Era uma sensação estranha.Quantas vezes eu já tinha sonhado com aquela cena? Eu e minha mãe passeando juntas, fazendo compras, tomando sorvete. Eu nunca tive esses momentos quando criança e agora parecia que estava acontecendo com outra pessoa.Eu tomei coragem e a convidei para sairmos. Ela andava muito triste e cabisbaixa e eu achei que deveria dar um passo para nos aproximarmos.O Rafael me disse que ela estava um pouco depressiva e que cabia a nós tentar trazê-la para perto de nós. Eu concordava.Ela resistiu um pouco ao meu convite, mas o Léo insistiu.— Vai mãe. Vai ser bom sair um pouco só vocês duas. Eu deixo vocês no shopping e vocês voltam de taxi.Eu ainda não sabia dirigir. O Rafael disse que me matricularia em uma auto escola, por que agora eu ia estudar e poderia me virar sozinha, já que ele voltaria a trabalhar.Confesso que eu estava com um pouco de medo de enfrentar o mundo. Passei minha vida inteira escondida dentro daquele mausoléu e agora a vida me apresentava um
Olhei por um bom tempo para a farda estendida sobre o sofá. Ela tinha chegado no dia anterior e a Sula tinha passado a ferro com cuidado.Eram apenas 07:00 da manhã e minha apresentação na polícia estava marcada para as 09:00. Daria tempo, mas eu estava nervoso.Eu tinha conversado muito com a Sula sobre minha decisão de voltar e ela, mesmo com medo de me ver trabalhando como policial, ficou do meu lado.— Não queria você nessa vida, é muito perigoso.Estávamos arrumando o apartamento. Alguns móveis tinham chegado e a gente estava naquela de colocar tudo no lugar do nosso jeito.Puxei-a pela mão e sentamos no sofá novo.— Eu sei meu bebê, que é uma vida cheia de risco, mas é o que eu sei fazer.Ela tinha me abraçado com força.— Então tudo bem, mas eu vou morrer de preocupação todos os dias.— Você acostuma, tudo vai dar certo.Agora não tinha mais volta.Vesti a roupa lentamente, saboreando a sensação de me senti de novo na polícia.Aquilo não foi meu sonho de infância, na verdade eu
Que ideia mais idiota aquela que o Leo e o Damon tiveram.Quem ainda fazia despedida de solteiro nos dias atuais? Até mesmo porque nenhum de nós era realmente solteiro. Então o encontro foi mais para encher a cara do que exatamente para comprar um bolo com uma mulher saindo de dentro.Cheguei antes de todos eles no barzinho na rua da casa do Damon e pedi uma cerveja. A garçonete era a mesma moça de anos atrás. Rosana, o nome dela. Agora ela não era mais tão jovem e eu soube que ela tinha casado com o dono do bar. Ela me reconheceu e puxou conversa enquanto colocava a cerveja na mesa.— Você é Rafael não é?Sorri pra ela. — Você lembra de mim?— Claro, mas você era bem mais magrinho.— Naquela época eu passava fome.Respondi divertido.Ela apontou para a porta.— Seu amigo encrenqueiro acabou de chegar.Ela se referia ao Damon. Em outras épocas ele já tinha protagonizado brigas homéricas naquele bar.— Ele agora é homem da lei, não briga mais em bares.Damon se aproximou e beijou o ro
Olhei para o vestido branco estendido na cama da Alina e pela milésima vez agradeci a deus por tê-la colocado em nossas vidas.A Gabriela estava sentada na poltrona e calçava os sapatos vermelhos com um sorriso.— Dizem que dar sorte usar alguma coisa da noiva ante do casamento.Alina levantou as mãos impaciente.— Esses sapatos não cabem no seu pé Gabi.Eu estava aprendendo que aquelas duas ou se amavam ou se odiavam, porque elas viviam brigando, mas até brigando elas eram carinhosas uma com a outra.— E Então menina, está feliz? Hoje é o dia do seu casamento.Se eu estava feliz? Agora que o momento estava chegando o medo ameaçava tomar conta de mim. Eu conseguiria ter uma relação normal com o Rafael? e se eu não conseguisse transar com ele?— Eu... acho que estou com um pouco de medo.Alina sentou ao meu lado na cama e segurou minha mão.— Ainda pode desistir se quiser.— Não! eu quero me casar com ele. Eu amo o Rafael. Só estou um pouco assustada.Gabi se aproximou.— Tadinha, Deix
