“Martim Monterrey”Acordei na manhã seguinte sentindo as mãozinhas quentes da Abigail passeando por mim. Na noite anterior nós havíamos combinado de acordar cedo e tomar o café da manhã no restaurante do hotel, para não chegarmos tarde à casinha.- Como você quer chegar cedo na casinha e ir para a praia se me acorda desse jeito? – Eu perguntei antes de abrir os olhos.- Como você quer que eu resista a você dormindo nu ao meu lado? – Ela respondeu e eu ri.Eu adorava as suas respostinhas atrevidas, sempre gostei, desde o primeiro dia, quando ela fez aquela carinha de falsa inocência para me dizer que o suco mancharia a minha camisa.- Você sabe que me deve uma camisa, não sabe? – Eu me virei sobre ela.- De onde você tirou isso? – Ela perguntou e seus olhos brilhavam tanto que me deixaram sem fôlego.- Aquele seu suquinho gelado no dia em que eu te vi pela primeira vez. Manchou a minha camisa. – Eu respondi.- Foi culpa sua. E manchou o meu vestido. – Eu ri, nenhum de nós dois nunca ir
“Martim Monterrey”A semana na praia com a Abigail foi perfeita e deliciosa. Nós conversamos muito, tomamos sol e demos uns amassos na pedra, caminhamos de mãos dadas na praia ao entardecer, assistimos ao pôr do sol, fizemos amor no mar e a cabeceira daquela cama bateu tanto na parede que eu precisaria mandar consertar a parede e refazer a pintura.Se algum momento eu pensei que ir pra cama com a Abigail faria com que a tensão sexual entre nós se esvaísse, agora eu já começava a achar que transar com ela só fazia aumentar aquela tensão sexual. Ela era linda, perfeita e sexy, e eu começava a desconfiar que gostava mais de sexo do que eu. Aquela mulher era uma tarada. Perfeita pra mim!Mas ela também aprendeu de alguma forma a conseguir de mim tudo o que queria. Eu não podia dizer não a ela, era impossível. E foi por isso que ela me convenceu a acordar cedo em pleno domingo e voltar pra casa pela manhã, ao invés de voltar no fim do dia como eu tinha planejado. Agora nós estávamos tocand
“Magda Zapata”Ainda era manhã de segunda feira e aquele homem estava sentado diante de mim no lobby do hotel me dizendo que tinha feito o trabalho que eu encomendei e que eu havia jogado o meu dinheiro fora.- Sr. Salvador, o senhor está me dizendo que eles realmente se comportam como um casal? – Eu olhava para o detetive particular, um homem calvo, de bigode e óculos redondinho, que parecia mais um vendedor de livros do que um detetive.- D. Magda, eu estou dizendo que eles são o casal mais apaixonado que eu já vi na vida! E eu estou nessa de detetive particular há mais de vinte anos. Nem os amantes que eu já flagrei eram tão apaixonados quanto esses dois. – O detetive me olhava como se aquilo fosse algo admirável.- Mas não é possível! – Eu olhava as fotos da Abigail com o tal Martim e quase não podia acreditar.Em todas aquelas fotos eles estavam se beijando, abraçados, com olhares apaixonados um para o outro. Eu me perguntava em que momento aquela detestável havia deixado de gost
“Abigail Zapata Monterrey”O Martim e eu entramos no escritório de mãos dadas. Claro que a cobra da Maria Luiza já estava sentada na recepção lixando as unhas e quando nos viu chegar o olhar dela poderia ter me matado, pois era puro ódio.- Bom dia, Marilú! Senti sua falta no nosso casamento. – Eu me encostei no balcão da recepção e falei com uma simpatia fingida. – Mas o meu ursinho me contou que você foi muito gentil e ajudou a colocar todas aquelas flores lindas na casa pra mim.- É Malu! – Ela falou entre os dentes e meu sorriso se ampliou.- Pois é, Marilú, mas acredita que o meu ursinho achou que não estava a minha altura e me levou pra um hotel maravilhoso?! Menina, deixa eu te contar, um quarto lindo, todo arrumado especialmente para a nossa noite de núpcias. – Eu falei só para matá-la de raiva.- Nossa, Martim, mas eu me esforcei tanto. – Ela choramingou com ele.- Ah, Malu, mas eu queria algo ainda mais especial para a minha coelhinha! – O Martim entrou na minha e não contou
