Capítulo 7
Ponto de Vista de Sarina:

Que cara de pau daquele idiota! Lá estava eu, sentada em uma mesa na mesma cafeteria onde uma vez comprara café para aquele pervertido, Maximus, assistindo-o conversar com aquela mulher——Miranda.

Ela estava enxugando os olhos como se estivesse chorando, mas não havia uma única lágrima à vista. Só porque Maximus não podia vê-la, não significava que mais ninguém notaria sua atuação.

Miranda era a ex-namorada de Maximus. Ela o tinha deixado no momento em que soube de sua condição. Provavelmente pensou que ele nunca mais andaria ou enxergaria novamente, então saiu mais rápido do que poderia dizer‘adeus.’

Bem, é apenas um palpite. Talvez ela não estivesse feliz porque Maximus não podia mais satisfazê-la, então ela partiu. Se ela soubesse o quanto ele ainda era pervertido, talvez tivesse ficado por perto.

Eu não aguentei mais. Levantei-me e fui até eles.

Miranda me lançou um olhar mortal, mas como se eu me importasse.

— Ainda não terminaram? — Eu perguntei, minha voz afiada.

— Desculpe, amor. Já terminamos de conversar. — Maximus disse enquanto recuava sua cadeira de rodas.

Eu rapidamente me coloquei atrás dele para empurrá-la.

— O quê? Não, ainda não terminamos de conversar, querido. — Miranda interveio.

— Ah, então converse sozinha, — Eu respondi friamente.

Que ousadia! Chamá-lo de — querido — quando Maximus já me chamava de amor!

— O que você acabou de dizer? — Miranda rosnou para mim.

— Se não entendeu, é problema seu. Max, já terminamos, ou devo deixá-lo aqui para pegar uma carona para casa com seu assistente? — Eu perguntei, meio esperando que dissesse sim, só para que eu pudesse ir embora.

— Vamos, querido. Não vamos terminar assim. — Ela implorou, sua voz desesperada.

— Estou casado, Miranda. Não há nada que eu possa fazer a respeito. — Maximus disse firmemente.

— Você pode! Por que não consegue uma anulação? — Ela sugeriu, sua audácia sem limites.

Eu realmente queria dar um tapa nessa mulher.

— Minha esposa está aqui. Por que está dizendo essas coisas?! — Maximus estalou, e eu sorri internamente. Mesmo sendo um pervertido, pelo menos ele sabia onde estávamos.

— Pensei que você me amava? — Miranda disse, sua voz vacilante como se estivesse prestes a chorar.

— Sim. — Maximus respondeu, e eu me virei para ele, pronta para arrancar seus olhos. — Mas estou casado agora e pretendo continuar assim. — Ele acrescentou.

— Não, por favor! Não se faça sofrer ficando com essa vadia. Ela não te merece! — Miranda gritou.

— Com licença?! E quem o merece —você? — Eu retruquei, incrédula.

A audácia!

— Esqueceu como fugiu o momento que soube da condição dele? Você o deixou! E por sinal, eu não sou uma vadia—talvez você seja. — Eu rebati.

Os olhos de Miranda se arregalaram, suas narinas inflando. Ela não esperava que eu soubesse tanto.

— Eu tinha meus motivos, querido. Não queria te deixar naquela época. Por que você acha que estou aqui se não te amasse? — Miranda explicou rapidamente.

— Porque você o viu no hospital e se perguntou por que ele estava lá. Então descobriu que ele ia fazer uma cirurgia, então apareceu toda lamentável. — Eu rebati.

— Isso não é verdade, querido. Eu só te vi acidentalmente mais cedo, então quis falar com você. — Ela mentiu.

Será que ela achava que Maximus era estúpido só porque agora ele estava cego? Balancei a cabeça.

— Vamos, Sarina. — Maximus disse de repente.

Ah, então agora eu era apenas Sarina — onde estava o "amor"?

— Vamos embora, Miranda. — Ele disse.

Comecei a empurrar sua cadeira de rodas, mas mostrei a língua para Miranda antes de sairmos.

Empurrei Maximus para fora da cafeteria antes que ele mudasse de ideia. Ha! Eu não ia sentar lá enquanto eles flertavam na minha frente.

-

Continuamos vivendo juntos, e Maximus manteve seus tratamentos.

Seu médico notou melhorias na terapia, o que me deixou feliz, pois agora ele podia se levantar sozinho.

A única coisa que não me deixava feliz eram as visitas constantes de Miranda. Ela não parava, mesmo que Maximus sempre lhe dissesse que as coisas entre eles tinham acabado.

Pelo menos, era o que eu ouvia quando eles conversavam. Quem sabe o que diziam quando eu não estava por perto? Maximus poderia estar dizendo todas as coisas certas só porque sabia que eu estava perto.

-

Conforme os dias passavam, tive que admitir que Maximus era impressionante.

Mesmo sabendo por que estávamos juntos e o preço que ele me pagou, ele nunca me forçou a fazer nada que eu não quisesse. Claro, nos beijávamos, mas era só isso. As mãos dele não haviam vagado muito além de explorar meu corpo.

Ele também era surpreendentemente afetuoso. Mesmo com sua condição, ele era atencioso e doce. Às vezes, eu não conseguia acreditar que ele era real.

A única coisa que estragava isso era Miranda, que mais uma vez apareceu em uma de suas sessões de terapia.

— O que está fazendo aqui? — Eu perguntei, incapaz de esconder minha irritação.

Em vez de eu ser aquela a ajudar Maximus, ela sempre conseguia chegar antes de mim.

— Estou cuidando do meu namorado. — Ela respondeu sem hesitação.

A cara de pau, não é?

— Que por acaso é meu marido? — Eu retruquei, enfatizando aquela última palavra para ter certeza de que ela sentisse pelo menos um pouco de vergonha.

— Ele é meu namorado, e estamos noivos. Você foi quem destruiu nosso relacionamento! — Miranda estalou.

Uau, agora eu era a destruidora de lares?

— Você o deixou quando soube da condição dele! — Eu retruquei.

— Já chega, Sarina, — Maximus interveio, fazendo-me virar a cabeça para ele.

Por que eu era a única que ele estava interrompendo?

— Você não me disse que a queria aqui. Se tivesse dito, eu não teria perdido meu tempo vindo com você. — Eu disse.

— Não foi isso que quis dizer. Só não quero que as pessoas fiquem olhando para vocês duas. É constrangedor, — Ele justificou.

— Deveria me sentir envergonhada? Sou sua esposa! Ela é quem está rondando, afirmando ser sua namorada, e você está bem com isso? — Eu ladrava.

— Não foi isso que quis dizer, Sarina, — Ele respondeu.

— Sabe de uma coisa? Não me importo. Provavelmente é melhor se eu deixar vocês dois. Ambos ficariam mais felizes. — Eu resmunguei, saindo furiosa.

Era tão frustrante. Eu era a única que ele repreendia, enquanto Miranda descaradamente afirmava que eles estavam em um relacionamento. Eu já parecia uma tola, insistindo que era sua esposa, e ainda assim ele dizia que eu era quem o fazia sentir vergonha.

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