Matteo continuava a descontar sua raiva em Patrick, que estava com o rosto e corpo cobertos de sangue.— Don Matteo. — Lorenzo chamou, e Matteo apenas virou o rosto para olhá-lo. — Vai acabar matando o nosso convidado.— Achei que a intenção fosse essa. — Matteo debochou.— Bom, talvez seja. Mas antes precisamos resolver outro assunto. — Lorenzo disse, e Matteo o encarou confuso, se aproximando.— Que assunto? O que aconteceu?— Aurora. — Ao ouvir a menção do nome de sua esposa, o Don se desespera e se apressa em sair dali, mas é impedido. — Calma, ela está aqui. Esperando por você.Sem responder, Matteo saiu em direção à sua esposa, sem ao menos se lembrar do sangue que manchava suas roupas.— Me arrumem uma roupa limpa, agora. — Ele falou para um de seus homens.— Sim, senhor. — O homem se afastou e, em poucos minutos, voltou com uma sacola em mãos. — Aqui está, Don.Matteo pegou a sacola e, ali mesmo, tirou seu terno e camisa, trocando por peças limpas. Depois de vestido, ele camin
Matteo ouviu tudo atentamente, sentindo a raiva crescer em seu corpo a cada palavra que saia da boca de sua esposa.— Quem aquele desgraçado pensa que é? — Ele indaga entre dentes para disfarçar o ódio que o consome. Aurora apenas chora em silêncio, deixando-se envolver nos braços do marido.— Eu não conseguiria ficar em casa, por isso vim até aqui. — Ela fala baixinho enquanto seu marido acaricia seus cabelos.— Minha rainha, me perdoe, mas ele não pode continuar vivo. — Aurora o olha rapidamente, mas não há nenhum resquício de surpresa em seu rosto, apenas preocupação.— Ele é o pai de Lorenzo. Não pode fazer nada sem falar com ele, por favor.— Eu irei falar com ele, mas mesmo que Lorenzo não concorde, ninguém que te desrespeite ficará vivo. Você é minha mulher e primeira-dama dessa máfia, você manda em tudo, inclusive em mim. — Ele diz sorrindo maliciosamente, o que arranca uma risada dela.— Mando em você? — Ele assente. — Então me deixe ver Nikolai.— Agora? — Aurora concorda. —
Assim que a noite cai, Lorenzo dirige-se à casa de sua irmã, acompanhado de sua esposa, Lunna. A tensão que o dominava era quase palpável, e a morena ao seu lado o observava com preocupação, enquanto ele mantinha os olhos fixos na estrada.— Se eu soubesse o que te aflige, talvez pudesse ajudar — ela murmura, suavemente, ao estender a mão até a nuca dele, iniciando um carinho que parecia acalmar seus pensamentos. Lorenzo soltou um suspiro profundo antes de responder, desviando o olhar para encontrar as íris verdes da esposa, que sempre pareciam entender o que se passava em seu coração.— Acho que não, mas, de qualquer forma, eu irei lhe contar... mas não agora — ele disse com suavidade.— Tudo bem, aguardarei o seu tempo, meu amor — Lunna respondeu, a voz doce como uma melodia reconfortante, ecoando no carro.Lorenzo não pôde deixar de admirar a beleza de Lunna, que vestia um elegante vestido azul bebê, abraçando as curvas acentuadas pela gravidez, especialmente a barriga de sete mes
No dia seguinte, Matteo dirigiu-se ao galpão, a determinação pulsando em cada passo, pronto para pôr fim à vida daqueles que ousaram tocar em sua família. O ambiente carregava um peso sombrio, um prenúncio do que estava por vir.Sua primeira “vítima” foi Nikolai, o homem que, mesmo sendo pai biológico de Aurora, havia causado tanto sofrimento a ela quanto a Lunna. Ao adentrar o local, Matteo encontrou Francesco, seu olhar refletindo uma mistura de ódio puro e desejo de vingança, como se cada centímetro de sua pele estivesse ardendo com a dor de sua filha.— O que faz aqui, papà? — Matteo perguntou, fixando seus olhos duros no homem à sua frente.— Vim fazer o que há muito tempo desejo. Que minha nora me perdoe, mas esse monstro não merece viver. — A voz de Francesco estava carregada de raiva e dor, a amargura pela angústia que sua filha sofreu nas mãos de Nikolai Petrov evidente em cada palavra.— Aurora não se importa com Nikolai, e muito menos com Carlo. Aquele desgraçado teve a aud
