ANNA NARRANDO.Abri meus olhos devagar, vendo um lugar onde eu não conhecia. Não era o meu quarto, não era a casa do papa e muito menos a casa do Viktor.Com um pouco de dificuldade, eu levantei meu braço e vi algo preso nele… depois de alguns minutos, consegui me lembrar de tudo o que havia acontecido e que eu estava no hospital.Pensei que fosse um sonho, não, um pesadelo, mas parecia que tudo era verdade. A partir de agora, eu nunca mais vou ver a minha abuela e possivelmente nem o meu papa.Uma coisa que aprendi com ela foi que enquanto tiver vida, ainda há esperança, e é assim que eu estou…Olhei para o lado e vi o Viktor deitado na poltrona com os olhos fechados, deve estar dormindo.Procurei a campainha para apertar e chamar o médico, não queria fazer barulho e acabar acordando o Viktor.Me virei de lado e fiz um barulho de algo caindo, não sei… só sei que imediatamente o Viktor pulou do sofá e puxou uma arma, sabe-se lá de onde.Eu arregalei meus olhos e ele me olhou, parecend
ANNA NARRANDO. Uma semana depois. Uma semana se passou desde o ataque na casa do meu papa, e eu estou melhor. Não tenho tido emoções fortes e estou bastante quieta, na minha. Quase não vejo o Viktor, ele está igual um louco tentando descobrir quem foi o mandante da invasão, e acredito que tenha visto a Stela esses dias, porque por duas vezes eu atendi o celular dele e era ela quem estava ligando. A essa altura do campeonato, eu estou tacando o fodasse em geral e prestando mais atenção nas minhas coisas. Quase não saio do quarto, só quando vou visitar meu papa, que ainda continua em coma. Não está tendo reações positivas nem negativas, mas o quadro dele deu uma boa estabilizada. Enquanto se mantiver assim, ainda há esperanças. Foi o que o Dr. Justin disse: enquanto ele se manter firme e não regredir, ainda há esperanças. Mas se ele regredir, não vai ter mais o que fazer, porque papa está vindo de uma séria cirurgia na cabeça, teve várias paradas durante a cirurgia e voltou. Está so
VIKTOR NARRANDO.Eu não podia deixar que ela simplesmente fosse embora, eu tinha que ao menos tentar fazer algo pra ter ela comigo pelo menos mais uma vez. Ela foi até a garagem para pegar sua bolsa que estava dentro do carro e eu a imprensei nele, devorando seus lábios e língua da mesma maneira que eu vinha me sentindo ser devorado pela necessidade de estar com ela.E, depois de minutos nos embolando ainda na garagem, entramos no quarto aos tropeços, sem jamais soltarmos um ao outro, completamente envolvidos em beijos, toques, gemidos e cheiros, até chegarmos aqui, tão perto do nosso destino final, e, ao mesmo tempo, tão distantes de qualquer consciência que possa fazer com que nos afastemos nem que seja por apenas um instante.Tendo seus braços presos pelos meus acima de sua cabeça, o corpo pequeno respira tão ofegante quanto eu, suas curvas se encaixam perfeitamente em mim na posição em que estamos, agarrados um ao outro, encostados na parede do quarto, o tempo parece ter parado ao
Anna narrando:Depois de todo o amor que fizemos, fiquei mal. Me senti como um objeto nas mãos de Viktor. Mesmo sabendo que não era, e apesar de ter gostado de sentir ele mais uma vez, não parecia certo. Fui fraca, estava fraca… Perder a Abuela e ter meu pai na UTI estava me destruindo, e eu só queria paz, ficar sozinha, sem cobranças ou promessas de amor que eu sabia não serem verdadeiras.Eu precisava de distância, de tempo longe dessa loucura, e conversar com minha amiga… Tânia era a única que me entendia e podia me ajudar. Subi correndo para o quarto, tomei um banho rápido, vesti um jeans, uma blusinha básica e sandálias rasteiras, prendi o cabelo num coque bagunçado e pedi um Uber. Eu queria sair dali o mais rápido possível, evitar encontrar Viktor novamente.Peguei minha bolsa e celular, desci as escadas correndo e saí de casa. Enquanto esperava no jardim, Viktor abriu a porta e começou a me chamar desesperado. Pedi ao motorista que seguisse, e assim ele fez. Meu celular tocava
