Pâmella me convida para me juntar a eles e aceito,procuro me manter o mais distante possível do tal Marcos Logan. Estendo um pano ao lado de Cristiano e aceito uma garrafinha de Guaraná que meu segurança teve o trabalho de ir buscar. Atencioso. Abro a garrafinha e dou o primeiro gole. Percebo o olhar do loiro encabulado comigo,mas ele sorri e olha para a namorada que conta algo sobre sua viagem à Disney ano passado com o namorado. Sinto vontade de revirar os olhos com a chatice da menina riquinha e tento entrar no personagem de Rubi Jenner que gosta dessas futilidades. Meu celular vibra e visualizo a mensagem de Camilla:Camila: Criei seu novo perfil no Instagram como “rubijenner”.Rubi: Perfeito!Camila: Poste sua primeira foto,Rubi.Uma foto… Não gosto de tirar fotos. Sempre que papai pedia para tirarmos fotos em família,Soraya me cortava,ou, muitas das vezes,meu avô me cortava. Comecei a não gostar muito da imagem de mim mesma,e embora já se faça muitos anos e eu tenha superado alg
Cristiano me acompanha até meu apartamento por mais que tenha dito para que ele ficasse com Peter lá fora ou que fossem juntos comer algo em algum lugar e jogarem conversa fora,mas o robótico não disse nada e continuou me perseguindo ao elevador,nos corredores e agora está parado em frente a minha porta enquanto destranco-a. Não gosto de ser observada,por mais que a Euforia tenha me preparado para qualquer coisa. Confio plenamente que se caso a máfia brasileira descubra que estou viva e venha atrás de mim,de que posso lidar com eles e proteger a minha vida. Essa ideia de segurança foi obra inteiramente de Susy e Scarlett com suas neuras. Ninguém sabe que estou viva. E posso cuidar de mim mesma. Não sou uma donzela em perigo que precisa de um príncipe ou seja lá o que esse exterminador possa ser,sou capaz de trocar uns tiros com os tiras e escapar.Entro no apartamento e tento fechar a porta,mas Cristiano impede com seus pés e invade a minha casa. Fico boquiaberta. O robótico se senta
Mais tarde,após muitas bebedeiras,o povo desmaia no sofá da sala,exceto por Cristiano que me ajuda a carregar Susy que estava jogada no meio do corredor e a colocamos em um dos quartos de hóspedes. Ela começa a roncar parecendo um porco e não consigo não rir. Fechamos a porta e me despeço de Cristiano que ruma para o quarto ao lado. Caminho para o meu e tranco a porta. Me jogo na cama sem sono e me remexo nela,até que por fim decido abrir minhas malas e pegar o maldito diário. Lembro que comecei a escrever essas cartas para suprimir a solidão que sentia e,de alguma forma,Marcos me parecia o único elo que ainda tinha com a minha vida antiga. Sei que existia Susy,mas ela era minha amiga da escola,não morava na minha rua tampouco conviveu com a minha família. Marcos tinha isso. Era o nosso amigo. Era o amigo de Ágata. Era o meu crush. Papai gostava dele.Me deito na cama e abro o diário,virando as páginas para o meu segundo relato em meio aos meus dias de treinamento na Euforia.02 de Fe
Visto uma calça jeans e uma blusa branca,colocando um blazer por cima. Calço meus sapatos vermelhos e rumo até meu espelho,escovando os fios ruivos e remexendo-os em seguida. Susy bate na porta e me espera um pouco,mas posso sentir sua ansiedade há quilômetros de distância. Borrifo um pouco da loção francesa e me olho mais uma vez pelo espelho. É hoje,Rubi Jenner. Abro a porta do quarto e encontro minha amiga toda eufórica. Descemos até a sala e vejo Cristiano e Peter a postos. O robótico está usando roupas que o deixam com uma cara mais jovial,digo,não que ele seja velho,longe disso,mas não está com aparência de um exterminador do futuro. Peter está galante,continua usando seu uniforme de segurança e sorri para mim quando apareço na sala.Cristiano pega minha mochila no sofá e me entrega,rumando porta afora. Susy sorri e me deseja boa sorte. Pegamos o elevador e tiro uma selfie e posto nos stories. Meus seguranças permanecem calados,mas sinto que estão segurando um comentário que pod
