Observei o Matt trabalhar na cozinha, mesmo com a aparência abatida, ele na cozinha ganha vida, animo. Ver ele ativo de novo me deixou orgulhoso de ter passado para vê-lo, talvez eu viesse mais vezes para visita-lo, eu conseguiria ajuda-lo a voltar a trabalhar no bistrô. A Mikaella pode não ter morrido, mas se foi para sempre e eu entendia a sua dor, a minha não seria tão grande como a dele era, mas conseguia sentir empatia com o ocorrido. Matteo e Lena estavam juntos desde da faculdade, quase vinte e cinco anos. Ninguém conseguiria superar o que eles tiveram.
— Pronto, sanduiche feito no capricho — anunciou animado, colocando o prato na minha frente. —Bon appétit.
Quando senti o cheiro do sanduiche e meu estomago roncou, foi quando percebi que fazia quase dois dias que eu não comia nada, nem sabia como ainda estava de pé e com energia. Comi o sanduiche como se fosse a ú
— Achei que você não iria vir para o colégio hoje. Você não ia para o médico? — perguntou Edu na sala de aula.— Estou bem — respondi, chacoalhando o meu braço na frente dele.— Você parecia um lixo ontem à tarde — observou preocupado.— Nada que um boa noite de sono não resolvesse — contei abrindo um sorriso, lembrando da Mikaella em meus sonhos. — E claro, o sanduiche clássico do Matteo.— Você passou na minha casa ontem? — perguntou Lucca, ouvindo a conversa.— Sim. Teu pai não te contou? — arquei as sobrancelhas.— Não, porém ele estava diferente. Ele fez o jantar ontem — comentou admirado, dando um leve sorriso. — Você abduziu meu pai e trocou por E.T?— Ah, claro. Porque é isso que eu faço na verdade — r
Metade das aulas foi apenas para arrumarmos o auditório para a peça. Eu me intercalava entre arrumar o cenário e estudar as falas com a Kaya, nós dois ficamos mais próximos com isso, fazíamos graça e piadas um com o outro. Eu estava finalmente, talvez não feliz, não era bem isso, poderia dizer que era uma alegria, estava alegre com ela. Coisa que não acontecia muito nos últimos tempos.— Ei, Gabe. Temos treino agora, vamos — informou Lucca, batendo em meus ombros.— Ah, é. Quer me ver jogar? — convidei Kayla, segurando-a pela cintura com carinho.— Claro, será bom rir das suas patéticas jogadas — respondeu com uma risada.— Saiba que eu sou o capitão do time, garota. Não tenho jogadas patéticas — retruquei enquanto caminhávamos de mãos dadas pelo corredor agora.—
Não era um beijo apaixonado, nenhum dos dois estava apaixonado um pelo outro, era mais um beijo de carinho e afeto, com um pouco de malicia. Continuava sendo um beijo diferente de todos que eu já tivesse dado em qualquer garota em toda a minha vida ainda não conseguia saber se aquilo era algo bom ou não, se significava algo mais. Porém, minha mente não se importava em decifrar aquilo, sempre que surgia essas curiosidades, logo iam embora na mesma rapidez.O resto do dia passou na pressa que sempre era uma segunda-feira, principalmente no Fatia Doce. Por alguma razão, as coisas estavam dando uma confusão na cozinha, alguns fornecedores não apareceram com as entregas e o fogão não ligava quase a metade das bocas. Alguns funcionários faltaram e isso acumulou vários pedidos, tive que acabar ligando para o Edu e o Erik ajudaram.— A cavalaria chegou,
As semanas passaram rápidas. Havíamos ganhado o campeonato de vôlei e estávamos nas quartas de finais. O colégio estava uma correria por conta da peça. Dando os acabamentos finais nos cenários e estudando as falas, que praticamente já estavam todas decoradas. Às coisas com a Kayla estavam bem, não tínhamos dormido juntos, porém planejava fazer isso acontecer logo.Comecei a passar bastante tempo com o Matteo nos finais de semana, até que passei a ir também após o trabalho, tentando sempre fazer ele voltar ao bistrô, acho que estou fazendo um pequeno avanço. Ele começou a aguardar pelas minhas visitas e ele mesmo perguntava como estava indo as coisas no restaurante, também telefonava às vezes para lá, íamos informando-o sobre a clientela e até contando umas pequenas mentirinhas sobre precisar urgentemente dele de volta.
