Aurora desperta subitamente, uma dor lancinante latejando em sua cabeça. A tentativa de se erguer é impedida quando descobre que está amarrada a uma cadeira. Uma venda cobre seus olhos, mergulhando-a em um abismo de incerteza. O medo, como uma sombra, se espalha por seu corpo, misturando-se com a angústia que a consome.Aos poucos, a lembrança do acidente se insinua em sua mente, trazendo consigo um turbilhão de emoções. As lágrimas, agora incontroláveis, traçam caminhos salgados em suas bochechas, especialmente ao pensar no seu bebê, cujo destino é uma incógnita neste lugar desconhecido.— Alguém me ajuda. — Ela grita na tentativa de que alguém venha socorrê-la, mas tudo que recebe é o silêncio.Em NY, Stefano está tenso na sala do hospital, onde à horas aguarda ansiosamente por notícias sobre Matteo.Seus pensamentos estão tumultuados com preocupação, e o nervosismo tomando conta de si enquanto observa os minutos se arrastarem.— Acompanhantes de Matteo Giordano. — A voz do médico e
Aurora franziu o cenho, confusa com a frase do homem.— Você só pode estar louco. Sou Aurora Ferrari Giordano. — Ela esbravejou, e o homem riu sarcasticamente.— Ah, princesinha, você é tão inocente. — Ele se aproximou, segurando o maxilar dela com força, fazendo-a resmungar de dor. — Que falta de educação a minha. Prazer, primeira dama, sou Patrick Russell.Aurora encarou o homem em silêncio, lembrando-se do que seu marido havia mencionado sobre ele.— Ah, claro, Patrick, aquele que morre de inveja do Matteo. — Ela debochou. Patrick a olhou com raiva e desceu sua mão para o pescoço dela, apertando com força, sufocando-a.— Cale a boca, sua vadia. — Ele cuspiu as palavras, mantendo seu rosto a centímetros do dela. — Matteo é um desgraçado que sempre me humilhou por ter mais dinheiro. Mas eu fui lá e tirei dele o que ele amava, a Eloise.— Ele nunca a amou. — A ruiva falou, tentando recuperar o ar quando o homem soltou seu pescoço.— Não se iluda, doce Aurora. Se a Eloise chamá-lo, ele
Horas antes…Matteo se encontra perdido em seus pensamentos, a angústia e a falta de notícias o atormentam. A família Giordano já havia chegado há horas, e Anna tentava assiduamente fazer o filho se alimentar.— Por favor, coma alguma coisa. — Insiste enquanto Matteo suspira e assente pegando um copo de suco da bandeja.— Estou com medo, mamà. — Ele confessa em um murmúrio.— Tudo vai acabar bem, meu querido, logo Aurora estará conosco. — Ela diz e ele suspira, mantendo-se em silêncio.Na sala, Pietro continua concentrado mexendo em seu notebook buscando a localização de Aurora, Lorenzo e Francesco andam de um lado para outro compartilhando o nervosismo da espera.— Matteo, tomou o suco e foi tomar um banho. — Anna avisa descendo as escadas com a bandeja em mãos. — Onde está Lunna?— Ela foi descansar. — Lorenzo diz, depois de alguns minutos Matteo vem descendo as escadas quando ouve Pietro falar.— Achei a localização. — Em segundos Matteo está ao lado de Pietro.— Onde eles estão? —
Horas se passaram desde a chegada ao hospital; a tensão na sala de espera era quase palpável. A família Giordano havia chegado e se juntado a Matteo; todos estavam ansiosos, trocando olhares preocupados e murmúrios de conforto.Quando finalmente a porta se abre e uma médica se aproxima, seu rosto sério causando um arrepio coletivo na sala. Ela olha para Matteo, que se levanta rapidamente, o coração acelerado, ansiando por notícias do seu amor.— Como está a minha esposa? E o bebê? — Pergunta apreensivo.— Senhor Giordano, a sua esposa passou por uma cirurgia para remover o projétil que se alojou em seu pulmão, o bebê está bem e ela também ficará. Mas, devido à gravidade do ferimento de Aurora, precisamos colocá-la em coma induzido e transferi-la para a UTI para garantir que receba os cuidados necessários e o corpo tenha uma melhor recuperação — acrescenta a médica, com seriedade, enquanto Matteo absorve a notícia com olhos marejados.— Eu posso vê-la? — Matteo pergunta, com os olhos m
