Samanta
É quinta-feira, um dia normal como todos os outros, mas de alguma forma parece diferente para mim. Não sei, o prédio inteiro da Morissette LTDA parece mais iluminado, as pessoas que trabalham aqui estão se movimentando mais leve... eu acho. Elas falam entre si e sorriem. Me pergunto se eles sempre agiram assim e só hoje estou prestando a atenção nesses detalhes. Sacudo a cabeça jogando esses pensamentos toscos para longe. Que coisa!
— Bom dia! — digo para o primeiro funcionário que vejo na minha frente. O homem parece um tanto... surpreso, eu acho. — Bom dia, Senhor Stone! — falo, para o Senhor de cabelos grisalhos do setor de estoque. Sua reação também foi um pouco estranha. — Bom dia, Bia! — sibilo agora para a atendente atrás do balcão, mas logo sinto um braço enlaçar o meu e sou praticamente arrastada para o cor
SamantaA ansiedade é fogo. Penso quando salto para fora do carro, e caminho apressada para a lateral da catedral. São passos tão rápidos e precisos que nem sei como não tropecei nos meus próprios pés. Contudo, assim que chego aos fundos da igreja paro completamente paralisada com a visão do homem extremamente elegante, com seu porte másculo e viril, vestido com um terno escuro e pela primeira vez me permito viajar pelos seus detalhes másculos. Os cabelos negros e curtos, os ombros e as costas largos, e o resto eu posso desenhar nitidamente em minha mente, já que o tecido não me permite ver. Mas é quando ele se vira para mim que sou arrebata. Meu marido está segurando uma rosa vermelha e estava inalando o seu perfume, até perceber a minha presença e sorri para mim. Ah, esse sorriso faz coisas comigo que não consigo explicar, mas uma delas me incomoda
Ethan— Pronto, Senhores, é sempre um prazer fazer negócios com vocês! — digo me levantando para apertar as mãos dos clientes satisfeitos e assim que eles se afastam começo a arrumar alguns documentos na maleta para enfim ir para casa, estar nos braços da minha linda garota. Contudo, para a minha surpresa Rose se senta na cadeira de frente para minha e esbanja um sorriso.— Oi, Ethan! EU estava passando...— Engraçado, você está sempre passando, não é? — A interrompo um tanto seco, mas ela parece não se importar com isso.— Eu te disse, trabalho aqui perto, querido. — A sua mão toca na minha em cima da mesa, porém, um pequeno e reluzente objeto chama a sua atenção. Afasto a minha mão da sua e a encaro firme, esperando que a aliança tenha surtido algum efeito.— Eu tenho que ir, R
Ethan— Ah! Ah! Ui! Oh, Ethan que boca é essa? — Sam geme completamente ensandecida, após explodir em um orgasmo lindamente fabuloso, que a deixa amolecida e encostada na parede. Ah, eu sabia que ela não me castigaria assim. Não por causa daquela maluca sem noção. Penso, erguendo o meu corpo, praticamente me arrastando pelo seu e beijo arduamente a sua boca fazendo-a sentir o seu próprio gosto direto no seu paladar. Contudo, quando abaixo a alça do seu vestido, Samanta me faz afastar. Eu a encaro um tanto aturdido e ela me encara... determinada? — O que pensa que está fazendo, Ethan D’angelo? — Minha esposa rosna para mim com secura.— Como assim o que estou fazendo? Continuando o que começamos aqui— digo o óbvio, mas a sapeca faz um não com a cabeça, fazendo um som estralado com a boca e na sequência ela me lança um
— Rosália, querida, pode servir o café da manhã no cômodo do segundo andar. Parece que o nosso lindo casal aderiu mesmo aquele quarto para as suas refeições — peço quase explodindo por dentro, se o meu cargo nessa casa não exigisse tanta disciplina. E quer saber o motivo de tamanha felicidade? Ela se chama Samanta.Quando conheci a família Morissette tinha acabado de completar vinte e anos e fui trabalhar na mansão perto do final da gravidez da Senhora Leslie Morissette. Uma moça viçosa e cheia de vida, adorada por todos e amada incondicionalmente pelo seu marido. O casal ansiava pela vinda do bebê que ela esperava, mas logo após a sua chegada a casa inteira se encheu de tristeza. Leslie não voltaria mais para casa e Hugo Morissette passou incontáveis dias sem o seu chão. Minha atitude não foi outra, a final, alguém tinha que tomar con
