Reunião macabra

França. Île-de-France. Catacumbas da Igreja Santo Estevão de Brie Comte Robert.

Meia-Noite.

Duas figuras usando mantos sombrios com mascaras brancas e olhos vermelhos como fogo, um vermelho-sangue e outro preto-morte rondam as precárias e mal iluminadas catacumbas.

Ambos esperam um convidado muito especial, que aparece doze minutos após as doze badaladas da meia-noite, com um inesperado uniforme de paletó preto e gravata branca.

O convidado usa uma máscara carnavalesca, escondendo até os cabelos.

“Pensei que sua pontualidade fosse típica dos Britânicos, meu jovem”

Questiona o que veste manto rubro e tem um pendulo de prata na mão, que tinha uma aura sombria.

“Esses jovens modernos, infelizmente desprezam a antiga educação”

Afirma o estranho de negro, que tem uma cruz pendurada no pescoço e um ar selvagem, quase primitivo.

Os sombrios personagens ficam perto de duas tochas, contrastando em um lugar tão frio e sombrio.

O convidado se senta mais impaciente ainda.

“Podemos começar” Perguntou o convidado.

“Claro, claro. Primeiro temos que saber se você entendeu tudo corretamente.”

O estranho afirmou novamente, bufou irritado, mas concordou.

“Bem, nossa Sociedade da Lua está num perigo muito sério. Essa história de reencarnado assumir uma família. Pode tamanho absurdo?”

Ele tinha uma voz macabra.

“Justamente por isso, queremos seu auxilio, nesse momento tão problemático.” Disse o sombrio.

“Fazem séculos em que os líderes de famílias são escolhidos de modo democrático, pela força e sua inteligência, mas agora, desde aquela menina... Aquela coisa que aconteceu na Primeira Guerra... E agora novamente a mesma coisa? Aonde vamos assim! Isso tem que parar imediatamente!”

Ironizou o sombrio.

“Logo em breve, teremos condes humanos! Uma aberração!”

O estranho se levanta, com um olhar gelado, tão frio quanto a mais negra morte branca.

“Isso tudo eu já sei senhores. Concordo com o trabalho. Meu intimo se revolta pelo que farei, mas não posso mais voltar atrás, já tenho um Conde ao qual devo juramento. Portanto vamos direto ao ponto. Só preciso saber aonde, quando e porque é o local do serviço.”

Um brilho capaz de cortar vidro refletiu em seus olhos.

“É naturalmente, se terei alguma oposição ou contra tempos.”

Ambos pigarrearam, era hora das informações sérias.

“Muito bem. Nossos oráculos, informações e espiões, nós avisam que haverá um novo reencarnado renascendo, daqui pouco mais de uma semana, no novo mundo. Existem nobres que já se movimentam para receber, educar e acompanhar essa alma, que irá voltar ao nosso mundo. Nesse envelope, estão todos os dados mais importantes. Não seria prudente, sendo você quem é ouvir isso da minha boca, apenas leia.”

Um envelope pesado e jogado para o nosso convidado, que o rasga rapidamente e logo, se transforma num pequeno inferno vermelho. Seu ódio é imenso.

“Isso... Isso... É um verdadeiro absurdo! Que tipo de ultraje significa isso? Também sei as regras.”

O convidado fica perplexo.

“Exatamente isso que o senhor leu, não temos tempo e é exatamente o que esses nobres pretendem aceitar, se nada for feito. Entende agora como a situação é delicada? O nome que eles pretendem aceitar. Eu diria até mesmo...”

“Que é um pecado.”

O convidado mostra-se visivelmente impaciente e irritado.

“Exato” Sorri satisfeito o portador da cruz.

“Se não se importa, vamos passar diretamente ao que realmente nos interessa?”

O convidado cruza os braços, seu sangue ferve e sua mente brilha de atenção.

“Esse erro vai acontecer entre seis e oito dias, numa cidade dos Estados Unidos, na Califórnia. O lugar se chama Sacramento. Imagino que você sabe muito bem o que isso significa?”

“Entendo perfeitamente. Mas porque lá? Não faz sentido, e duvido que seja um erro.”

O convidado se mostra perfeitamente perturbado.

“Quem pode imaginar porque essas coisas ocorram, não é mesmo” Ironizou o selvagem.

“Bom. Vamos acabar com isso. Creio que o senhor tenha muitas providencias e pouco tempo para isso, não estou certo?”

O convidado fica sombrio e muito sério.

“E eu espero, sinceramente, que os senhores saibam como eu posso me livrar do Tabu, para fazer esse serviço, existem regras especiais, sabem, nunca matei um imortal... Não um superior, líder de família e não quero nada atrás de mim buscando vingança ou algo assim... Devido isso, talvez não possa concordar com o acordo, pelo preço que for.”

Ambos contavam com isso e jogam para ele, um cilindro que lembrava um míssil.

“Com isso, o senhor estará imunizado contra o tabu, todas as instruções para impedir os efeitos do tabu estão nesse recipiente. Variamos os métodos, astrológicos, alquimia, sacrifícios... Quando o senhor puder ver com calma, vai aceitar a missão na hora. Contamos com sua eficiência e já adiantamos tudo e um quarto num hotel discreto, perto daqui.”

Disse o sombrio.

“Apenas faça as instruções e parta, não irá perder nem duas horas completas. E algo muito discreto e bem simples, conseguimos com... Nossos interessados e patrocinadores... Oh sim, foram vários fornecedores, o senhor imagina o que significa...”

Concluiu o selvagem.

O convidado se prepara para encerrar a reunião, se mostra impaciente e ambos acabam o negócio.

“Nesse outro envelope, estão todos os dados mais próximos possíveis do seu alvo. Decore-os e depois o destrua, não quero minha aura e cheiro andando por ai.”

Ele pega o envelope e fica satisfeito.

O selvagem reclama. “Um Conde. Onde eles estão com a cabeça para achar que um Conde iria reencarnar na América? No novo mundo? E desta Família? Isso beira o ridículo, por isso mesmo que precisamos dar um fim nesse erro.”

O convidado já dá às costas.

“Calma. Ainda falta uma informação.”

“Que seria exatamente qual” Pergunta o convidado, que odeia voltar o seu caminho.

“Uma Kakú, que controla as sete chamas da alma e quem vai receber o reencarnado na sua volta.”

Avisou o sombrio.

Agora o estranho ficou levemente preocupado.

“Uma Kakú, significa uma mulher. Quem é?”

O convidado ficou ainda mais sério.

“Waneska Mirelle.”

Esse nome o fez parar e pensar por um tempo.

“Sendo do clã Mirelle. Então vou precisar mesmo... Daquela coisa lá no caminhão?”

“Para o sucesso da sua missão e do nosso problema, sim. Infelizmente.b”

Disse o selvagem.

Após um olhar intimidador, o convidado se retira, repensando seu plano, deve ir logo aos Estados Unidos, Califórnia, Sacramento.

O seu alvo logo estará morto e que deus o perdoe pelo que irá fazer a um inocente, mas não existe outra forma.

Os vultos sombrios se olham, não existe nada mais a ser dito. Logo, suas preocupações seriam eliminadas e a vida iria continuar como sempre.

E esse novo vampiro será eliminado.

Um indesejado que nunca deveria ter voltado à vida. Uma relíquia do passado, apagada para sempre.

Estados Unidos, Califórnia, Sacramento. Oito dias depois...

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