As semanas passaram rápidas. Havíamos ganhado o campeonato de vôlei e estávamos nas quartas de finais. O colégio estava uma correria por conta da peça. Dando os acabamentos finais nos cenários e estudando as falas, que praticamente já estavam todas decoradas. Às coisas com a Kayla estavam bem, não tínhamos dormido juntos, porém planejava fazer isso acontecer logo.
Comecei a passar bastante tempo com o Matteo nos finais de semana, até que passei a ir também após o trabalho, tentando sempre fazer ele voltar ao bistrô, acho que estou fazendo um pequeno avanço. Ele começou a aguardar pelas minhas visitas e ele mesmo perguntava como estava indo as coisas no restaurante, também telefonava às vezes para lá, íamos informando-o sobre a clientela e até contando umas pequenas mentirinhas sobre precisar urgentemente dele de volta.
— Está ansioso? — perguntou Kayla atrás de mim, com os braços envolta do meu pescoço.— Em ficar na frente de todos da escola e dos pais? — disse com convicção. — Com certeza não, garota. Eu me dou bem em público — isso fez com que os garotos a nossa volta gargalhassem.— Você devia ter visto ele na quarta série — comentou Edu rindo.— Ei, aquilo não conta — alertei.— O que houve na quarta série?— Nada! — respondi apressado.— Tínhamos que recitar um poema e esse mané travou na frente da sala — contou o Erik.— Depois disso ele nunca mais falou em público — zombou Lucca.— A gente nem era amigos ainda naquela época, seu traidor — reclamei.— Graças a Deus, senão, eu teria sofrid
Ele se agachou e pouso as flores ao lado da lapide, me aproximei um pouco mais e fiquei de pé ao seu lado, pensando que, posso viajar ao redor do mundo três vezes, nada se compara a beleza de ter alguém como lar, alguém para quem voltar.No caminho de volta, sem querer esbarrei em uma garota.— Desculpa — dissemos ao mesmo tempo. Ela devia ter a minha altura, era magra, cabelos bem pretos presos em um rabo de cavalo que pousava em seu ombro direito. Seus olhos estavam molhados e seu nariz avermelhado, com certeza estava chorando. Tinha os olhos azuis, eram um tom de azul que lembrava o céu limpo, sem qualquer nuvem. Foi nessa cor de olhos que eu deduzi quem ela era.— Amanda, querida — falou Matteo ao vê-la surpreso. — Quão tempo.— Verdade, tio — concordou, lhe dando um abraço caloroso. — Sinto muito pela tia Lena, adorava ela.— Obrigado qu
Terminei de montar o sanduiche que era de peito de peru com molho da casa, uma combinação de ervas finas, com manteiga temperada, mostarda e frios selecionados, não foi difícil preparar o suco de manga. Eu possuía até o dia de amanhã para fazer algo especial para nós dois, depois disso meus pais chegariam de viagem e eu teria que passar a maior parte do dia com eles, ouvindo-os falar sobre os negócios e as viagens. No fundo, sabia que era provável que essa poderia ser a última vez que eu poderia estar com ele, eu deveria aproveitar a companhia dos meus pais mesmo que eu já estivesse acostumado a ficar sozinho.— Aqui está, Kaya. Sanduiche de peito de peru e um suco de manga caprichado — declarei, colocando o pedido na mesa.— Ainda não acredito que você de verdade me deu um apelido, Gabriel — respondeu abrindo um sorriso.— Eu dis
