FERNANDO NARRANDO Fiz uma série de ligações para tentar encontrar a Eliza, pelo menos eu soube que ela não está nas mãos dele, mas será que não mesmo? será que ele não está tentando encobrir e fez aquele joguinho de me ligar só para despistar?? Vou ligar mais uma vez para o Enzo para saber como estão as coisas. — Pode me dar alguma notícia boa? - falo já irritado com tanta incompetência e nem faz tanto tempo que liguei, mas eu estou a ponto de enfartar. — Nada ainda chefe, mas não se preocupe, lá ela também não se encontra, inclusive o nosso informante já disse que ele está endiabrado com tudo isso, já até falei com o senhor. — Qualquer notícias, eu falo para o senhor. - Antes de ir para o hospital vou ali naquele galpão fazer uma coisa. Chego lá e vejo um rapaz até apresentável, deve ter um pouco mais que a idade do Tom. Ele estava sentado numa cadeira com as pernas amarradas, os braços para trás amarrados, os seus olhos vendados e boca amordaçada. Puxo a
TOM NARRANDO Nem acredito que depois daquele mal entendido a gente se resolveu. Eu não tenho palavras para expressar o que eu estou sentindo, sei que esse sentimento vai me fragilizar, sempre escuto que quem ama são tolos, e para ser sincero é a pura verdade, ficamos mesmo, mas quem importa, o q eu quero é viver isso. Mas estou feliz por isso, e, na verdade é isso o que mais importa. Acabei de sair de lá, mas deixei o meu coração, ela sempre me faz muita falta. — Você realmente está apaixonado, né? — Eu estou amigo, eu não vou negar e nem quero. Fugi tanto disso a vida toda, vi meu pai sofrendo por uma amor que ele não pode ter, que infernizou a vida da minha mãe. Eu não queria casar e não vou casar por conveniência mais, eu quero a Eliza e ela sim vai ser a minha mulher. — Tom, ela odeio máfia, você já pensou nisso quando ela descobriu tudo? — Sei que ela odeia, mas ela tem dois motivos para querer ficar comigo Alex, e são fortes. — Quais então me fa
ELIZA NARRANDO A ida do Tom para Palermo me deixou triste, muito pelo que estou passando, encontrei nele o meu porto seguro, sei lá parece que somos almas gêmeas e nos conhecemos de outros planos, só isso para explicar tudo que estamos vivendo. Quando ele me falou da morte do avô e escutar ele chorando e não poder fazer nada aquilo me devastou, se eu pudesse me teletransportar e abraçar ele por instantes teria feito na hora, mas infelizmente não tinha como fazer isso. Ele deve conhecer o Marco Bonanno, afinal é de Palermo, como eu falar isso tudo para o Tom? to nervosa, eu não quero perdê-lo. Preciso contar, odeio está mentindo. na verdade eu estou omitindo. Certa vez eu resolvi digitalizar todas as cartas que a minha mãe escreveu para mim. Tenho medo de que possa, sei lá, acontecer algo e as perca. E aquilo é muito importante para mim, como essa correntinha que ela deixou para mim com a letra A. Eu quase não tiro, para mim serve como se fosse um amuleto da sorte, ass
FERNANDO NARRANDO Ainda continuo sem saber onde a Eliza foi parar, isso tem me torturado, me perdoa Ana, eu não consegui protegê-la como devia, mas eu te prometo que vou achá-la e quando isso acontecer, nunca mais ela estará só, porque o pai que o Feliciano não foi para ela porque não teve oportunidade eu serei, mesmo que de longe eu te prometo ou não me chamo Fernando Denaro. Há dois dias que o Tom saiu para ir para Roma, mas antes de ir jogou uma bomba na nossa mesa. Disse que voltaria com a namorada para conhecermos. Eu não estava errado, conheço bem meu filho, eu sábia que ele estava diferente e no fundo apesar de ter falando com alguns amigos para um possível casamento já que ele não esboçava reação para casar, fico muito feliz que enfim ele arrumou alguém que parece gostar. E o melhor, ele fez aquilo que eu não tive coragem de fazer temos atrás. se eu tivesse feito hoje a ana estaria vida, e quem sabe a Eliza não seria a minha filha. E acho que ele está bem apaix
