Raul narrando.Eu chorava feito criança. Aquilo era tudo culpa minha. Eu devia ter sido mais firme e pedido para ela não vir. Também deveria, ao menos, ter escutado o que ela queria me dizer quando a deixei no hospital com a Anna.As pessoas começaram a se aproximar do local do acidente, e logo chegaram várias viaturas e ambulâncias. O outro carro que havia batido nela já estava longe a essa altura. A maldita Stela destruiu minha paz, acabou com a minha felicidade, e agora eu não sabia se Vitória iria resistir, muito menos se eu aguentaria viver sem ela.As pessoas ao redor gritavam horrorizadas com a cena que viam. Algumas ligavam insistentemente para o corpo de bombeiros e pediam o helicóptero de resgate para casos graves.Depois de algum tempo, os paramédicos finalmente chegaram perto. Um deles segurava uma lona, enquanto outros traziam a maca, prontos para retirar o corpo de Vitória do carro.Stevan, ao ver o acidente, saiu correndo em direção à Vitória, mas Nathan o segurou antes
Anna narrando. Eu estava me sentindo realizada, tudo o que eu mais queria era o Viktor, os meus filhos e o meu pai bem, e graças a Deus estão todos aqui comigo, neste momento tão incrível da minha vida, que foi o nascimento do meu pequeno Eduardo, o meu menino, minha promessa. Viktor estava ao meu lado, como sempre fez, mas eu sabia que ele não estava 100% ali comigo… Tinha algo que estava preocupando ele e eu poderia apostar o meu cargo na Máfia que tinha a ver com aquelas flores que recebi do tal Mikahil… Algo me diz que ele tem alguma ligação com a Stela. Minha vida estava perfeita sem ela envolvida, mas parece que justo agora as coisas vão se complicar de vez, e pode ser que eu precise pedir ajuda ao tio Arthuro, mesmo sabendo que o Viktor jamais aceitaria por causa do Bernardo. Estávamos prontos para ir embora quando a Nathaly recebeu uma ligação estranha e, do nada, ela começou a gritar e chorar bastante descontrolada. Algo muito sério deve estar acontecendo, talvez com alg
Raul narrando.Eles correram com a maca, e eu fiquei em frente ao hospital. Precisava fumar um cigarro, senão eu não teria paz.Virei as costas e entrei no hospital novamente. Fui para a sala de espera e estava quase afundando o piso de tanto que andava de um lado para o outro. A ansiedade percorria o meu corpo como se tivessem injetado adrenalina em mim.Se passaram duas horas e nada do médico aparecer. Fui até a recepção e dei um soco na bancada de tão nervoso. Como podem passar duas horas sem nenhuma notícia da minha mulher?Eu não estava mais aguentando de ansiedade, então chamei o Nathan para irmos respirar um pouco. Aquela espera uma hora iria me matar… Assim que chegamos na entrada do hospital, o Viktor, a Anna e a Nathaly apareceram e nós conversamos um pouco. Contei mais ou menos o que aconteceu, e em seguida Viktor resolveu ir até a sede da máfia para tentar apurar os fatos e ver se conseguia contato com o Stevan. Só então me lembrei que ele tinha ido atrás da Stela, e esper
Nathan narrando.Depois de toda a loucura, finalmente conseguimos voltar para casa. Eu estava exausto e meu corpo implorava por minha cama, mas não esperava encontrar a casa completamente vazia para mim e Nathaly.Ainda estava namorando a Tânia, mas já sabia há algum tempo que ela era traidora. Apenas continuei com ela para conseguir informações e depois avisar meu irmão sobre o que estava acontecendo.Nathaly, porém, já desconfiava de Tânia e armou uma emboscada para pegá-las juntas. No fim, o plano delas falhou, e nesse meio tempo, Vitória acabou sendo levada sem que percebêssemos, e depois aconteceu tudo o que já sabemos.Desde que Nathaly veio morar na nossa casa, comecei a perceber que ela era diferente do que todos diziam. As pessoas a julgavam, chamavam-na de interesseira, entre outros apelidos idiotas, mas a verdade era que a garota não tinha namorado. Surpreendentemente, em uma das nossas conversas, ela deixou escapar que ainda era virgem.Eu estava apaixonado. Todos os dias