— Ei, achei que você nunca iria aparecer, garoto — falou ao abrir um sorriso. Estava sentada de baixo da árvore.— Desculpa. Estou aqui agora.Ela estendeu a mão, me chamando para sentar ao seu lado e eu o fiz. Encostei minhas costas no tronco irregular, ela apoiou seu cabeça em meu ombro e entrelaçou nossos dedos.— Não acha isso calmo? Bonito? — perguntou olhando para cima, enquanto eu a encarava.— Sim — murmurei lhe observando. — É lindo.— Eu poderia ficar aqui com você para sempre. Faria você feliz ao meu lado, Gabriel — falou com ternura.— Não acho que isso seja possível, não agora.— Tudo bem. Tenho todo o tempo do mundo nas pontas dos dedos — brincou e mexeu os dedos da outra mão na nossa frente. Mikaella então surgiu do meu outro lado, sentada com um joe
— Fala, garoto —atendeu Kaya animada do outro lado da linha.— Vamos matar aula hoje — disse de forma direta.— O que?!— Vamos matar aula, só você e eu. Vamos até a praia, conhece um lugar perfeito, isolado e bonito, vamos — propus sério. — Prometo que você não vai se arrepender. Fez se um pequeno silencio do outro lado da linha.— Ok — cedeu por fim.— Ótimo! Busco você atrás do colégio, do outro lado da rua, daqui meia hora.— Tudo bem. Estou ansiosa — respondeu e eu conseguia imagina-la sorrindo do outro lado do telefone.— Eu também — declarei antes de desligar. Skyla estava parada me encarando e quando desliguei a chamada, uivou para mim como se fosse atacar. Aquilo me surpreendeu.— Ei, garota. O que foi? — me agachei e fiz carinho em sua cabe&cced
— Acho que posso viver assim para sempre — murmurou em meus braços. Estávamos deitados na coberta estendida na areia, apertei meus braços ao seu redor e beijei sua testa.— Tem certeza? Sem internet e qualquer outra tecnologia? — brinquei. — Sei que sou um grande pedaço de mal caminho, mas não sei não, hein.— É, tem razão. Você não é tão bom assim — retrucou e levantou os olhos.— Eu sou ótimo, na verdade. Mil garotas já gritaram pelo meu nome — me gabei.— Mil, é? — falou desconfiada.— Mil e uma — respondi lhe olhando. — Você foi bem escandalosa.— O que?! Eu não fui não! — retrucou indignada, me batendo no peito.— Ai, calma. Estou brincando — acalmei, segurando seu braço. — Você foi
Pela primeira vez depois de muito tempo não tive sonho algum a noite quando me deitei. Havíamos voltado para casa por volta das nove horas da noite, Kaya não quis carona para casa, argumentou dizendo que não se importava de ir caminhando. Insistir para leva-la, porém ela não concordou e por conta disso a deixei no colégio novamente e voltei para casa.Conversei com meus pais, ele estava na última conexão de avião e chegariam em casa bem cedo. Fiquei feliz em saber daquilo, não percebi como sentia falta de ter gente em casa além de mim mesmo, ela possuía um silêncio que me dava uma sensação de desconforto as vezes. Seria bom ter mais vozes circulando pelos cômodos, mesmo que fosse apenas por algumas semanas.Me sentia em paz, reconfortável. O que era estranho para mim, fiquei tão acostumado em ficar tenso o tempo todo, confuso e com certeza
Cheguei no Fatia Doce e fiquei surpreso ao ver o Matteo na cozinha novamente. Ele estava a todo vapor, andando de um lado para o outro com ingredientes de um prato na mão, gritando para um outro cozinheiro colocar mais sal em um molho enquanto entregava um prato para um garçom e tudo isso com uma trilha sonora dos anos cinquenta tocando.Fiquei feliz em ver que ele havia voltado de verdade a trabalhar e que com certeza fazia aquilo tudo com paixão, como sempre era quando estava na cozinha. Parece que todo mundo começou a voltar as suas rotinas, não havia possibilidade real de ficar triste a vida toda, a dor não vai embora, porém, depois de um tempo você começa a lidar com ela como se fosse algo que você não consegue mudar. Apenas se acostuma e refaz sua vida.Guardei minha mochila, vesti o avental e lavei minhas mãos para ajudar na cozinha. Conseguia sentir a atmosfera melhorar com o Matt