— Vou acompanhar minha esposa… onde mais eu estaria? — ele disse, sentando-se ao meu lado.Fiquei sem palavras.Ele perguntou e em seguida se sentou ao meu lado.Eu estava completamente sem graça, gostaria muito de me enfiar em um buraco e nunca mais sair… Não posso negar que ele me encanta, e eu não sei até quando vou aguentar tudo isso.Viktor acariciou meu rosto e mordeu os lábios, tentando me fazer perder os sentidos. Não posso negar, ele estava conseguindo.Eu cheguei bem perto do ouvido dele, porque o avião já tinha levantado voo, e devagar soltei seu cinto de segurança e enfiei minha mão dentro da calça dele. Cada movimento era de extremo cuidado para que ninguém visse.Por que estou fazendo isso?! Não sei… só sei que eu queria muito e não estava dando conta de segurar a onda.— Aqui? Agora?! — Ele me olhou com um olhar de safado e mordeu o lábio.— Uma forma de te agradecer por essa surpresa… mesmo eu correndo de ti o dia inteiro para não me encontrar… aqui está você.— Eu sorr
Viktor Narrando. A reação da Anna me deixou mal, bastante confuso e pensativo. Eu não sei ao certo o que estou sentindo, mas sei que é algo diferente, algo completamente novo pra mim. Eu achava que um dia teria amado a Stela… mas vê-la depois de tantos anos não despertou em mim o desejo que um dia imaginei. Com a Anna, me sinto vivo, sou eu mesmo… sinto vontade de viver, de curtir, de segurar a mão dela em público, algo que antes nunca fiz. Sempre fui reservado, mas com ela, tudo parece fazer mais sentido. Eu estava na Sede dos Mallardo quando ouvi boatos de que meu primo Raul iria se casar e possivelmente voltar para cá. Fiquei feliz com a novidade, carregar esse império sozinho tem sido puxado, e dividir as responsabilidades vai ser um alívio. Estava tomando um whisky, ainda pensando no prazer que Anna me proporcionou mais cedo, quando meu celular tocou. Ligação on. — Senhor Mallardo? — Uma voz feminina falou. — Sim, quem é? — Respondi, curioso. — Sou a Glória, do banco… Des
Anna Narrando.Eu poderia continuar mentindo e dizendo que eu não sinto nada pelo Viktor, mas está cada dia mais difícil negar isso para mim mesma, quem dirá para ele. Mas eu tenho medo, não queria me entregar e sair machucada dessa história como aconteceu com o Carlos.Carlos foi o meu amor, eu o amei mais que tudo na vida e abri mão de muitas coisas por ele. A única coisa que me separou dele foi esse maldito contrato que a cada dia que passa eu detesto mais ainda… Quem sabe o que seria de mim se eu não tivesse assinado? Quem sabe o que eu estaria fazendo agora com esse ataque? E se tivesse sido eu junto com a abuela e o papa?Eu tive a prova de que posso ser trocada a qualquer hora por causa da volta da Stela. Maldita…Eu gostaria que ela não tivesse aparecido e estragado tudo, porque, se não fosse por ela, hoje eu já teria cedido e estaria com o Viktor, sem medo, sem receio. Mas… Tudo tem um porquê.Senti minhas mãos suarem, meu corpo inteiro se arrepiar com o toque delicado dele,
ANNA NARRANDO Viktor disse que iríamos em um lugar bastante conhecido aqui em São Paulo, a 25 de março, e vou te falar, fiquei encantada. Aqui a gente encontra de tudo, absolutamente tudo mesmo, é incrível.Tania fez a festa, comprou várias coisas que normalmente não conseguimos achar em Barcelona.Eu estava ansiosa mesmo era para comer em uma churrascaria brasileira, dizem que ninguém faz melhor… Eu contava os segundos para sair do meio de tanta muvuca.Para completar, teve uma perseguição lá, acho que é arrastão que se fala, várias pessoas correndo para lá e para cá, uma loucura, mas no final ficou tudo bem e nada aconteceu com a gente.A Tania quis ir embora para o hotel, ela disse que não estava se sentindo bem, talvez fosse por causa do calor, a pressão deve ter abaixado.Viktor chamou um táxi e ela foi embora, deixando eu e ele a sós.Nós entramos em uma churrascaria no centro da cidade, fizemos nossos pratos e sentamos para comer. Resolvi perguntar a ele o que estava acontecen