SamantaMais um dia de trabalho sabotado. Desse jeito vou levar essa empresa as piores consequências. Mas é que não consigo evitar e por esse motivo estou sentada na minha cadeira, sorrindo feito uma boba e quase deitada sobre a mesa, encarando a imagem de nós dois em um porta-retrato sobre a minha mesa. Até os meus olhos serem atraídos por um relógio que se balança repentinamente de um lado para o outro e Emily Green, a quebradora de encantos surge no meu campo de visão. Imediatamente me endireito na cadeira, guardando o meu sorriso.— O que você estava fazendo aí? — Ela inquire divertindo-se com a situação. Depois, se inclina um pouco para olhar a foto que está de frente para mim. — Não é você e o Ethan nesse porta-retrato? — questiona o óbvio. Bufo em resposta, mas não seguro outro sorriso languido.—
SamantaEu não pensei que esse dia me deixaria tão nervosa assim. Quer dizer, a minha sala está cheia de convidados ilustres da alta sociedade, que logo estarão convictos do nosso casamento e do nosso amor. Isso me renderá alguns convites para as chatas festas sociais, outros para participar de associações beneficentes e logo me tornarei a mais jovem, e promissora dama de uma sociedade que eu sempre odiei. Mas não é isso que está me inquietando e sim o fato de que essa noite abrirei as portas do meu passado e em consequência dessa atitude estarei abrindo as portas do meu coração para o meu marido também. Ethan D'angelo conhecerá a verdadeira Samanta Morissette, aquela que procurei trancafiar e manter distantes de certos sentimentos, e ainda, ele verá o meu lado mais obscuro também. Não, isso não o fará se afastar de mim, disso eu tenho ple
Ethan— Tenho algo para te contar, Ethan, mas antes preciso que me prometa que nada vai mudar entre nós. — Essas palavras saíram da sua boca. Contudo elas não vieram sozinhas. Havia determinação em suas retinas e eu tive a certeza de que essa noite conheceria a garota por trás daquele gesto de submissão. A observei se afastar de mim e voltar para o balanço. Entretanto, eu tenho certeza de uma coisa, não vou suportar ouvir os seus relatos sem uma boa e forte bebida.— Mais uma garrafa? — sugiro sem deixar o meu bom humor decair.— Por favor, marido! — Ela faz graça, unindo as mãos na sua frente e com um olhar de súplica, embora o seu sorriso ainda esteja lá. Saio rapidamente do terraço para ir até a adega pegar um vinho para ela, mas antes de voltar para a nossa conversa me sirvo uma dose tripla de uísque pura e sem gelo. Assim que regresso, a encontro perdida em seus pensamentos. Sinto que ela está em guerra consigo mesma agora. Dá para ver em suas feições e no olhar perdido, porém, n
Ethan— Por isso não encontrei nada sobre você — falo finalmente e ela meneia a cabeça em confirmação.— E quando eu retornei para Seattle estava determinada a viver do meu jeito e determinada a nunca mais permitir que qualquer pessoa tentasse me mudar outra vez. Estava tudo certo até você entrar no meu caminho. — Não é uma acusação, mas gostaria de entender o que realmente ela quis dizer com isso.— Eu? Como assim?— As escolhas, Ethan. Quando você impôs que eu deveria escolher percebi que não estava tão liberta assim. Na hora eu só conseguia pensar que nunca foi tão difícil escolher algo tão simples.— Mas você conseguiu, sabe disso, não é? — Ela faz aquele biquinho com a boca.— Sim, mas foi por sua causa. — Faço não co