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Capítulo 5 - William

Por um instante eu a tive perto demais de mim, tão perto que eu consegui ver os pontinhos verdes espalhados nas íris azuis. Estávamos tão próximos um do outro que eu podia tê-la beijado, aquela ideia passou por minha cabeça e eu tratei de esquecer. Sophia tinha concordado com o bebê e eu deveria me manter como seu amigo, eu tinha que segui-lo por mais difícil que fosse, especialmente depois de vê-la usando aquele vestido que a fez parecer ainda mais doce.

— Ela é proibida pra você, William. Se controle!

— Quem é proibida para você? — A voz de Megan me trouxe de volta para o presente. — É tão bom te ver depois de tanto tempo, Will.

— É bom te ver também, Megan. — me aproximei a cumprimentando com um beijo no rosto.

— Confesso que fiquei surpresa com a sua chamada, especialmente com Amber fora do país. — Megan disse deslizando as unhas por minha camisa, de uma forma irritante. — Nós só nos encontramos quando é com ela.

— Bem, hoje é uma ocasião diferente. — falei me afastando para fugir de seu toque da mesma forma que fugi do assunto “Amber” — Uma amiga precisa renovar todo o guarda-roupa e eu sabia que você era a melhor no assunto.

Depois de ver tudo o que Sophia carregava naquela bolsa eu não pude deixar para amanhã a tarefa de lhe comprar roupas novas, ela não tinha nada além daquele vestido e mais um par de camisetas.

— Claro, vai ser um prazer ajudar. Qualquer amiga sua também é amiga minha! — ela afirmou com entusiasmo. — Mas só pra você saber eu trouxe algumas coisas que Amber adoraria como presente, afinal o aniversário dela está chegando.

— Amber está em Milão há mais de dois meses, tenho certeza que ela não vai voltar querendo roupas. — sorri para ela no mesmo instante que Brian entrou na sala. — Vou deixar você se acomodar e volto logo, se precisar de qualquer coisa Brian pode lhe ajudar.

Sai de lá ansioso para comer com Sophia, algo se agitava dentro de mim para ir até ela, da mesma forma que se agitou depois que a deixei no quarto para que se arrumasse.

Eu não queria pensar em Amber naquele momento, nós estávamos há tempo demais sem nos ver. A última coisa que desejava era pensar que presente dar para quem já tinha de tudo, estava mais interessado em ver o que Sophia iria achar das roupas quando as visse.

— Ai meu Deus. — ouvi ela murmurar de boca cheia antes mesmo de entrar na sala de jantar. — Isso está divino, Jenna.

Eu me encostei no batente da porta espiando as duas. Minha governanta tinha um sorriso orgulhoso estampado nos lábios enquanto Sophia mastigava a comida avidamente.

— Começando sem mim. — entrei vendo os olhos lindos se arregalaram para mim enquanto ela engolia com dificuldade.

— Perdão, senhor… — eu a censurei com o olhar e ela se corrigiu rapidamente. — William, eu não resisti ao cheiro.

Sorri me sentando na cabeceira da mesa, ficando com ela do meu lado esquerdo, as bochechas estavam vermelhas como se Sophia estivesse de verdade envergonhada por simplesmente não ter me esperado. Era tão diferente ver toda aquela inocência e deslumbre que passava em seus olhos a cada descoberta.

— Estou apenas brincando, você não tinha que me esperar para comer. — olhei para o prato dela e voltei para seu rosto. — E com toda certeza o risotto está aprovado pelo gemido que ouvi.

Sophia corou ainda mais quando as palavras deixaram minha boca e Jenna riu como eu não via há muito tempo.

— Deixe a menina comer antes que ela engasguei, William. — Jenna murmurou ainda sorrindo quando deixou a sala.

— Parece que já ganhou uma aliada.

— Jenna foi muito gentil comigo e tem mãos de fada. É a melhor comida que já comi em toda a minha vida. — ela disse erguendo o garfo até a boca, me hipnotizando quando envolveu os lábios em torno da prata, levando toda a comida.

Aquilo não deveria ser assim tão fascinante, mas eu não consegui desviar os olhos, nem mesmo quando ela começou a mastigar. Tinha a breve noção de ter escutado ela dizer algo, mas minha mente se negava a processar qualquer coisa que não a sua imagem.

Quando ela levou a taça até seus lábios deixando um pouco de vinho escorrer em seu queixo, eu me adiantei, pegando o guardanapo em meu colo e me levantando para limpar seu queixo.

— Ohh! — Sophia exclamou surpresa e só então eu me dei conta do que tinha feito.

Seria sensato me afastar e pedir desculpas, dizer que foi o impulso ou uma mania de limpeza, que eu claramente não tinha. Mas eu não consegui dizer absolutamente nada, só fiquei ali encarando o rosto dela, os olhos focados nos meus, enquanto meu polegar segurava o guardanapo contra seu queixo. O que eu estava fazendo?

— Interrompo alguma coisa? — a voz de Megan foi o que quebrou aquele contato, eu me virei vendo ela entrar na sala com Brian, levando os olhos para Sophia. — Você deve ser a garota que está mudando todo o guarda roupa. Qual seu nome querida?

Sophia me olhou rapidamente com um pequeno vinco se formando entre as sobrancelhas perfeitas, ela estava claramente confusa com o que Megan havia acabado de dizer e eu não a culpava, não tinha tido a oportunidade de falar com ela.

— Sim, é ela. — Eu tomei a frente da conversa. — Sophia vai ficar aqui e não trouxe bagagem, por isso ela precisa de um guarda roupa novo.

— Eu posso ver. — Megan ergueu as sobrancelhas olhando para Sophia de cima a baixo de uma forma que eu não gostei nenhum pouco.

— Não precisa fazer isso, William. — o tom baixo de Sophia trouxe meus olhos de volta a ela e sua figura encolhida contra a cadeira. — Tenho algumas economias e posso comprar roupas depois. 

— Eu insisto, Sophia. Você é minha amiga, não é? — perguntei tentando convencê-la a aceitar mesmo que seu rosto estivesse duro.

— Sou, mas… — estendi minha mão sobre a mesa pegando a sua e interrompendo sua negação sussurrada.

— Então não tem discussão sobre isso, como minha amiga você tem que aceitar o presente sem argumentar. Megan vai te mostrar tudo e você pode escolher a coleção inteira se quiser, inclusive pedir mais!

Sophia ergueu o olhar para a morena na porta e baixou os ombros, Megan parecia uma modelo assim como as mulheres que ela vestia, alta, magra, usando saltos muito altos e finos, sempre vestida com roupas de alta costura. 

— Não se preocupe fofinha, eu não mordo.

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