Na sala da mansão Giordano, Francesco fala ao telefone com os mafiosos da Itália, desde o sequestro de Aurora ele assumiu temporariamente o lugar de Matteo.— Qualquer novidade sobre Carlo volte a me ligar. — Ele fala e por fim desliga, direcionando seu olhar para Anna que vem se aproximando segurando uma bandeja.— Ainda não o encontraram? — Não, mas é apenas questão de tempo. — Ele diz e caminha até ela depositando um beijo em seus lábios. — E essa bandeja?— Vou ver se Matteo já acordou e tentar fazer com que ele coma um pouco antes de voltar para o hospital. — Ela fala e Francesco assente vendo ela subir as escadas. Ao bater na porta do quarto e não obter resposta Anna abre a porta e encontra tudo vazio, mas é possível ouvir o barulho do chuveiro ligado. Ela anda até a mesa da varanda e coloca a bandeja, depois de alguns minutos o barulho do chuveiro acaba e logo Matteo entra no quarto vestido com seu habitual terno preto e cabelo alinhado. — Buongiorno mamma. — Ele diz quando
Os olhares de Matteo e Aurora exalavam amor e felicidade naquele momento. Eles agradeciam silenciosamente pela vida do filho, pelo quão forte ele foi diante de todas as circunstâncias dos últimos dias. — Nosso pequeno Vincenzo, forte como a mamãe dele. — Matteo disse enquanto lágrimas escorriam por seu rosto. Mais uma vez, a pose de Don caía diante daquela a quem ele entregou seu coração, mesmo quando lutava contra isso. — Obrigado, Aurora. Obrigado por ter me dado a honra de ser amado por você e de ser pai. Eu te amo, eu amo a nossa família. — Eu que agradeço, meu amor, por te amar e ser amada na mesma intensidade, e pelo nosso filho, nosso menino. — Ela disse enquanto ele encostava a testa na dela e a olhava nos olhos. — Eu prometo que vou ser o melhor pai para o nosso garotinho. Vou ensinar ele a jogar futebol, a andar de bicicleta, vou mostrar o mundo a ele, com você ao meu lado. — Ah, Matteo, você já é o melhor pai. Nós te amamos. — Ela disse colocando a mão dele sobre sua ba
Matteo continuava a descontar sua raiva em Patrick, que estava com o rosto e corpo cobertos de sangue.— Don Matteo. — Lorenzo chamou, e Matteo apenas virou o rosto para olhá-lo. — Vai acabar matando o nosso convidado.— Achei que a intenção fosse essa. — Matteo debochou.— Bom, talvez seja. Mas antes precisamos resolver outro assunto. — Lorenzo disse, e Matteo o encarou confuso, se aproximando.— Que assunto? O que aconteceu?— Aurora. — Ao ouvir a menção do nome de sua esposa, o Don se desespera e se apressa em sair dali, mas é impedido. — Calma, ela está aqui. Esperando por você.Sem responder, Matteo saiu em direção à sua esposa, sem ao menos se lembrar do sangue que manchava suas roupas.— Me arrumem uma roupa limpa, agora. — Ele falou para um de seus homens.— Sim, senhor. — O homem se afastou e, em poucos minutos, voltou com uma sacola em mãos. — Aqui está, Don.Matteo pegou a sacola e, ali mesmo, tirou seu terno e camisa, trocando por peças limpas. Depois de vestido, ele camin
Matteo ouviu tudo atentamente, sentindo a raiva crescer em seu corpo a cada palavra que saia da boca de sua esposa.— Quem aquele desgraçado pensa que é? — Ele indaga entre dentes para disfarçar o ódio que o consome. Aurora apenas chora em silêncio, deixando-se envolver nos braços do marido.— Eu não conseguiria ficar em casa, por isso vim até aqui. — Ela fala baixinho enquanto seu marido acaricia seus cabelos.— Minha rainha, me perdoe, mas ele não pode continuar vivo. — Aurora o olha rapidamente, mas não há nenhum resquício de surpresa em seu rosto, apenas preocupação.— Ele é o pai de Lorenzo. Não pode fazer nada sem falar com ele, por favor.— Eu irei falar com ele, mas mesmo que Lorenzo não concorde, ninguém que te desrespeite ficará vivo. Você é minha mulher e primeira-dama dessa máfia, você manda em tudo, inclusive em mim. — Ele diz sorrindo maliciosamente, o que arranca uma risada dela.— Mando em você? — Ele assente. — Então me deixe ver Nikolai.— Agora? — Aurora concorda. —