**Chamada de vídeo**— Meu amor, que saudades… Sua viagem foi tranquila? — Rodolfo falou, com voz melosa.— Vê se cria vergonha, rapaz. Que amor o quê! — meu pai disse, provocando uma gargalhada gostosa de Rodolfo.— É você, velho rabugento? Achei que estava ligando para minha esposa. — Rodolfo brincou. Eu coloquei a mão na boca, sorrindo, tentando abafar minha voz.— Não tem esposa sua aqui, não. Só minha filha amada que veio visitar o velho pai.— Como o senhor está? Vejo que está fora de casa. — Rodolfo perguntou.— Muito melhor, Rodolfo. Logo te farei aquela visita.— Pelo que estou vendo, está melhor que eu. Já estava passando da hora de sair da porcaria da cadeira de rodas. — Rodolfo comentou.— Amor, seja mais simpático. — intervim, reaparecendo na chamada.— Apareceu, né, diaba! Me deixa falando sozinho e depois aparece pedindo simpatia. — Rodolfo retrucou.— Você não muda seu jeito, né? Atendeu todo manhoso, mas já voltou ao modo arrogante. — Sabe que você ama isso. Agora mo
Já era noite, e com meus pais dormindo, decidi ligar para o Rodolfo, pois estava com uma tremenda dificuldade para dormir. Ele atendeu rápido.**Ligação**— Ei, minha vida — ele falou carinhosamente, e meu coração ainda palpita bobo ao ouvir sua voz.— Esqueceu de mim tão rápido — brinquei, fazendo meu pequeno drama.— Amor, não fale isso. Estou dirigindo, chegando em casa.— Falei que não era para trabalhar até tarde, Rodolfo.— A casa fica tão vazia sem você. Não tenho vontade de voltar e não te ver lá.— Não fala assim, vai — pedi com voz embargada.— Estou sentindo muito sua falta, amor. Passei o dia trancado naquela sala, não quis ver ninguém depois que falei com você.— Para com isso, me corta o coração ouvir isso. Cadê meu safado pervertido, hein?— Está sentindo sua falta, estou incompleto sem você, meu diaba.— A Felipa te deu umas aulas de teatro? — tentei mudar o clima da conversa, ou iria chorar horrores.— Não precisou, estou aprendendo a ser dramático. Volta, amor. Eu ma
No dia seguinte…LeticiaHoje tirei o dia para ajudar a Bruna a fazer compras para o Caíque. É lógico que quero o melhor para meu sobrinho e aproveitei para presenteá-lo com alguns luxos, embora tenham sido bem menos do que eu queria, já que Bruna não aceitou tudo o que ofereci. Entendo, especialmente depois das situações delicadas que enfrentamos relacionadas ao luxo, mas quando eu for embora, só enviarei presentes e sei que ela não poderá negar.O dia foi muito produtivo; ajudei-a a escolher moletons, macacões e muitas outras roupinhas. Enquanto olhava algumas peças femininas, imaginei-as na minha futura filha, e isso acabou renovando minhas esperanças de logo estar grávida.— Bruna, olha que lindo — comentei, admirando um vestidinho.— Não é possível, você só olha roupas de meninas! — ela exclamou, me abraçando carinhosamente, sabendo do meu fascínio por lacinhos e roupas rosas.— Nossa, se eu tiver uma menina, vai se chamar Maria Rosa. Eu amo tanto rosa; ela será minha bonequinha.
