Capítulo 4
(Ponto de Vista de Riley)

Muitas coisas passavam pela minha cabeça, mas eu não conseguia me conter enquanto deixava meus lábios se moverem contra os dele, suas mãos passavam pelos meus cabelos e eu o deixava me tocar de maneiras mais íntimas. O beijo dele foi algo que eu nunca tinha experimentado - era como uma lufada de ar fresco e, ao mesmo tempo, sufocante. Eu sentia tudo e, simultaneamente, nada - a eletricidade percorrendo meu corpo não tinha nada a ver com um vínculo de companheirismo, mas tinha tudo a ver com o anjo caído à minha frente. Não, ele não era um anjo, talvez fosse até o oposto, mas definitivamente tinha a aparência de um deus grego.

Finalmente, ele se afastou, e eu fiquei ofegante, querendo mais, com os lábios inchados. O que diabos tinha acabado de acontecer? E por que o Alfa Thane estava me chamando de sua companheira, quando eu tinha certeza de que não era dele? Pelo olhar dele, eu sabia que ele também sabia disso.

— Finja. — Ele sussurrou no meu ouvido, baixo o suficiente para que apenas eu ouvisse.

Fingir? Ele queria que eu fizesse de conta. Por que eu faria isso? Por quê...

Minha linha de pensamento foi interrompida.

— Ela não é sua companheira. — Uma voz soou gritando de trás, e Thane se virou como se finalmente percebesse a presença do Alfa pela primeira vez. Era Ryker.

— E por que você diria isso? — Perguntou o Alfa Thane, com os braços ao meu redor, me puxando para mais perto. Claro que Ryker não poderia dizer a verdade, pois ele havia enganado toda a alcateia para que acreditassem que Zara era sua verdadeira companheira e naquele momento ele não podia contar a verdade - que eu era sua companheira, e que ele tinha feito algo proibido ao me rejeitar secretamente.

— Ela é de baixa patente aqui. Um Alfa como você nunca poderia ser companheiro de uma loba como ela. — Ryker comentou, parecendo furioso, e eu me perguntei por que ele estava tão incomodado com isso. Eu também não sabia o que estava acontecendo de fato.

— Por que isso deveria te incomodar? — Thane perguntou, muito calmo, embora eu sentisse exatamente o oposto.

— Ela não seria boa o suficiente, afinal de contas ela não é nada.

Houve um rosnado profundo de Thane. O som enfraqueceu minhas pernas, e os outros lobos abaixaram as cabeças em sinal de submissão. Ryker nunca poderia desafiar isso.

— Eu peço desculpas, Alfa. — Disse Ryker, mas notei a veia no pescoço dele pulsando. Ele odiava ter que reconhecer a presença superior ali.

— Eu acredito que a loba ao seu lado é sua companheira e Luna, certo? — Thane perguntou, e Ryker parecia só perceber Zara, com uma expressão insatisfeita ao seu lado.

Ele inalou e me deu um único olhar. Ele estava refletindo, e então finalmente falou.

— Sim, essa é minha companheira e minha Luna.

— Então eu vou ter que te advertir: nunca fale dessa forma com a minha companheira. Caso contrário... — Thane deixou a ameaça no ar, e Ryker deu um aceno, se afastando.

Sempre imaginei como seria ver Ryker sendo posto em seu lugar, mas nunca imaginei que seria tão interessante assistir a isso. Uma parte de mim queria lançar um pequeno sorriso de escárnio, mas eu empurrei esse desejo para longe. Eu não era a companheira de Thane. Talvez ele tivesse me confundido com outra pessoa... Mas ele me pedira para fingir e também havia me chamado pelo meu nome.

Como ele sabia o meu nome?

Eu tinha certeza de que nunca havíamos nos encontrado antes. Claro, se eu tivesse conhecido o Alfa Thane da Alcateia Noite Eterna, não seria um incidente facilmente esquecido. Então, como ele sabia o meu nome?

Eu ainda me sentia tonta por causa do beijo, por tê-lo tão perto de mim, e tudo o que estava acontecendo era quase demais para processar.

— Venha comigo, companheira. — Thane disse, segurando minhas mãos. Eu hesitei, então ele se virou para mim. O olhar nos seus olhos me disse que desobedecer não seria uma opção, então eu o segui. Todos os olhares estavam em mim, mas então vi minha mãe na multidão, me observando. Sempre acreditei que minha mãe fosse a pessoa mais forte, e ela era, pois ela me provou isso inúmeras vezes. Mas ali estava ela, paralisada de horror, me vendo caminhar para longe com o Alfa Thane. Ela foi mais uma vez empurrada para trás pela multidão de espectadores.

O Alfa Thane me conduziu para fora do salão de festas.

Seu Beta, Axel, nos seguia a uma boa distância.

— Para onde está me levando? — Perguntei, e o medo que senti fez com que minha voz soasse tão pequena e instável.

— Para um lugar onde possamos ficar sozinhos.

-

Todas as histórias que eu ouvira sobre o Alfa vieram a mente. Ele era um dos Alfas mais temidos do mundo - sua alcateia tinha riquezas, conexões e números. Os soldados e membros da alcateia eram bem treinados, mas essa não era a única razão pela qual eles tinham tal reputação - eles também eram assassinos, e tinham sede de sangue. O Alfa Thane era menos tolerante, e toda a sua alcateia também era assim. Eu havia ouvido histórias de uma alcateia inteira sendo exterminada por causa de um acordo quebrado.

Ninguém ficava no caminho da alcateia Noite Eterna, e quem o fizesse era usado como exemplo para os outros.

No entanto, aqui estava ele, querendo que ficássemos "sozinhos".

Meu coração acelerou. Ninguém estava por perto, mas mesmo que estivessem, ninguém viria me ajudar. Eu não era exatamente uma das lobas mais queridas da minha alcateia, e ninguém jamais enfrentaria o Alfa Thane para vir ao meu socorro. Eu estava condenada.

— O que há de errado? — Ele perguntou, como se estivesse lendo meus pensamentos.

— O que você quer de mim? — Perguntei.

— Conversar.

O Alfa Thane queria conversar comigo… Achei isso muito difícil de acreditar. Eu não tinha nada a ver com ele, por isso não havia nada para conversar. Talvez eu fosse usada para enviar uma mensagem para a alcateia. Ou talvez esse fosse finalmente o meu fim, mas a parte doentia de mim era grata por ao menos ter visto Ryker ser posto no lugar, mesmo que esse fosse o último momento que eu testemunhasse.

— Você quer me matar, Alfa Thane? — Perguntei.

Ele não parecia surpreso pela pergunta - nem um pouco - e isso não ajudou na minha condição.

— Não. — Ele informou

— Não? — Questionei.

— Se eu quisesse te matar, já teria feito isso. Não preciso te trazer até aqui para fazer isso.
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