Fiquei olhando, através da câmera da grande tela do computador no escritório do apartamento, a Viviane sair do quarto do João Pedro, carregando uma criança linda em seus braços, a qual, pelo que pude entender de toda aquela loucura, era filha dela com o meu irmão.
Eu estava completamente atordoado. Não conseguia acreditar em meus próprios olhos. Nesse momento eu pude entender o motivo que me levou a manter distância de qualquer informação sobre o Brasil e, consequentemente, sobre a minha própria família. Eu estava fazendo o possível para fugir da realidade que estava se expondo de maneira esmagadora diante de mim agora, que era o casamento do meu irmão e a Viviane.
- Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? – Exigi de maneira brusca.
Fazia mais de uma semana que meus pais estavam e
João FelipeDepois de mais uma insone e na qual eu estive igual a um stalker, a espera de qualquer postagem que fosse da Viviane ou do meu irmão, onde eu pudesse ter mais uma migalha de informação sobre eles, cheguei no trabalho bastante mal-humorado e ranzinza, algo que a minha secretaria, a Natalie, fez questão de ressaltar quando teve uma oportunidade.- Você está precisando urgentemente de algum tipo de diversão, João Felipe. Ninguém aguenta mais esse seu mal humor. – Ela falou enquanto fazia algumas anotações em seu laptop.- Você é bem corajosa em dizer isso para o seu chefe. – Falei de maneira arrogante.- Ouça o que disse e você vai me dá razão. Está sendo desagradável, mais uma vez. – Dessa vez ela falou e começou a se retirar da minha sala.Tive q
VivianeEu só poderia estar em um dos meus pesadelos recentes. Era isso, eu tinha certeza. Mas o copo de vidro que caiu de minha mão em cima dos meus pés foi bem real, além de todos os olhares que se voltaram em minha direção.- Vivi, você se machucou? – O senhor Rodolfo já estava do meu lado, quando consegui sair do estado de completo torpor em que havia entrado ao me deparar com a minha filha nos braços do seu verdadeiro pai.- O que aconteceu, minha filha? Está branca igual a um fantasma! – Minha mãe falou, pegando em minha mão, preocupada.Logo eu estava sentada em uma das cadeiras que ficava no jardim, enquanto tomava um copo de água e a minha filha continuava nos braços do João Felipe, algo que até agora eu não conseguia entender, pois ela não costumava ir para os braços de p
João FelipeJá estávamos jantando quando o meu irmão chegou e se juntou a nós. Pensei que teríamos um jantar tenso e com animosidade entre nós, porém, para minha surpresa, o jantar transcorreu em um clima ameno, com todos conversando como antes. Aparentemente feliz com a minha "volta" para casa, o João Pedro conversou bastante, sem usar de seu tom debochado, pelo menos não de forma crítica, apenas em tom de brincadeira mesmo.A Viviane, contudo, parecia ter ficado muito irritada com a minha presença e não desceu nem mesmo para o jantar em família, algo que não passou despercebido a ninguém, pois até mesmo meu pai comentou o fato.O que me fez voltar a pensar sobre o momento no jardim, quando ela me viu e não conseguiu esconder todo o horror que sentiu com a minha presença inesperada. Por qual
Viviane-Quando o seu irmão vai embora, para deixar a gente em paz? Não suporto mais ele aqui, cercando minha filha todo o tempo.João Pedro olhou para mim de forma debochada e fingi não entender o que ele queria dizer com aquele olhar. Não iria entrar novamente nessa discussão de que a filha também era do Felipe, por que não era!O João Pedro havia me ligando mais cedo, pois estava uma reunião de negócios próximo ao meu local de trabalho e me convidado para que almoçássemos juntos.- Não aguento mais você reclamando da presença do Felipe. – Ele falou, fazendo uma expressão de enfado.- E eu não aguento mais a presença dele!- Você anda tão estressada, Vivi. – Ele me olhou com uma expressão séria dessa vez e falou de maneira delicada: - At&e
João FelipeVendo o problema da Luana com seu ex-namorado, o quanto ela realmente não gostava dele, o fato de que ela queria estar o mais longe possível e que até mesmo trabalhar perto dele era insustentável ao ponto de ela sair de uma empresa da qual gostava de trabalhar devido sua presença, eu percebia que eu realmente nunca quis estar verdadeiramente longe da Vivi.Eu sempre quis estar perto dela. Estar com ela. Nem que fosse para que um fingisse para o outro que não se importava ou que não gostava do outro. Enquanto a Luana falava, eu apenas lembrava dos momentos em que eu estava com a Vivi e o quanto eu fiquei plenamente satisfeito quando nós estávamos juntos, o quanto me sentia feliz em estar com ela. E quando eu queria estar longe, era justamente por saber que não conseguiria me controlar estando perto, como estava acontecendo agora, neste exato instante.<
João FelipeA viagem de meu irmão para os Estados Unidos desencadeou em mim algo que eu não estava conseguindo controlar. A necessidade de estar com a Viviane, de tê-la para mim, que era maior que qualquer coisa e eu não conseguia evitar de estar sempre a procurando, buscando oportunidades de falar com ela.Eu nunca engoli esse casamento dela com o João Pedro, e agora que ele simplesmente havia viajado e a deixado sozinha, era ainda maior a sensação de que havia algo errado com aquela relação.Hoje, por exemplo, era noite de sexta feira e a Viviane havia saído com suas amigas, sem se importar com o fato de que o marido estava a milhares de quilômetros de distância, e quando
VivianeMas em que confusão eu havia me metido, pensei com desgosto. Nunca poderia imaginar que uma saída para a boate acabaria daquela forma. Nunca antes havia acontecido qualquer coisa nem mesmo parecida com isso. E acontecer justo quando o JP não estava comigo e justo o Felipe vinha em meu socorro.As minhas amigas haviam insistido tanto para que eu saísse com elas, um programa de garotas, uma vez que nem o João Pedro e nem o Cesar estavam em São Paulo. Eu então acabei aceitando, pois elas tinham razão quando disseram que eu não saia assim desde o nascimento da Sarinha e eu estava mesmo precisando dançar, tomar alguns drinques.Combinamos então de o Fabiano ir me deixar na balada e que na volta para casa, elas passariam primeiro na minha casa para me deixar e somente depois seguiriam para o apartamento que dividiam, em um bairro um pouco mais d
João Felipe Ainda bem que hoje era sábado e eu não precisava estar na empresa, como também não tinha nenhum compromisso agendado, pois no estado em que meu rosto se encontrava, o meu aspecto não era dos melhores para me encontrar com ninguém, muito menos a trabalho. Estava agora diante do espelho do meu banheiro, pensando como diria a minha mãe que havia me envolvido em uma briga na qual eu havia levado a pior. Era bem constrangedor, na verdade. Estava pensando em voltar a me deitar e adiar esse momento o máximo possível, enquanto saio do banheiro e me deparo com minha mãe entrando em meu quarto, sem ao menos bater. Aparentemente já sabia sobre o ocorrido, pois apesar do horror em sua expressão, ela não demonstrou surpresa em me ver com o rosto totalmente inchado e