“Abigail Zapata Monterrey”O Martim e eu entramos no escritório de mãos dadas. Claro que a cobra da Maria Luiza já estava sentada na recepção lixando as unhas e quando nos viu chegar o olhar dela poderia ter me matado, pois era puro ódio.- Bom dia, Marilú! Senti sua falta no nosso casamento. – Eu me encostei no balcão da recepção e falei com uma simpatia fingida. – Mas o meu ursinho me contou que você foi muito gentil e ajudou a colocar todas aquelas flores lindas na casa pra mim.- É Malu! – Ela falou entre os dentes e meu sorriso se ampliou.- Pois é, Marilú, mas acredita que o meu ursinho achou que não estava a minha altura e me levou pra um hotel maravilhoso?! Menina, deixa eu te contar, um quarto lindo, todo arrumado especialmente para a nossa noite de núpcias. – Eu falei só para matá-la de raiva.- Nossa, Martim, mas eu me esforcei tanto. – Ela choramingou com ele.- Ah, Malu, mas eu queria algo ainda mais especial para a minha coelhinha! – O Martim entrou na minha e não contou
“Abigail Zapata Monterrey”Eu olhei para aquela coisinha desesperada em minha frente e pensei. Ela estava se esvaindo em lágrimas e era óbvio que eu não acreditava em nenhuma daquelas lágrimas falsas que ela derramava. No entanto, o meu pai me ensinou uma coisa, ele me dizia que nós deveríamos manter os inimigos por perto, pois assim poderíamos ficar de olho.Então eu pensei, se eu decidisse mandar a coisinha falsa embora, ela ficaria ainda mais zangada e aprontaria, estando fora das minhas vistas eu não poderia ficar de olho e me antecipar a ela, por outro lado, mantê-la ali era sinônimo de problema. Ai, como era difícil!- Abigail, por favor... – Ela começou a falar e eu não queria ninguém implorando nada pra mim, sempre achei que fazer as pessoas implorarem era sinal de soberba e eu não era esse tipo de pessoa arrogante.- Ai, para! Vamos fazer o seguinte, você fica, por enquanto, mas se você fizer mais uma gracinha, eu mesma te jogo na rua! Entendeu, Marilú! – Eu avisei e ela até
“Martim Monterrey”Eu estava em uma situação bastante difícil, eu entendia que a Abigail e o Emiliano eram grandes amigos, mas me incomodava saber que ela tinha sentimentos por ele. Ela estava comigo, nós estávamos nos dando bem e ela estava realmente interessada em mim. Mas eu não conseguia esquecer que ela o amava e quando ele falou dos problemas que estava tendo com a Camila, o que eu senti foi medo, medo que a Abigail tivesse esperança de conquistar o Emiliano, medo de que ela desistisse do que estava acontecendo entre nós.Mas parece que ela percebeu todos os meus medos e fez o meu coração se acalmar quando me garantiu que a pulseira não sairia do seu pulso. Eu a beijei, não apenas porque eu precisava senti-la, mas porque eu queria que o Emiliano visse que ela era minha e porque eu queria saber se ela recuaria porque ele estava ali diante de nós. Ela não recuou! Ela me beijou com a mesma intensidade, com o mesmo desejo.Eu começava a me dar conta de que eu queria ser mais para a
“Letícia Oliveira”A situação não estava boa para o meu lado desde que surgiu a notícia de que o Martim se casaria com a Abigail. Mas porque aquela estúpida tinha que atravessar o meu caminho? Eu precisava dar um jeito de resolver essa situação.- Câmi, você tem que me ajudar! Como eu vou atrapalhar aqueles dois se eu não posso entrar naquela empresa? – Era a décima vez que eu pedia para a Camila me ajudar, mas aquela vaca se negava.- Letícia, minha filha, será que você ainda não entendeu que, por causa da sua idéia estúpida da tinta no casamento, o Emiliano está chateado comigo? Eu estou pisando em ovos! – Eu já estava cansada dela ficar dizendo isso. O Emiliano estava exagerando.- Mas, Camila, ela me ligou! E ela está uma fera comigo. Você sabe o que significa? Ela vai me tirar tudo, Camila, e eu não quero voltar para aquela vidinha que nós tínhamos você sabe onde, não! – Eu bati o pé. – E também eu já estou cansada de viver naquela casa com os meus pais. Desde que eu voltei, eles
