado, também encarando a magia que acontecia.Juntei minhas mãos em forma de concha e dela surgiu o uma esfera que era o universo em minha palma, era uma mistura de cores e brilhava com as pequenas estrelas dentro. Conseguia ver os planetas dentro dela e como o cosmo era algo lindo, tão belo e mágico. Me senti parte daquilo.— Isso é apenas uma porta, iremos pelas estrelas — anunciei, andei em direção a porta. — Você vem?Nat olhou para trás e suspirou, então colocou a mão em meu ombro e avançamos juntas.— Eu nunca deixaria você conhecer
— Você está pronta? — movi os lábios e ela concordou com a cabeça. Em um ato rápido e não muito calculado, usei meus poderes para tentar soltar as garras, foquei toda a minha força em meus poderes e surgiu um grande estrondo, não sabia como tinha atingido o dragão. Ele grunhiu e nos soltou, fazendo a gente cair no chão duro, tentei me preparar para o impacto, entretanto a flecha ainda estava em meu ombro, fiz o máximo para atingir com o meu outro ombro e mesmo assim a dor foi insuportável.Natasha protegeu o rosto e caiu de costas, dando cambalhotas até parar. Corri ao seu encontro e fui ver se ela estava bem, apenas tinha ficado com o rosto cortado e torcido a perna. Nada muito grave.O dragão voou para longe sem qualquer ataque contra nós. Aquilo era muito estranho e assustador.— Vem, vamos sair daqui — falei com pressa, colocando a
— Você acha mesmo que pode me ferir? — falou com desprezo.— Posso tentar — murmurei, girando meu pulso e sentindo o chicote atingi-lo no rosto. Lhe atingi várias vezes enquanto caminhava em sua direção, entretanto parecia que não lhe causava dano nenhum. Thryee segurou o chicote com a mão e foi puxando, enrolando em seu punho, comecei a ficar desesperada. Fomos nos aproximando, até que mais uma vez ele me agarrou pelo pescoço e meus chicotes sumiram.— Por sua falta de consideração, irei mata-los agora e farei você assistir — contou entre os dentes cerrados.Arranhei seu braço por cima da armadura, mas não fazia nenhuma diferença. Tentava sair do seu aperto, isso também foi inútil. Eu precisava salva-los, olhei para Nat que estava petrificado de medo atrás de nós.— Vá — movi os
— Isso sim é uma líder! Olha o que você está fazendo. Olha essa beleza etérea! — contemplou orgulhoso, estendendo os braços e venerando o meu rastro de raiva e ódio. — Espere só até eu matar aquele garoto, você irá se tornar perfeita!No momento que mencionou o Gabriel, eu travei. Me acalmando de novo, Gabriel era meu talismã, senti o colar em meu pescoço pulsar e recordei de como ele me fazia bem. Mantinha meus poderes centrados, eu havia prometido protege-lo para sempre.— Oh não — lamentou Thryee, notando as coisas voltarem ao normal em nossa volta. — Não me diga que aquele garoto é quem você fez de ancora para os seus poderes?! Mais uma vez colocando o sentimento de amor em algo incontrolável que é os seus poderes.— Você pode me bater, me torturar. Arrancar a minha alma, me fazer su
Puxei ela pelo braço e entramos no portal. Aterrissamos na montanha que havíamos deixado o carro, nenhuma das duas perdeu tempo e corremos em direção a ele e saímos em disparada para a cidade. Eu continuava sem saber quem salvar, apenas torcia para que meus pais e Gabriel estivessem ainda vivos.Assobiei três vezes, chamando Skyla, mesmo sabendo que ela não estava ali, ela ainda podia me ouvir.— Vá até o Pietro e peça ajuda. Mamãe, papai e Gabe estão muito feridos, preciso de ajuda — pedi baixinho para Skyla, que em algum lugar naquela tempestade uivou e eu pude ouvir, aquilo me fez abrir um pequeno sorriso. Talvez eu não perdesse ninguém naquela noite.Pisei fundo no acelerador com tanta força que acreditei que a minha perna iria atravessar o carro. A tempestade ainda continuava forte, comece a fazer ela diminuir para conseguir ver melhor a estra
Meu corpo ficou quente, estávamos interligados. Sentia mais pessoas nos abraçando, espremendo nós dois para ficarmos mais unidos, acreditava que eram os deuses nos ajudando. O coração do Gabriel começou a bater mais forte e a pressão entre nós dois diminuiu.Abri meus olhos e vi uma luz começando a se apagar, me lembrou as cores da aurora boreal até que ela voltou para dentro do meu peito. Gabe arfou como se estivesse respirando pela primeira vez, deitei seu corpo de novo na areia e apoiei de volta sua cabeça em meu colo, ele foi abrindo os olhos de forma lenta e me olhou.— Mikaella — sussurrou fraco, quase não saindo som algum.— Está tudo bem. Você vai ficar bem — respondi lhe acalmando, feliz por vê-lo melhor. A ferida começava a fechar, ficando uma cicatriz rosada.— Você não pode ser ela — fal