Capítulo 6
Ponto de Vista de Sarina:

Oh não, o que era aquela sensação? Era assim que deveria ser?

Eu não era exatamente inocente — já tinha sido íntima com meu ex-namorado antes, embora não tivéssemos ido até o fim.

No entanto, o toque de Maximus me dava uma sensação completamente diferente.

— O que você estava dizendo, amor? — Maximus perguntou.

Eu tinha os olhos fechados por causa da sensação que os dedos dele estavam causando, mas os abri rapidamente quando ouvi sua voz.

— Oh... o donut da Lisa estava delicioso. — Eu disse, provavelmente corando muito.

Felizmente, ele não podia me ver.

— Foi mesmo o donut que estava delicioso? — Ele provocou, sorrindo para mim.

Droga, por que parecia que ele podia me ver com aquele sorriso? Se eu não soubesse desde o começo que ele era cego e estava em uma cadeira de rodas, pensaria que ele estava me pregando uma peça.

Mas até as empregadas da casa sabiam o que tinha acontecido com ele.

— Sim, experimente! — Eu disse, empurrando o donut na boca dele. Tive que enfiar à força porque aquele sorriso estava realmente ficando irritante.

— A-Amor, n-não tanto— — Ele engasgou enquanto puxava a mão, provavelmente perdendo o desejo de brincar com meus mamilos.

Peguei um pouco de suco por precaução, achando que poderia ter sido minha culpa se ele sufocasse.

— Aqui, beba. — Eu disse, segurando o copo junto aos lábios dele.

Ele engoliu rapidamente.

— Você estava tentando me matar, amor? — Ele perguntou com um olhar zangado.

Então, vi a mão dele se mover, e antes que eu pudesse me afastar, ele me agarrou novamente.

— Eu nem tinha começado a fazer o que paguei, e você já está assim. Não me diga que não estava planejando cumprir nosso contrato? — Ele disse.

Era irritante porque o rosto dele estava tão perto do meu, e ele estava me cheirando, me fazendo ficar de repente autoconsciente.

— E-eu não estava te impedindo. Foi sua decisão, não minha. — Eu gaguejei, percebendo o sorriso dele novamente.

Ele realmente parecia um pervertido quando agia assim. Mas por que isso não parecia nojento ou assustador? Na verdade, ele era... sedutor.

— Por enquanto, vou me contentar apenas em te tocar. Quero te ter quando puder ver o quanto de prazer estou te dando. — Ele revelou.

— E-Então coma primeiro. — Eu disse, enfiando outro pedaço de donut na boca dele.

Ele mordeu, e eu senti diferente—era como se ele estivesse me mordendo.

-

Os dias passaram, e Maximus finalmente começou sua terapia.

Eu podia ver o quanto ele estava determinado a andar novamente, e fiquei genuinamente feliz por ele.

Como ele tinha dito, por enquanto, ele se contentava apenas em tocar e beijar. Ele era bonito, e o hálito dele era agradável, então eu respondia. Afinal, isso estava em nosso contrato.

Claro, eu não o amava, mas não podia negar que o que ele fazia era bom.

Me fazia imaginar se era assim que as mulheres que vendiam seus corpos se sentiam. A única diferença era que eu só estava íntima de um único homem. "Íntima" parecia uma palavra tão forte, mas como Maximus uma vez disse, eu era achatada de qualquer maneira.

Estávamos no hospital para sua consulta com o oftalmologista e para agendar sua cirurgia.

Ser rico realmente tinha suas vantagens — tudo acontecia tão rápido.

Após a conversa deles, fomos para o fisioterapeuta dele.

Eu não reconheci o terapeuta — devia ser novo. Quando trabalhei neste hospital, ele ainda não estava lá.

Deixei passar e observei-os interagirem. Muitas vezes os via sussurrando, embora não conseguisse entender o que diziam. Eu não era exatamente habilidosa em ouvir conversas alheias.

— Max, vou sair um pouco. — Eu disse, chamando a atenção deles.

— Para onde você vai? — Meu marido perguntou, claramente sem querer que eu saísse.

— Vou apenas comprar alguns lanches. O que você quer? — Eu perguntei, para que ele não achasse que eu estava sendo egoísta.

— Tudo bem, quero café. — Ele respondeu, e deixei-os lá.

Eles iam ficar lá por um tempo, então eu também precisava de um lanche. Apenas algo leve, já que Maximus gostava de comer bastante no jantar.

Eu estava indo para o elevador quando encontrei a mesma mulher que tínhamos visto na primeira vez que viemos aqui. E, como antes, ela estava me encarando com uma carranca, me fazendo franzir o cenho. O que eu tinha feito?

Dei de ombros e entrei no elevador agora aberto, observando-a continuar andando. Quem ela poderia estar visitando aqui?

-

Como Maximus queria café, fui a uma cafeteria próxima e decidi pegar meu lanche lá em vez de procurar outro lugar. Depois de esperar na fila o que parecia ser uma eternidade, finalmente fiz meu pedido e voltei correndo para o meu marido contratado.

Assim que entrei na sala de terapia, fui recebida pela visão de Maximus beijando a mulher que eu tinha acabado de encontrar mais cedo.

Chocada, deixei cair tudo o que estava segurando, fazendo os dois se assustarem.

— Amor, alguém entrou? — Maximus perguntou.

— Com quem é esse "amor" que você está falando — comigo ou com a mulher que você está beijando?! — Eu resmunguei, desejando que meu olhar pudesse matar.

— Amor, você acabou de chegar? — Ele perguntou, confuso. — Quem está comigo aqui?

Irritada, caminhei até a mulher e a esbofeteei, forte o suficiente para ela se lembrar.

Por que eu fiz isso? Eu nem sabia. Talvez porque ela estivesse se aproveitando de Maximus.

— Como ousa! — A mulher gritou de raiva.

— Espera, Miranda? — Maximus perguntou, reconhecendo a voz dela. — Miranda Francisco?

— Sim, sou eu, querido. — A mulher murmurou docemente.

Ela tinha uma postura ligeiramente curvada, e percebi que parecia Santoriana.

— Você ainda se lembra da minha voz. Eu sabia que você ainda pensava em mim. — Ela acrescentou, se aproximando novamente de Maximus, mas rapidamente me coloquei entre eles.

— Não importa o quanto ele pense em você, eu não me importo. — Eu disse firmemente. — Ele só pode fantasiar sobre você porque agora ele é meu marido.

— O quê?! — Miranda guinchou de choque.

Enquanto eu fosse esposa de Maximus, não deixaria nenhuma outra mulher pairar ao redor dele. Eu não era estúpida o suficiente para interpretar a mártir. Eu respeitava muito a mim mesma para deixar amantes fazerem o que quisessem!

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