MARCO NARRANDO A noite foi uma tranquilidade, dormir tão bem. Enfim, hoje eu pego essa desgraçada, e já vi que o meu dia vai ser muito bom. Então ela vai ser a minha sobremesa, quero muito estuprar aquela vadia e depois vou matá-la aos poucos. Tomo um banho e desço para tomar café. Hoje eu vou ficar em casa, tenho uma série de coisas para fazer e não quero ser interrompido lá na empresa e quero ficar sabendo das coisas da Eliza o quanto antes. Sento a mesa com a Martina e o Vitorio. — Bom dia. - Falo para todos. — Bom dia Marco. — Bom dia pai. — Vitorio, hoje eu vou ficar em casa lendo uns contratos e fazendo umas contas com um pessoal, então qualquer coisa de mais sério na empresa você procura saber o que é e passa-me. Como o seu irmão não está lá então ficamos combinados assim. — Mas a depender do que seja eu posso resolver pai. - Esse menino não aprende mesmo, ja disse que ele ainda é muito jovem pra tomar decisões serias. — Vitorio, você mal se formou, n
TOM NARRANDO Volto do Hotel muito irritado, mas que droga porque ela desligou o celular e se quer mandou uma mensagem avisando que não iria mais almoçar. Por que ela não estava lá no hotel? Onde teria ido? Mas a Eliza não parece ser esse tipo de pessoa que some sem avisar. Chego na empresa e vou usar o elevador principal, o que vai direto para sala estão limpando, falaram que em 5 minutos extraia pronto mais estou sem paciência de esperar. Entro e estava prestando atenção nas mensagens do celular quando de repente uma mão segura a porta do elevador. o que o impede de fechar a porta. Quando olho para frente nem acredito que vejo ela. — Tom, por favor, preciso de você - E ela cai no chão, corro para ajudar e chegam mais duas pessoas, passo a minha mão no seu rosto e bato devagar para ela acordar. — Eliza, Eliza, por favor, o que aconteceu- Olho para ela e vejo marcas vermelhas que acho que é sangue. Mas não vejo ferimentos nela. Pego ela nos braços quando a percebo voltando aos
ELIZA NARRANDO Nem acreditei que enfim estava em frente de alguém conhecido que não queria me matar. Ele é a única pessoa que eu posso pedir ajuda nesse momento. E como eu vou contar tudo? como pensar em envolvê-lo nessa sujeira toda que coloquei por baixo do carpete durante esses 26 anos que existo. Tentarei contar por cima, só para que ele entenda um pouco do que está me acontecendo, do porque estou sendo caçada, até sair desse pais, e me embrenhar em outro lugar e viver por mais 30 anos ou mais longe desse maldito Marco Bonanno. No momento que estou contando eu tento recuar, penso em ir embora, mas olho para ele e só vejo uma coisa: proteção, sentimento. Nesse momento só ele pode me ajudar a sair dessa confusão em que me encontro. Eu nunca deveria ter “desobedecido” a minha mãe, mas, ao mesmo tempo se eles me acharam aqui, será que isso já veio de lá? Eles conseguiram informações ao mesmo respeito lá em Barcelona? Não quero mais pagar para vê, só vou pedir ao Tom q
TOM NARRANDO Quando a Eliza fala para eu não ir, eu sabia que não ia me controlar, e tudo acontecia numa intensidade que me dominava. Beijo-la estava sendo a melhor experiência da minha vida, ali me conectava com uma avalanche de sentimentos que me fazia respirar melhor. Não fui homem de sentir essas coisas, sempre achei muito futilidades, porque o que eu queria mesmo era dormir com uma mulher a cada dia, sem me preocupar em dar satisfações. Eu sou da máfia, minha alma é vendida aos preceitos da máfia e como eu podia tá me sentindo assim? Simples , pela primeira vez eu estava amando e sendo correspondido na mesma intensidade. Quando descobri isso já fiquei me perguntando como faria para o meu pai aceitar ela, ai na hora H ela vai e me diz que era Virgem, eu precisei fazer um esforço sobrehumano. Ná imaginei que conseguiria parar. E a sua afirmativa foi uma das melhores coisas que eu quis escutar nos últimos tempos. Mas a minha recusa causou uma dor enorme nela. Ela já