Nathan narrando.— O que foi? – Perguntei, fazendo carinho nela.— Como isso poderia dar certo, o que vai ser…?Coloquei os meus dedos nos seus lábios, impedindo que ela continuasse a falar.— Para de pensar nessas coisas, só vive o momento comigo. Eu estou aqui por você, para você e com você, não importa o que aconteça. Só te peço que confie em mim.Ela me olhava de maneira melancólica enquanto me escutava, mas acenou com a cabeça positivamente e me abraçou, suspirando. Apertei o seu corpo contra o meu e afaguei seus cabelos. Ela se desfez do abraço, saindo de cima de mim devagar e sentando ao meu lado.— Tenho que ir, pode chegar alguém e me pegar aqui com você. – Ela disse, parecendo preocupada.— Eu não me importo. Eu estou com a única pessoa que eu gostaria que sentisse a minha falta. E, a essa altura, creio que ninguém mais vai chegar em casa. – Respondi, enquanto olhava as horas no meu relógio.Ela arqueou as sobrancelhas, fazendo cara de deboche.— Ah, é!? E se, de repen
Viktor narrando Eu deixei a Anna no hospital e fui o mais rápido que pude para a sede da organização, quanto antes eu conseguisse todas as informações que precisava, melhor. Minha mente não estava funcionando direito. Eu estava confuso e com muita raiva ao mesmo tempo. Nada fazia sentido, muito menos a desconfiança da melhor amiga da Anna. Eu confesso que, ultimamente, percebi algumas atitudes estranhas por parte da Tânia, mas pensava que fosse algo relacionado ao meu irmão e o relacionamento deles, não que ela seria uma possível ajudante da Stela. O problema agora é como a Anna vai receber mais essa informação, já que elas se conhecem desde sempre. Espero, do fundo do coração, que ela acredite em mim, porque não vou mais permitir que essa mulher entre na minha casa, muito menos que se aproxime dos meus filhos. Assim que entrei no meu escritório, interfonei para a secretária e pedi que localizasse o Stevan e os agentes que seriam escalados para a busca da Stela e para a proteçã
Anna narrando:Depois de um longo tempo cuidando do Eduardo, ele finalmente dormiu. O garotinho acabou de nascer e está sofrendo com cólicas. Eu sofro junto com ele. Nunca imaginei que choraria de desespero por ver meu bebê com dor.Coloquei-o no berço ao lado da minha cama, sentei-me e apoiei as costas no travesseiro. Fiquei alguns minutos sozinha, chorando e tentando organizar minha mente, que estava uma completa bagunça com tantas informações, até que me dei conta de que não estava mais sozinha.Viktor sentou-se ao meu lado e, sem dizer nada, me olhava com um semblante preocupado. Logo que percebi, sequei as lágrimas e encostei a cabeça na cabeceira da cama.— Tudo bem com você? — Viktor perguntou, ainda me fitando.— Hm-hum… — murmurei.— Não parece… — Ele abaixou a cabeça. — Tudo o que eu menos queria neste momento era te trazer problemas, princesa.— Faz parte… — Sorri, sem graça. — Nunca vamos ter paz. Quando não é alguém tentando nos matar, é alguém prejudicando quem amamos. J
Stela Narrando.Estou cansada de ficar trancada nessa casa sem sequer conseguir ver a luz do sol. A única pessoa com quem tenho para conversar de vez em quando é a imbecil da Tânia. Ela sempre vem aqui para trazer algo de que preciso ou para me contar como andam as investigações do Viktor para tentar descobrir onde estou.Eu sempre disse que, se um dia me escondesse, ele jamais me encontraria, e agora ele está sentindo na pele o que eu disse.O único dia em que consegui sair daqui foi quando me envolvi no acidente e, por pouco, não consegui fugir. Aquele pau-mandado que o Viktor contratou é muito bom e quase chegou até mim.Venho recebendo algumas mensagens e aposto que tem dedo do meu pai nisso. Ele quer me encontrar a qualquer custo, e eu não sei o que fazer para convencê-lo a mudar de ideia.9:00 da manhã. A porta se abriu. Claro, era a Tânia… mas ela não estava sozinha. Ouvi uma voz e, quando me levantei e enxerguei direito, percebi que minha mãe tinha chegado. Por um momento, fiq