Entrei e notei que meu irmão ainda estava dormindo, revirei os olhos com aquela situação.
— É melhor você tampar os ouvidos — aconselhei Gabe, me aproximando do ouvido do meu irmão.
— Irei para cozinha então — respondeu, saindo da sala e me deixando sozinha com Lucca.
Peguei um folego e gritei no ouvido do meu irmão.
— ACORDAAAA!!! — berrei, fazendo Lucca dar um salto de susto e cair no chão.
— Pelo amor de Cristo! Qual é a porra do seu problema? — reclamou nervoso ainda no chão.
— Está na hora de acordar, bela adormecida — falei, ignorando sua reclamação. Lucca fechou os olhos e resmungou.
— Minha cabeça vai explodir, fale mais baixo — pediu.
— Bem, isso é o que acontece quando você acaba bebendo mais do que devia — respond
Gabe balançou a cabeça, dando uma risada fraca, como se tudo o que falei não mudara nada sobre o que ele pensava.— Por que não? Eu gosto de você e acho que você gosta de mim também — indicou com os olhos as nossas mãos juntas, me fazendo aperta-las e sorrir. Eu realmente gostava dele. — Então por que não?— Não é só porque você gosta de mim e eu de você, que isso significa que sou a garota certa que você precisa ou quer.— E o que eu preciso então, Mikaella? — perguntou, pronunciando meu nome com provocação, como se me desafiasse a provar o meu argumento.— De uma pessoa que você possa ter uma relação honesta. Afinal, para que ter uma se não for honesta.Ele concordou com a cabeça, fincando um momento em silêncio, brincando com nossos dedos,
Meu irmão, assim que chegamos em casa se trancou dentro do quarto, não conversando com ninguém. Meus pais perguntaram o que havia acontecido e eu simplesmente disse que ele havia brigado com o Gabriel e estava chateado com aquilo, o que não era uma completa mentira, apenas não era toda a verdade. Não queria que aquela situação piorasse tudo entre nós, estava difícil manter segredo dos meus pais, odiava ter que esconder o que estava acontecendo comigo. Porém era necessário, eles já tinham vivido bastante, lutado por tudo para que meu irmão e eu possamos ter uma vida boa e sei que me mandar para Itália foi algo difícil de se fazer, não podia causar ainda mais essa dor de que uma hora eu estaria indo embora para sempre, sem saber se iria voltar.Felizmente meus pais tinham um compromisso na prefeitura, os pontos finais sobre o Festival que iria ocorrer nessa sem
Ele não sabia porque era apaixonado por mim, porque ele na verdade não me conhecia por inteiro. Gabriel tinha criado uma imagem minha aos oito anos de idade e manteve ela alimentada com suas fantasias, ele não poderia me amar... não de verdade.— Você não sabe o porquê, não é mesmo? — falei, com o meu coração se partindo um pouquinho com a verdade.— Eu sei, apenas não posso lhe falar — contou. — Seria loucura.— Apenas tente, eu quero saber — pedi.Gabriel respirou fundo e esfregou as mãos uma na outra.— Vamos apenas dizer que um dia alguém uma vez falou que eu iria conhecer uma garota muito especial e quando isso acontecesse, eu iria ama-la com todas as minhas forças — contou. — Falou que quando eu a visse meu coração iria palpitar tanto que pareceria que ia sair pela min
— Ser um fantasma é um saco — reclamou.— Gostar de um fantasma é um saco — retruquei.— Você gosta do Gabe — murmurou, mudando de assunto.Apertei mais os meus braços envolta das minhas pernas, querendo manter tudo aquilo ainda mais contido.— Ele é a coisa mais normal que tenho em minha vida agora — disse.— Sua família é normal — contra argumentou, começando a ficar com ciúme.— Minha família é feita para me amar, está no trato de família.— Ele é simplesmente comum — falou, como se aquilo fosse ruim.— Acho que é por isso que eu gosto dele. Ele é perfeitamente comum, tem a mais gostosa risada que eu já ouvi desde que você se foi — declarei, lembrando do nosso tempo juntos. Gabe me fazia sentir normal e nesse momen
Chegando na sala, o filhotinho de lobo veio correndo em minha direção, se enroscando entre as minhas pernas, me cheirando até parar de frente para mim e me encarar.— É seu? — perguntei.— Ela? Não, não. Ela é sua — disse docemente. — Essa pequenina veio clandestinamente em nossa viagem, quando percebemos ela já estava aqui. É a sua luer.Aquilo era incrível! Me agachei para perto da filhotinha de lobo e aproximei minha mão até o seu focinho.— Sério? — perguntei feliz, ela cheirou minha mão e depois esfregou o focinho nela. — Mas como isso é possível?— Eles são nossos companheiros, irão sempre te encontrar. Não importa aonde você esteja — respondeu, me relembrando de quando Pietro havia falado a mesma coisa.Fiquei fazendo carinho na minha nova
Eu nunca fui uma garota de luta, nunca tive coordenação para tal atividade nem para qualquer outra que pudesse ser considera como esporte. Prova de tal falta de talento foi comprovada hoje na sala de treinamento.Assim que Pierre terminou de falar, fui feita de saco de pancada praticamente. Ele mostrou golpes de ataques na qual eu tinha que me defender e obviamente eu não consegui.Começou com golpes no estilo de Jiu-jítsu. Pierre demostrava os golpes de como eu deveria bloquear, focando mais nos movimentos de imobilização e estrangulamento, dizendo que o melhor ataque é sempre saber como imobilizar o seu oponente quando não se tem uma arma.Aquilo era mais fácil falando do que fazendo, toda vez que eu avançava para o ataque, acabava no chão com algum golpe ninja élfico que ele retrucava rápido demais, me deixando com hematomas que logo irão aparecer. Ele nun
Porem observei que a sua habilidade focava mais na espada com curvatura mediana e em jogar adagas com grande rapidez e precisão.Passamos algumas horas depois socando e chutando os sacos de pancadas, treinando mais movimentos de defesa, misturando todas as modalidades das artes marciais como boxe e MMA. Estava quebrada e grudenta de suor o tempo todo, Pierre por sua vez só pareceu estar cansado na meia hora final do treino e repito: pareceu estar, na qual aposto que não estava.Pierre não era muito severo como pensei ao vê-lo pela primeira vez, pelo menos no quesito de não ter humor. Depois dos meus primeiros xingamentos em italiano, nós ficamos fazendo provocações e xingamentos, provocações da parte dele e xingamentos da minha. O clima continuou puxado, porém não ficou tenso, começamos a nos dar bem, não era igual estudar com Pietro, entretanto também n&atild
A sala da Athelas era subindo a escada caracol, dando acesso ao segundo andar. Até lá as paredes estavam repletas de plantas e flores, também havia borboletas voando, na qual assim que Athelas subiu as borboletas ficaram voando ao seu redor, fazendo uma coroa de borboletas em sua cabeça, sendo a coisa mais meiga que já tinha visto.O segundo andar era espaçoso, tinha várias portas, talvez umas setes no total. Nos duas entramos na quarta porta, que nos levou para uma sala um pouco maior que a de treinamento com Pierre, na verdade nem era uma sala aquilo, estava mais para uma floresta compactada em um cômodo.Tinha cheiro de floresta, um ar úmido e de grama molhada, conseguia ouvir o cantar de alguns pássaros em algum lugar por ali. O local parecia com um dos meus sonhos, o sonho que eu tive sobre o acidente do Troy. A sala estava com a estação de outono, com cores em tons variáveis