LeticiaEu precisava extravasar, precisava gritar, e foi exatamente isso que fiz. Explodi de emoção ao ver o resultado do teste. Em minha mente, relembrava quantas vezes já havia chorado ao ver aquele teste negativo enquanto Rodolfo segurava minha mão, me oferecendo palavras de conforto. Ele sempre foi bastante durão; nunca o vi chorar, mas percebia a tristeza em seus olhos ao me ver frustrada com mais um resultado negativo. Rodolfo não estava ali naquele momento, mas alguém tão especial quanto estava — minha mãe. Ao ouvir meus gritos e choros, ela logo veio ao meu encontro.— O que aconteceu, Letícia? Filha, por que chora tanto, meu amor? Aconteceu alguma coisa? — perguntou ela, preocupada. Eu estava ajoelhada aos pés da cama, com o rosto no colchão, chorando copiosamente de alegria. Nunca imaginei que teria meu resultado positivo assim, de repente, sem ao menos sentir um sinal. No entanto, não conseguia falar nada à minha mãe, apenas chorava.— Filha, o que foi, meu amor? O que te f
O AMANTE DE PATRICIARodolfoO dia mal começou e já recebi péssimas notícias logo cedo. O investigador foi obrigado a me enviar as investigações, o que é um sinal de alerta. Não consigo ter um dia de paz, mas, felizmente, já estou acostumado com esse tormento; nem me abate mais.No momento em que mais precisava da Letícia aqui, não a tenho. Quando ela me ligou, eu estava prestes a pedir que ela voltasse para casa, e que no final de semana retornássemos para a casa dos pais dela. Porém, não quis trazer mais tensão para ela. Ela está tão feliz que só de ouvir sua voz me anima. Não permitirei que nada me abata, nem mesmo as péssimas notícias que prevejo. Não quero que ela fique sobrecarregada aqui; já basta minha cabeça estourando. Isso só traria dor de cabeça para ela.Já estava em minha sala, prestes a encarar mais uma reunião, quando percebi o escarcéu no corredor. Mas logo o furacão do corredor entrou em minha sala. Patrícia entrou e Selena tentou segurá-la.— Rodolfo, essa louca não
Fiquei calado, sem nada a falar, mas Selena tinha algo a dizer.— Aprenda com os seus erros, Patrícia. E também aprenda que, a partir do momento que os comete, eles não têm volta. A pessoa prejudicada pelos seus erros tem o direito de querer ou não ter convívio com você, e o Rodolfo optou por não ter — Selena interveio, fazendo Patrícia abaixar a cabeça e chorar ainda mais.— Já choramos tudo o que tinha para chorar, agora vamos aos finalmente, estou com muito trabalho — disse, reconhecendo minha própria insensibilidade, mas convenhamos, ela não merece toda a atenção que dediquei a ela no passado. Eu era louco por essa mulher; não chamo de amor o que eu sentia, mas de alguma forma eu sentia muito carinho por ela. Ela era meu tudo antes da Letícia, acreditem, sofri como sempre, calado e alcoolizado.— Não fala assim, Rodolfo, não sabe o quanto tem me doído ser ignorada por você — ela replicou, visivelmente abalada.— Você pediu, implorou por isso, mas se quer realmente saber, não tenho
RODOLFO REVOLTADOA mulher à minha frente conseguiu alavancar a minha fúria com simples palavras. Eu não poderia acreditar no que ela dizia; aquele velho não poderia ter tido essa audácia. Sempre soube das traições dele contra a minha mãe, mas querer tirar o que conquistei com meu esforço através da ordinária à minha frente? Se ele teve a audácia de ao menos pensar nisso, ele descobrirá que realmente criou um monstro, pois ainda não mostrei a ele toda a fúria que carrego por ele fazer minha mãe de palhaça. Até hoje o suportei em respeito a minha mãe, até tentei salvar sua empresa, literalmente pagando de trouxa, mas pelo menos me resguardei tirando-o do comando dela. Agora, ele provará do próprio veneno; farei da vida dele um verdadeiro inferno.— Está brincando com a minha cara, maldita? — gritei, tomado pelo impulso de agarrar o pescoço dela, desejando apertar meus dedos até sufocá-la. Patrícia segurou minha mão, assustada, arregalando os olhos, enquanto Selena segurava em meu braço
PATRÍCIA CONTA TUDOSelenaAo entrar na minha sala com a missão de fazer a insuportável Patrícia revelar tudo o que sabe, percebi imediatamente que não seria difícil. Ela estava visivelmente apavorada. Caminhei até o filtro, peguei um copo de água e o entreguei a ela, que me olhou com uma expressão de pesar enquanto suas mãos tremiam.— Acho melhor começar a falar — disse a ela, que logo bebeu a água e pousou o copo na mesa. Ela suspirou profundamente.— Eu queria contar ao Rodolfo... — começou ela, a voz baixa e hesitante. — Não queria que ele mantivesse toda essa raiva de mim. Vim me redimir e sou tratada como uma criminosa. Respirei fundo, tentando não me deixar sensibilizar por ela.— Ele tem todo o direito de se revoltar contra você, e você sabe disso. Agora, vamos tratar do que realmente importa. O investigador já me passou tudo que você disse e descobriu ainda mais. Você estava realmente grávida do Rodolfo? — perguntei, direto ao ponto.— Claro que era dele. O pai dele não pode