“Martim Monterrey”Eu estava concentrado na tela do computador quando a Abigail entrou em minha sala bastante séria.- Tem um minutinho, Martim? – Ela parecia preocupada.- Depende, para a minha coelhinha ou para a minha insuportável? – Eu me recostei na cadeira e a encarei.- E elas não são a mesma pessoa? – Ela me olhou confusa.- Sim, mas são duas personalidades completamente diferentes. – Eu sorri. – Não sei de qual eu gosto mais.- Mas é um bobo mesmo. – Ela riu e caminhou para em minha direção, parando bem em minha frente.- Quantas, Martim? – Ela me perguntou e eu não entendi a que ela se referia.- Quantas? – Eu a olhei desconfiado. – Quantas o quê, Abi?- Quantas mulheres aqui nessa sala? – Ela perguntou e eu entendi o que ela queria saber e já fiquei preocupado.- Não vá por um caminho que não vai te deixar feliz, Abi! – Eu respondi.- Eu quero saber. Quantas? – Ela insistiu e subiu no meu colo, apoiando um joelho de cada lado do meu corpo.O seu vestido subiu o suficiente p
“Abigail Zapata Monterrey”Eu tinha ido à sala do Martim só para implicar com ele. Eu o peguei com mulheres diferentes ali algumas vezes, mas eu nunca me esqueceria da primeira vez. E eu realmente queria que ele se esquecesse de todas as mulheres que haviam estado ali.Mas o nosso momento foi interrompido pelo Emiliano com uma proposta indecorosa. E depois que o Emiliano saiu da sala do Martim, o telefone dele tocou e eu acabei voltando para a minha sala sem concluir o que eu havia ido fazer lá.Agora eu estava aqui, sentada nesse restaurante italiano, esperando a Camila, que tinha sido a autora convite, chegar. E ela estava atrasada vinte minutos.- Eu estou com fome e vou fazer o meu pedido! – Eu informei, já sentindo o mau humor da fome me pegar.- Abi, só mais um minuto, por favor? – O Emiliano pediu e eu o encarei já impaciente.- É muita falta de respeito ela se atrasar assim. E o pior é que a criatura nem trabalha, fica em casa o dia inteiro à toa. – Eu reclamei, mas esperei.-
“Martim Monterrey”No fim do dia a Camila ainda não tinha aparecido e eu estava grato por isso. Aquelas duas conseguiram acabar com o bom humor da Abigail, que não quis mais almoçar e se trancou em sua sala depois que voltamos do restaurante. Eu tentei de todas as formas fazê-la baixar a guarda, mas ela estava irredutível. Nem o lanche que eu mandei entregar abrandou o coração dela. Eu já sabia que quando ela se fechava assim, dificilmente se acalmaria.Mas eu estava preocupado, afinal nós ainda receberíamos a sua madrasta em casa à noite e essa, pelo que eu já sabia, tinha potencial para despertar a fúria da Abigail só com a sua presença.- Posso entrar? – Eu abri apenas uma fresta da porta da sala dela.- Pode. – Ela respondeu, fria e sem levantar a cabeça.- Vamos pra casa, coelhinha. – Eu chamei calmamente.- Eu vou terminar isso aqui. – Ela respondeu quase que automaticamente, parecia que nem estava ali.Eu criei coragem e me aproximei, me abaixei ao lado da sua cadeira e comecei
“Abigail Zapata Monterrey”Eu estava rindo da gracinha que o Martim fez e olhando para ele, pensando se ele estava só me fazendo rir ou se estava me fazendo uma promessa, eu abri a porta mais por um ato mecânico, mas eu ainda estava presa nos olhos brincalhões dele.- Ah, mas se eu soubesse que você ficaria tão feliz em me receber eu teria vindo antes, Abigail! – Eu ouvi a voz da Magda e o meu sorriso se fechou imediatamente. Eu simplesmente bati a porta na cara dela, por mim, que fosse embora. E o Martim riu ainda mais.- Coelhinha, você realmente bateu a porta na cara da inconveniente? – O Martim tinha um sorriso lindo quando ele sorria assim, tão leve e despreocupado, parecia que ele sorria até com os olhos.- Ah! Bati? Nem percebi! – Dei de ombros e ele esticou a mão e girou a maçaneta, abrindo a porta.Eu virei e vi de pé em minha frente a chata da Magda, o filhinho idiota dela e o Tony. Eu não estava muito feliz com o Tony por me fazer receber essa mulher e achava bom que essa v