Entro na sala e me apresento para o professor e a turma e desejo um ótimo dia,vejo Pâmella em meio a tantos rostos desconhecidos e noto sua animação para que me sente ao seu lado. Coloco minha mochila sobre a carteira vazia atrás da patricinha e largo um sorriso falso quando a morena se vira para falar comigo,pouco crente que o destino tinha nos colocado na mesma sala,mesmo período e mesmo curso. E não foi a porra do destino,”Pam”. Foi minha equipe.— Então você é a garota transferida que comentaram mais cedo?Abro a mochila e retiro meu material e coloco sobre a carteira.— É isso mesmo — digo.— Que demais! — Ela se vira para a frente e finge prestar atenção na aula e pega seu caderno e escreve algo nele. Pouco tempo depois ela rasga o pedaço de papel e me entrega.Olho para os lados e desdobro o papel,leio seu conteúdo e depois pego minha caneta preta e escrevo minha resposta que é um generoso sim. Pâmella estava me convidando para tomar um milk-shake com ela e as amigas metidas. P
Pâmella me leva ao shopping antes do milk-shake e me arrasta em quase todas as lojas. Ela compra vários vestidos e roupas para mim,e,sim,também para as amigas falsas. Tiramos algumas fotos e sorrimos de algumas coisas bem aleatórias. Pegamos a escada rolante e a blogueira me conta sobre o dia que conheceu Marcos e de como foi engraçado.Forço sorriso e interesse.— Eu tinha acabado de sair do hospital,sabe? — Ela começa a falar enquanto compra dois sorvetes para nós duas. Olha para mim. — Qual sabor?— Chocolate.Ela sorri para mim depois volta para o moço.— Quero um de morango e outro de chocolate,por favor.Ela recebe os sorvetes e paga o sorveteiro,sempre sorrindo,nunca agindo como uma daquelas riquinhas esnobes.Nos sentamos nos bancos próximos da fonte que jorrava água das mãos da deusa Afrodite da mitologia grega. Pâmella fica um tempo olhando a fonte e depois tira uma foto que compartilha com seus seguidores. Depois sorri de volta para a câmera e captura sua imagem,olha se fic
— É ali que seu ex trabalha? — pergunto. Pâmella está com medo,mas assente. Ela olha para Cristiano e Peter que seguram os galões ao lado do seu carro,me indagando com os olhos quem são,na verdade,quem é Peter. — Relaxa,são meus amigos. Eles vão nos ajudar.Pisco para os meus seguranças e puxo a garota,atravessando a avenida. Paramos diante da fachada do enorme prédio da Lionnes Cia. O cara tem dinheiro. Perfeito. Adoro destruir multimilionários.— Vamos?— Isso não vai dar certo… Reviro os olhos e a encaro.— Não suporto mulheres fracas. — Tomo a sua frente e seguro seus ombros. — Lembre da dor que ele causou a você,fazendo isso,verá que não tem porque temer. Pode ter certeza que ele não temeu nem um pouco quando a trocou por outra.Ela olha para a entrada do prédio e sorri.— Você tem razão.Pâmella toma a dianteira da situação,caminhando pelo saguão,passando pela entrada principal e pegando o elevador Sigo-a com um sorriso satisfeito. A garota pressiona o número do andar de onde f
Deixamos Pâmella na frente da sua casa e Peter dirige seu Mustang e estaciona atrás de nós. Ela sai para fora do carro e fica um tempo olhando para nós,dizendo que se divertiu e agradecendo. Peter se aproxima e entrega as chaves para a patricinha.Pâmella me abraça novamente e eu a afasto delicadamente.— Rubi — ela me chama. — Esse fim de semana vai acontecer uma festa de aniversário para a minha cunhada. Você e seus amigos estão mais que convidados.Nos entreolhamos e sorrimos.— Vai ser um prazer,Srta. Albuquerque — diz Peter que pega a mão de Pâmella e beija-a.Pâmella fica surpresa e desconcertada.— Nossa presença está confirmada — digo. Viramos para entrar no carro e olho para a garota mais uma vez. — Tenha uma boa noite,Pâmella.Ela sorri e acena.— Boa noite,pessoal.Entro no carro e me ajeito ao lado de Cristiano. Pâmella atravessa os portões da mansão e começa a caminhar. Fico um tempo encarando a enorme casa,onde,em qualquer cômodo,Soraya pode estar tranquilamente vivendo