“Abigail Zapata Monterrey”Eu olhei para aquela coisinha desesperada em minha frente e pensei. Ela estava se esvaindo em lágrimas e era óbvio que eu não acreditava em nenhuma daquelas lágrimas falsas que ela derramava. No entanto, o meu pai me ensinou uma coisa, ele me dizia que nós deveríamos manter os inimigos por perto, pois assim poderíamos ficar de olho.Então eu pensei, se eu decidisse mandar a coisinha falsa embora, ela ficaria ainda mais zangada e aprontaria, estando fora das minhas vistas eu não poderia ficar de olho e me antecipar a ela, por outro lado, mantê-la ali era sinônimo de problema. Ai, como era difícil!- Abigail, por favor... – Ela começou a falar e eu não queria ninguém implorando nada pra mim, sempre achei que fazer as pessoas implorarem era sinal de soberba e eu não era esse tipo de pessoa arrogante.- Ai, para! Vamos fazer o seguinte, você fica, por enquanto, mas se você fizer mais uma gracinha, eu mesma te jogo na rua! Entendeu, Marilú! – Eu avisei e ela até
“Martim Monterrey”Eu estava em uma situação bastante difícil, eu entendia que a Abigail e o Emiliano eram grandes amigos, mas me incomodava saber que ela tinha sentimentos por ele. Ela estava comigo, nós estávamos nos dando bem e ela estava realmente interessada em mim. Mas eu não conseguia esquecer que ela o amava e quando ele falou dos problemas que estava tendo com a Camila, o que eu senti foi medo, medo que a Abigail tivesse esperança de conquistar o Emiliano, medo de que ela desistisse do que estava acontecendo entre nós.Mas parece que ela percebeu todos os meus medos e fez o meu coração se acalmar quando me garantiu que a pulseira não sairia do seu pulso. Eu a beijei, não apenas porque eu precisava senti-la, mas porque eu queria que o Emiliano visse que ela era minha e porque eu queria saber se ela recuaria porque ele estava ali diante de nós. Ela não recuou! Ela me beijou com a mesma intensidade, com o mesmo desejo.Eu começava a me dar conta de que eu queria ser mais para a
“Letícia Oliveira”A situação não estava boa para o meu lado desde que surgiu a notícia de que o Martim se casaria com a Abigail. Mas porque aquela estúpida tinha que atravessar o meu caminho? Eu precisava dar um jeito de resolver essa situação.- Câmi, você tem que me ajudar! Como eu vou atrapalhar aqueles dois se eu não posso entrar naquela empresa? – Era a décima vez que eu pedia para a Camila me ajudar, mas aquela vaca se negava.- Letícia, minha filha, será que você ainda não entendeu que, por causa da sua idéia estúpida da tinta no casamento, o Emiliano está chateado comigo? Eu estou pisando em ovos! – Eu já estava cansada dela ficar dizendo isso. O Emiliano estava exagerando.- Mas, Camila, ela me ligou! E ela está uma fera comigo. Você sabe o que significa? Ela vai me tirar tudo, Camila, e eu não quero voltar para aquela vidinha que nós tínhamos você sabe onde, não! – Eu bati o pé. – E também eu já estou cansada de viver naquela casa com os meus pais. Desde que eu voltei, eles
“Martim Monterrey”Eu estava na porta da igreja, nervoso e ansioso, esperando pela mulher da minha vida, a Alice. Nós estávamos juntos há um ano e meio e agora ela finalmente seria minha esposa, mas ela estava atrasada, muito atrasada para o nosso casamento. Eu nunca entenderia porque algumas noivas se atrasam.- Calma, Martim, ela deve estar presa no trânsito, você sabe, o trânsito nessa cidade é horrível! – Meu melhor amigo e sócio, Emiliano Quintana estava ao meu lado tentando me fazer parar de andar de um lado para o outro.- Ela está uma hora atrasada, Emiliano. Alguém conseguiu falar com ela? E se aconteceu alguma coisa? Ela pode ter passado mal, ter sido assaltada... – Coisas horríveis passavam pela minha cabeça. Eu não poderia suportar que nada de mal acontecesse a mulher que eu amava.- Ninguém conseguiu falar com ela, por isso o seu irmão Ignácio foi até a casa dela verificar. Os pais dela também não chegaram e nem mesmo a Mônica e nós não estamos conseguindo falar com nenhu