ELIZA NARRANDO Entro no banheiro e meus olhos explodem em lágrimas. Sempre sonhei em me apaixonar por alguém , em entregar meu coração, fazer dessa pessoa o meu porto seguro, construir uma família, ter aquilo que eu fui privada um dia. Aí vem o Tom, que invade o meu espaço me deixando exposta revirando o meu mundo de ponta cabeça, e me faz acreditar que é possível amar, no mesmo instante o que eu sempre temia aconteceu. Agora estou sendo caçada pelo homem que se acha um Deus e tem direito sobre a vida do outro.Será que o Tom resolveu não me tocar porque não me ama o suficiente e sabe que muitas mulheres continuam virgem até achar o cara ideal. Ai que droga de pensamento. Lavo o meu rosto e demoro por lá. Quando saio do banheiro dou de cara com ele ainda no quarto. — Que susto pensei que você tinha saído daqui. - Ele estava sentado na cama. Ele bate na cama . — Senta aqui. - Sigo devagar até e me sento em frente para ele com as pernas entrelaçadas uma na outra. Ele seg
FERNANDO NARRANDO Fiz uma série de ligações para tentar encontrar a Eliza, pelo menos eu soube que ela não está nas mãos dele, mas será que não mesmo? será que ele não está tentando encobrir e fez aquele joguinho de me ligar só para despistar?? Vou ligar mais uma vez para o Enzo para saber como estão as coisas. — Pode me dar alguma notícia boa? - falo já irritado com tanta incompetência e nem faz tanto tempo que liguei, mas eu estou a ponto de enfartar. — Nada ainda chefe, mas não se preocupe, lá ela também não se encontra, inclusive o nosso informante já disse que ele está endiabrado com tudo isso, já até falei com o senhor. — Qualquer notícias, eu falo para o senhor. - Antes de ir para o hospital vou ali naquele galpão fazer uma coisa. Chego lá e vejo um rapaz até apresentável, deve ter um pouco mais que a idade do Tom. Ele estava sentado numa cadeira com as pernas amarradas, os braços para trás amarrados, os seus olhos vendados e boca amordaçada. Puxo a
TOM NARRANDO Nem acredito que depois daquele mal entendido a gente se resolveu. Eu não tenho palavras para expressar o que eu estou sentindo, sei que esse sentimento vai me fragilizar, sempre escuto que quem ama são tolos, e para ser sincero é a pura verdade, ficamos mesmo, mas quem importa, o q eu quero é viver isso. Mas estou feliz por isso, e, na verdade é isso o que mais importa. Acabei de sair de lá, mas deixei o meu coração, ela sempre me faz muita falta. — Você realmente está apaixonado, né? — Eu estou amigo, eu não vou negar e nem quero. Fugi tanto disso a vida toda, vi meu pai sofrendo por uma amor que ele não pode ter, que infernizou a vida da minha mãe. Eu não queria casar e não vou casar por conveniência mais, eu quero a Eliza e ela sim vai ser a minha mulher. — Tom, ela odeio máfia, você já pensou nisso quando ela descobriu tudo? — Sei que ela odeia, mas ela tem dois motivos para querer ficar comigo Alex, e são fortes. — Quais então me fa
ELIZA NARRANDO A ida do Tom para Palermo me deixou triste, muito pelo que estou passando, encontrei nele o meu porto seguro, sei lá parece que somos almas gêmeas e nos conhecemos de outros planos, só isso para explicar tudo que estamos vivendo. Quando ele me falou da morte do avô e escutar ele chorando e não poder fazer nada aquilo me devastou, se eu pudesse me teletransportar e abraçar ele por instantes teria feito na hora, mas infelizmente não tinha como fazer isso. Ele deve conhecer o Marco Bonanno, afinal é de Palermo, como eu falar isso tudo para o Tom? to nervosa, eu não quero perdê-lo. Preciso contar, odeio está mentindo. na verdade eu estou omitindo. Certa vez eu resolvi digitalizar todas as cartas que a minha mãe escreveu para mim. Tenho medo de que possa, sei lá, acontecer algo e as perca. E aquilo é muito importante para mim, como essa correntinha que ela deixou para mim com a letra A. Eu quase não tiro, para mim serve como se fosse um amuleto da sorte, ass