Eu estava nervoso.Como me comportar com a Sula na noite de núpcias?Ela parecia prestes a ter um ataque. Fingia bem. Tentou sorrir pra mim, mas os lábios tremiam e a mão que segurava aminha estava fria e suada.Estacionei o carro na garagem do prédio e subimos calados.Na porta, segurei a chave e olhei para ela.— Temos que fazer direito para dar sorte.Me aproximei e a peguei no colo abrindo a porta.Ela segurou em meu pescoço e sorriu.— Isso é tão romântico!Coloquei-a de pé no centro da sala e a olhei rindo.— Eu sou romântico.Ela olhou lentamente ao redor.Era finalzinho de tarde e a sala estava iluminada pela luz do abajur colorido que ela tinha comprado.— Essa sala ficou tão linda!Resolvi tentar quebrar o gelo.— Eu gostei mais da decoração do quarto.Ela não respondeu e torceu as mãos.— Eu... vou trocar de roupa.Peguei-a pela mão e fomos em direção ao quarto.Aquele era o cômodo mais amplo do apartamento e ela tinha decorado nos mínimos detalhes. Eu tinha comprado a cam
— Ai Alina, me ajuda! O que eu faço?Estávamos sentadas na lanchonete do shopping próximo à delegacia.Alina me convidou para almoçar e queria saber detalhes da lua de mel.— Como assim, não aconteceu nada Sula?Encarei-a nervosa.— Não aconteceu nada! Nós não transamos ainda!Ela me encarava séria.— Sula, vocês est]ao casados faz mais de uma semana!— Eu sei. O Rafael está muito estranho.Ela arqueou a sobrancelha.— Estranho como?Procurei as palavras.— Não sei. Ele está quieto, não fala nada.— Explique melhor.— Bem... ele chega do trabalho, toma banho e dorme. Não tentou fazer nada.Alina sorriu.— Criança, talvez ele esteja esperando você fazer alguma coisa.Eu estava confusa.— Como assim? Ele quer que eu tente transar com ele?— Ele quer ter certeza que você está pronta. Talvez você tenha que dizer isso a ele.— Eu...— Você quer?Abaixei a cabeça envergonhada.— Quero.Alina segurou minha mão com carinho.— Não fique com vergonha. Isso é normal.Aquela semana tinha sido uma
Sai do banheiro apenas de toalha e olhei a Sula sentada na cama. Ela estava de pernas cruzadas, vestida com uma camiseta minha e ria de alguma coisa no celular. O cabelo cobria parte do rosto dela e caia sobre a perna. Era a imagem mais linda que eu já tinha visto e pela milésima vez eu repeti pra mim mesmo que tinha encontrado um tesouro. Ela era minha outra metade, meu sopro de vida, meu coração batendo fora do peito.Parei encostado na porta do banheiro e a observei em silêncio.Ela estava bem.Depois de tudo que ela tinha passado agora eu podia ver um sorriso e um brilho no olhar dela.Não tinha sido fácil, eu bem sabia disso, mas ela estava vencendo. Minha menina estava dando um show de coragem e superação. Faltava apenas mais um passo e eu sabia que estava chegando a hora. Eu mesmo não aguentava mais. Só de pensar no assunto meu corpo respondia com uma dolorosa ereção. Meu pau me lembrava constantemente que meu controle estava por um fio, mas eu precisava ir devagar. Tudo com a
Eu não consegui dormir.Olhei para o lado e vi o Rafael deitado de bruços, com a cabeça apoiada no braço e dormindo profundamente. Um arrepio percorreu meu corpo ao olhar aquele homem grande, musculoso e cheio de tatuagens e lembrar como ele fora carinhoso e paciente comigo na hora mais importante para mim. Transar foi como vencer uma grande maratona e finalmente atingir o primeiro lugar. E como foi lindo! Como foi perfeito me sentir uma mulher tão amada. Desci a mão pelo meu corpo e me toquei entre as pernas. Estava dolorido e mesmo assim eu queria que ele me pegasse de novo pra ele. Eu queria sentir aquela sensação maravilhosa de novo.Ele se mexeu na cama e ficou de barriga pra cima, me puxando para perto dele ainda de olhos fechados.Encostei a cabeça no peito dele e descansei a mão em sua barriga.Ele gemeu baixinho e eu senti algo tocando em minha mão.Olhei para baixo e vi o pau dele duro e encostado na barriga onde minha mão repousava.Não movi a mão do lugar com medo de tocar