No galpão, os gritos agonizantes de Patrick ecoavam pelas paredes, misturando-se com o cheiro metálico de sangue e o ar pesado de vingança. Matteo, com ódio fervendo em cada fibra do seu corpo, descontava toda sua fúria no homem já à beira da morte. Mesmo assim, Patrick não perdia a oportunidade de provocar, o veneno em sua voz ao mencionar a esposa e o filho de Matteo.— Você ainda não entendeu, Patrick? — Matteo falou, sua voz baixa e cortante, como uma lâmina afiada. — Eu venci. Sou o Don da N'Drangheta, o CEO do maior holding de Nova York. Tenho tudo o que você jamais terá: uma família, uma esposa que me ama e um filho que em breve nascerá para herdar o império que meu pai e eu construímos com sangue. O que você tem? Nada. Nem dignidade te restou. Patrick, mesmo sofrendo, mantinha um olhar de ódio fixo em Matteo. Ele já havia sido torturado por dias, transformado no brinquedo dos guardas do Don, e aguardava, em silêncio, o momento em que um deles aceitasse o suborno para tirá-lo
Meses depois... Matteo e Aurora trocavam sorrisos radiantes enquanto embalavam o pequeno menino em seus braços. A emoção de conhecer aquele serzinho que dormia tranquilo no colo de Aurora era palpável no ar. — Vocês nos estão dando uma honra imensa, sendo padrinhos desse menino lindo. — Aurora disse, os olhos brilhando, enquanto olhava para Luna, deitada na cama do hospital, e para Lorenzo, que contemplava a esposa com paixão evidente. — Não haveria ninguém melhor que vocês para cuidar do nosso filho tão bem quanto nós. — Lorenzo respondeu, a voz carregada de gratidão. Marco havia decidido vir ao mundo no dia da renovação de votos dos avós, transformando a celebração em uma confusão deliciosa, repleta de ansiedade e, finalmente, lágrimas de alegria. Quando Luna e Lorenzo ouviram o primeiro choro do filho, compreenderam plenamente o significado do tão falado "amor incondicional". A chegada de Marco marcou uma virada decisiva em suas vidas; as cicatrizes do passado, embora ainda pre
Duas semanas depois…Durante a madrugada, Matteo se remexeu inquieto na cama, sentindo o vazio ao seu lado. Rapidamente, ele se sentou e acendeu o abajur, apenas para confirmar a ausência de sua esposa. Levantando-se apressado, ele saiu do quarto. Ao chegar no último degrau da escada, ouviu um choro vindo da cozinha. Reconhecendo o som, correu preocupado.— E-ele não m-me ama... — Aurora falava entrre soluços, encarando as maçãs e os tomates na bancada. —Eu chamei ele, mas ele não acordou.Matteo observava de longe, tentando segurar o riso. Mas ao perceber que o choro se intensificava, ele se aproximou.—O que você está fazendo aqui a essa hora, minha vida? — Ele perguntou, tentando abraçá-la, mas ela desviou.— Você não me ama. —Ela gaguejou, chorando.— Claro que amo! Você e nosso filho são tudo para mim. — Ele respondeu sinceramente, mas ela balançou a cabeça em negação.— Então por que, quando te chamei, você não acordou? — Ela perguntou, as lágrimas escorrendo sem parar.— Me perd
Matteo segurava o filho no colo e admirava cada detalhe daquele bebezinho. Seu olhar era carregado de amor e ternura quando desviou para sua esposa, que retribuía todo o amor com o olhar. Aurora se sentia completa ao ver os dois homens da sua vida ali, juntinhos. — Eu sempre sonhei em ter uma família, em ser amada e ser uma mãe tão amorosa quanto a que tive. Sonhei muitos anos com esse exato momento. — Ela confessou com um tom de voz baixo para não acordar o filho, mas sabia que Matteo podia escutá-la. — Quando te vi naquela boate, não podia imaginar que você era a mulher com quem eu me casaria. Me encantei pelos seus cabelos ruivos, seus olhos tão azuis quanto o oceano. Tudo em você me atraiu. Foi como estar no paraíso a primeira vez que te beijei. — Acho que o que te atraiu foram os t***s que levou. Digamos que você tinha uma capacidade fora do normal de me tirar do sério. — Ela fala, rindo. — Você era bastante atrevida, mas isso me deixou fascinado por você. — Ele coloca o bebê