06. Capitulo

Passei o resto da tarde em casa descansando para no dia seguinte estar tranquila e descansada, o pior será mais a ida e a volta já que moro distante do centro, mais estou esperançosa, algo me diz que esse emprego mudará minha vida, dará uma guinada positiva no meu ânimo. 

Conversei com minha mãe como faço todos os dias, busco sempre saber do meu pai e graças a Deus o Vini arrumou o dinheiro para ele fazer os exames, mas não imaginava que ficaria tudo tão caro, minha mãe estava preocupada em como pagaria o Vini, mais deixei claro que farei isso e para eles não se preocuparem, com meu novo emprego vou enviando o dinheiro gradualmente a ele, só a parte que o Vinicius emprestou foi uma grande ajuda, eu não conseguiria esse dinheiro assim tão rápido. Vinicius me ligou e me deitei após jantar para conversarmos mais tranquilamente. 

No dia seguinte….

Acordei cedo, estava super animada para meu primeiro dia de trabalho, sou muito ansiosa e quase não dormi a noite pensando em como seria meu primeiro dia, falei por um tempo com Vinicius que estava uma fera por eu não ter retornado a ligação, ele ficou preocupado por estranhar quando a ligação caiu, mais meu o celular desligou a ligação repentinamente por conta do tombo, mas expliquei que quase sofri um acidente e logo ele ficou preocupado, só não esperava que ele pedisse que eu voltasse para Uberlândia, não dá, não dá para eu voltar assim, logo agora que arrumei um emprego voltarei de mãos abanando sabendo dos perrengues que meus pais estão passando? Jamais!

Ele pediu para que eu ligasse para ele antes de ir para o trabalho, ele sabe que sou ansiosa e deve estar querendo me ajudar a ficar mais tranquila, mas é difícil controlar, estou tentando ao máximo, estou muito esperançosa de tudo dar certo. 

Sai cedo para não me atrasar, moro um pouco distante e preciso pegar transporte público para chegar ao serviço, me certifique de que havia guardado tudo na bolsa e saí antes mesmo de Lucy acordar, só no caminho me lembrei de ligar para Vinicius, sou esquecida e às vezes desatenta, mais pelo menos admito isso, pelo menos dessa vez lembrei.

— Olha que tela horrível! — Resmunguei observando a tela do meu celular, só de olhar essa tela me lembro do babaca que fez eu derrubar o celular no chão, para a sorte dele meu celular já está pago ou eu faria ele pagar as parcelas em que dividi ele.

Liguei para Vinícius que atendeu de primeira.

Ligação.

“ Bom dia, amor, atendeu rápido.”

“ Bom dia, amor, já estava a espera da sua ligação, queria muito falar com você."

“ O que foi Vini?” — Pergunto notando seu tom de voz, ele parecia preocupado.

“ Letícia volta para nossa cidade, tive um pesadelo terrível depois que me contou que quase foi atropelada.” — Ele fala me deixando menos aflita.

“ Calma, não é para tanto, deve ter colocado na cabeça e acabou sonhando, direto acontece isso comigo.” — Tranquilizo ele que bufou na ligação.

“ Não, Letícia, para mim isso é pressentimento, volta vai, eu te envio o dinheiro e você volta, estou preocupado, não fica em são paulo, está sozinha aí e é perigoso.”

“ Te entendo Vini, mais deve ter falado com minha mãe né, ela também quer porque quer que eu volte, mas não vou, eu vou ajudá-los, estou indo para o meu primeiro dia de trabalho.” — Falo esperando ele falar uma palavra positiva.

“ Letícia deixa de teimosia.”

“ Não vou voltar Vini, quando você decidiu ir para a Bélgica eu te dei força, da para retribuir agora.”

“ Não, não vou compactuar com essa loucura, você não deveria ter ido, se está longe da sua família, aí porque não vem para ficar aqui comigo.” — Ele fala como se estivesse perto, mas não está, está do outro lado, na Europa, eu até consideraria ir se meus pais não tivessem passando pelos problemas que estão.

“ Eu não estou tão longe assim, daqui posso voltar rápido, aí seria muita burocracia, não daria para voltar às pressas se meus pais precisassem de mim e nem tenho passaporte.” — Argumentei.

“ Vou te encher até você voltar.”

“ Esperava mais de você, Vini, esperava apoio.”

“ Eu só quero o seu bem, Letícia, entende isso.”

“ Está bem, vou tentar entender, mas saiba que já tomei minha decisão.”

“ Preciso voltar para o trabalho, mais tarde te ligo, te amo Lê.”

“ Fica com Deus, também te amo.” — Falo desligando, havia algumas pessoas ao meu lado e quando desliguei a ligação fiquei com a impressão de que havia falado alto ao telefone já que as pessoas estavam me olhando, fiquei na minha sem me envergonhar, não falei nada de mais!

Cheguei ao meu destino mais rápido do que imaginava, precisava muito de ir ao banheiro e assim que cheguei fui até lá, péssimo jeito de chegar à empresa, mas também aproveitei para reparar minha aparência e retocar meu batom que quase não se nota.

Saí do banheiro apressada e fui para a recepção, a secretária me encaminhou para a sala de Selena que ainda não havia chegado, pelo menos sei que não estou atrasada, acho até que cheguei bem mais cedo.

Fiquei ali no corredor mexendo no celular com aquela tela horrível, reparei quando um homem parou em minha frente e me assustei, engoli em seco.

— Bom dia, você é nova por aqui? — O rapaz perguntou, ele pareceu ser muito simpático ao me cumprimentar.

— Bom dia, sou, sim, hoje é meu primeiro dia, estou à espera da Selena.

— Quer tomar um café enquanto espera por ela?

— Sim, aceito sim. 

— Desculpa, não me apresentei, meu nome é Gustavo, qual é o seu nome? 

— Prazer, Gustavo, sou Leticia! — falo sorrindo, respondendo simpática ao seu cumprimento.

— Vamos?

— Para onde? — Pergunto confusa.

— Até o refeitório, pegar o café.

— Assim, sou muito desligada, vamos sim. — Falo acompanhando o homem, fomos conversando sobre a empresa, ele trabalha aqui já algum tempo pelo que me disse, diria que estou muito feliz por ser tão bem recepcionada.

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