MÁRCIA NARRANDO Anos atrás Tenho 17 anos e estou para ir para faculdade, mas ainda nem sei o que quero fazer, na verdade. Queria mesmo era ter nascido homem e ser Don como o meu pai, mas só nisso mesmo, porque eu gosto mesmo é de homem . Adoro quando o meu pai nos leva para ver torturas, ou quando ele faz a gente fazer umas em animais, aquela adrenalina ali me fascina. Escuto alguém bater à porta. — Pode entrar! - Era a voz da empregada. — Senhorita, Dr. Giancarlo pede a sua presença lá embaixo. — Está certo Eleonora, fala que eu já estou indo. - Meu pai não gosta que demore a atendê-lo. — Oi pai, estou aqui, algum problema? - A cara dele estava boa, então não parecia problemas. — Sente aí, preciso conversar com você. - Ele falou tão serio aora que eu pensei ser problemas sim. — Eu já falei para você que na nossa organização os casamentos são alianças entre o casal e também entre as famílias, nós acabamos criando acordos que permitem isso. — Pois bem
MARCO NARRANDO Eu não acredito que o Francesco estava no mesmo lugar daquela vagabunda,. Ele sabe parte da minha história e quer saber eu vou contar tudo para ele. Olho para ele e resolvi que irei contar tudo agora. Certeza que ele entenderá. — Sente aí que preciso conservar com você sobre isso. — Bom, você sabe que eu fui casado antes da sua mãe. — Sim, que a sua ex-mulher fugiu com o motorista e que você a encontrou depois e matou os dois.- Ele dispara parte da história. — Exatamente, aquilo foi a pior coisa que eu já passei na minha vida. - Muito pela vergonha, mas também porque eu a amava, mas teimando em não querer aceitar. — Eu imagino pai. Traição é algo que nos revolta mesmo. — Isso, eu me revoltei porque confiei nele, e mais ainda nela. E eles agiram por trás. — Você gostava muito dela? — Gostava, apesar do meu jeito grosso, implacável, mas eu gostava do meu jeito. - Só hoje de fato eu tenho consciência. - E às vezes me lamentei por isso.
TOM NARRANDO Sou bem ansioso com a nossa ida a minha casa, sei que talvez a minha mãe vá implicar um pouco, mas pela minha felicidade, até porque ela sabe que nunca levei ninguém a minha casa e estou levando ela, sei que ela vai ceder e aceitar a Liza. Chegamos em Palermo perto da hora do jantar e em seguida fomos para a casa dos meus pais. Confesso que estava nervoso, não sabia o que esperar, mas não imaginava que aconteceria o que aconteceu. Meu pai passa mal, minha mãe tratando a Eliza mal, Eliza por sua vez que não tem papas na língua respondeu a minha mãe a altura, coisa que confesso não gostei de vê as duas mulheres da minha vida brigando, aquilo não me agradou, mas minha mãe exagerou e a Liza também poderia ter relevado algumas coisas pelo momento, afinal meu pai estava passando mal. Depois de toda a confusão, saímos para jantar com o meu pai depois que a crise hipertensiva passou e o nosso jantar foi muito bom, notei que o meu pai facilmente gostou dela, ele a
ELIZA NARRANDO Nunca imaginei que o jantar na casa dele fosse terminar com a mãe dele me destratando tanto. Sei que eu poderia ter sido mais educada, mais condescendente, mas a minha vida está uma montanha russa. Não sei o que fazer ou pensar. Não é fácil você andar por todos os lugares e se sentir vigiada, se sentir perseguida. Eu sempre vivi sob ameaça, mas vivê-la de verdade é algo que me amedronta. È de uma proporção fora do comum. No jantar eu perdi o controle com a mãe dele, sei que não deveria ter feito, mas ela também acabou com a minha paciência. Já o pai dele, que senhor incrível, doce, me tratou como um carinho tão grande, que fiquei com uma invejinha do Tom, como seria ter um pai junto a mim. To aqui no quarto num dilema, ao mesmo tempo que quero ir embora eu não consigo mais me ver longe dele. Ah quer saber é melhor eu voltar para Barcelona, lá eu vou pensar direito é a minha terra, se o Tom quiser me ver ele vai lá. Ou melhor não, ai que difícil. El