— Está ansioso? — perguntou Kayla atrás de mim, com os braços envolta do meu pescoço.— Em ficar na frente de todos da escola e dos pais? — disse com convicção. — Com certeza não, garota. Eu me dou bem em público — isso fez com que os garotos a nossa volta gargalhassem.— Você devia ter visto ele na quarta série — comentou Edu rindo.— Ei, aquilo não conta — alertei.— O que houve na quarta série?— Nada! — respondi apressado.— Tínhamos que recitar um poema e esse mané travou na frente da sala — contou o Erik.— Depois disso ele nunca mais falou em público — zombou Lucca.— A gente nem era amigos ainda naquela época, seu traidor — reclamei.— Graças a Deus, senão, eu teria sofrid
Ele se agachou e pouso as flores ao lado da lapide, me aproximei um pouco mais e fiquei de pé ao seu lado, pensando que, posso viajar ao redor do mundo três vezes, nada se compara a beleza de ter alguém como lar, alguém para quem voltar.No caminho de volta, sem querer esbarrei em uma garota.— Desculpa — dissemos ao mesmo tempo. Ela devia ter a minha altura, era magra, cabelos bem pretos presos em um rabo de cavalo que pousava em seu ombro direito. Seus olhos estavam molhados e seu nariz avermelhado, com certeza estava chorando. Tinha os olhos azuis, eram um tom de azul que lembrava o céu limpo, sem qualquer nuvem. Foi nessa cor de olhos que eu deduzi quem ela era.— Amanda, querida — falou Matteo ao vê-la surpreso. — Quão tempo.— Verdade, tio — concordou, lhe dando um abraço caloroso. — Sinto muito pela tia Lena, adorava ela.— Obrigado qu
Terminei de montar o sanduiche que era de peito de peru com molho da casa, uma combinação de ervas finas, com manteiga temperada, mostarda e frios selecionados, não foi difícil preparar o suco de manga. Eu possuía até o dia de amanhã para fazer algo especial para nós dois, depois disso meus pais chegariam de viagem e eu teria que passar a maior parte do dia com eles, ouvindo-os falar sobre os negócios e as viagens. No fundo, sabia que era provável que essa poderia ser a última vez que eu poderia estar com ele, eu deveria aproveitar a companhia dos meus pais mesmo que eu já estivesse acostumado a ficar sozinho.— Aqui está, Kaya. Sanduiche de peito de peru e um suco de manga caprichado — declarei, colocando o pedido na mesa.— Ainda não acredito que você de verdade me deu um apelido, Gabriel — respondeu abrindo um sorriso.— Eu dis
— Ei, achei que você nunca iria aparecer, garoto — falou ao abrir um sorriso. Estava sentada de baixo da árvore.— Desculpa. Estou aqui agora.Ela estendeu a mão, me chamando para sentar ao seu lado e eu o fiz. Encostei minhas costas no tronco irregular, ela apoiou seu cabeça em meu ombro e entrelaçou nossos dedos.— Não acha isso calmo? Bonito? — perguntou olhando para cima, enquanto eu a encarava.— Sim — murmurei lhe observando. — É lindo.— Eu poderia ficar aqui com você para sempre. Faria você feliz ao meu lado, Gabriel — falou com ternura.— Não acho que isso seja possível, não agora.— Tudo bem. Tenho todo o tempo do mundo nas pontas dos dedos — brincou e mexeu os dedos da outra mão na nossa frente. Mikaella então surgiu do meu outro lado, sentada com um joe