Não conseguia entender porque eu nunca conseguia me controlar perto de Sophia e quando me dava conta do que fiz ou disse já era tarde demais. Como fui me deixar levar pelo impulso e o incômodo que me tomou quando ela perguntou sobre aquele médico e dizer aquelas coisas horríveis?Vi nos olhos dela o quanto aquilo a magoou, eu estava tão focado em diminuir Erick para que ela parasse de pensar nele que não me dei conta de que aquilo podia ser interpretado de outra forma também.Eu jamais diria algo assim dela ou de qualquer outra pessoa na verdade, mas ela não acreditaria nas minhas palavras depois de ter me escutado dizer aquelas coisas preconceituosas e a forma como se afastou de mim era a prova.— O que aconteceu, ursinho? — Amber perguntou ao pé do ouvido, enquanto deslizavam as unhas sobre meu ombro.— Nada, só não queria deixar Sophia sozinha. — respondi com uma meia verdade. Se fosse cem por cento sincero com ela e comigo mesmo, eu iria até Sophia e a levaria para longe dali onde
Erick andou rapidamente até onde estava seu carro e saiu daquela área da cidade com o mesmo sorriso no rosto. Eu não tinha ideia de para onde ele estava me levando, mas não reclamei, só de não ter que ficar no mesmo lugar que Will e Amber eu já estava agradecida.Mas, por mais que eu tentasse parar de pensar naqueles dois, minha mente continuava a repetir aquele beijo, repetidamente, como uma tortura que me deixava de estômago embrulhado.William e Amber se mereciam, formavam o casal perfeito, eu que tinha de esquecê-lo de uma vez por todas. Mesmo tendo decidido isso no dia em que os vi praticamente transando, minha mente e meu corpo pareciam não ter entendido, todo meu corpo reagia quando ele chegava perto e agora minha mente tinha decidido me fazer sofrer ainda mais, me lembrando que eu não era ela e que nunca seria.— Sophia? — Erick estalou os dedos na minha cara, me fazendo piscar rapidamente e voltar o olhar para ele.— O que você disse?— Eu falei que chegamos, mas você parecia
Eu não tinha conseguido ficar muito mais tempo na festa, não quando meus pensamentos ficavam indo e voltando para Sophia, imaginando o que eles estariam fazendo, onde estavam, e se aquele bastardo estaria se comportando.Sabia que não tinha o direito de cobrá-la de nada, Sophia não me devia explicações do que fazia ou com quem saía, especialmente agora que ainda não estava carregando meu filho em sua barriga. Mas saber disso não servia de nada, minha mente parecia não entender e continuava a pensar nela.— Chefe, James está aqui. — Brian disse assim que o carro parou na entrada de casa e eu ergui meu olhar, saindo de meus pensamentos e avistando o investigador na altura das escadas.Minha desconfiança deu o ar da graça, me deixando em alerta, não podia ser notícias boas naquela hora da noite e em uma visita pessoal.— Deve ser algo realmente urgente para ele já estar aqui. — falei mais para mim do que para os homens dentro do carro.Abri a porta descendo apressado, ele não costumava v
Doença, está ai uma palavra que nunca me importou muito, quando se tem dinheiro não nos preocupamos com coisas pequenas que podem ser facilmente resolvidas pagando os melhores médicos do mundo. Mas quando essa palavrinha vem seguida de "terminal", se torna um grande pesadelo para o rico ou o pobre.Tudo o que eu quero é tempo, nesse momento da minha vida não me importa o quanto de dinheiro eu tenho, as empresas no meu nome, quantos carros e casas que possuo. Só me importa quanto tempo de vida eu tenho.Um ano, foi o que meu médico disse, um maldito ano. Trezentos e sessenta e cinco dias para que eu pudesse usufruir dos meus bilhões, para que eu conseguisse ter um herdeiro e dar uma continuidade ao meu legado.E foi assim que eu vim parar nesse terraço, acompahado da garota que vi dormindo em um banco no parque. Não é todo dia que se conhece uma menina tão linda morando nas ruas de Seattle.— Não pularia daí se fosse você. — tentei soar baixo para não assustá-la, mas não teve jeito.A
Eu vinha fugindo a tanto tempo que nem ao menos me lembrava como era ter um lugar para ficar em paz. Fiquei tão feliz quando finalmente consegui aquele emprego na lanchonete e não hesitei em guardar cada centavo para que pudesse ter o dinheiro suficiente para alugar um lugar só meu.Mas ali estava eu sendo perseguida por ele mais uma vez. Não sei como ele me encontrou tão rápido dessa vez, eu não sabia mais o que fazer, para onde fugir, onde me esconder dele.Por isso quando aquele estranho, que tinha acabado de salvar minha vida, me estendeu a mão me garantindo que ninguém iria me incomodar mais eu aceitei.Poderiam até me chamar de maluca, por confiar em um homem que eu não conhecia, mas para falar a verdade as pessoas que eu conheci a minha vida inteira foram responsáveis por eu estar onde estou hoje.Encarei o homem ao meu lado, a roupa impecável, a postura perfeitamente ereta, ele era rico e eu nem precisava olhar para o carro chique ou o relógio de marca em seu pulso.— Porque v
Eu nem acreditava que tinha feito mesmo aquilo, peguei uma completa estranha na rua e a trouxe para dentro de casa.Eu soube pelo olhar de Brian, meu motorista e segurança, que ele achava que eu estava enlouquecendo. Não posso culpa-lo, eu nunca fiz nada desse tipo, nunca ousei na vida ou fiz algo que fugisse do padrão esperado para um magnata do petróleo.Ao menos eu podia culpar a doença, podia dizer que estava mexido com as notícias e isso me fez tomar uma decisão maluca.Porém a verdade é que eu não sabia o que tinha visto nela, mas algo mexeu comigo e me impulsionou a querer cuidar dela, me fez desejar poder dar a ela uma vida diferente.Por isso quando a vi naquele terraço prestes a pular, não pensei duas vezes de correr para salvá-la.A ideia de ter um filho foi algo um tanto aleatório, confesso que disse mais como uma desculpa para que ela viesse comigo, mas agora observando Sophia encantada com cada canto da casa que eu mostrava, a ideia começava a se assentar na minha cabe
Era estranho estar dentro daquela casa enorme, com aquele homem imponente com aqueles olhos intensos cor de mel sobre mim, enquanto continuava a falar sobre a oferta mais insana que alguém poderia fazer.— Está me dizendo que não fará nada comigo que eu não queira? — perguntei, precisando ter certeza de que ele não teria outras intenções ali.— Eu jamais tocaria em você sem o seu consentimento. — ele respondeu com a voz tão baixa quanto a minha. — Tudo o que quero é que sejamos amigos e que você carregue o futuro dos Donavan. É isso o que também quer?Não tinha ideia de como responder aquilo, mas meus olhos desceram pelo rosto impecável, contornando a barba fina que envolvia seus lábios carnudos e que parecia sempre ostentar um leve sorriso.William era a mistura de poder, dinheiro e beleza, homens assim eram perigosos. Mas eu não sabia o porquê ele me passava uma confiança, talvez fosse por ter me impedido de cair do prédio, ou apenas por ter me tirado rapidamente da rua. O fato é qu
Por um instante eu a tive perto demais de mim, tão perto que eu consegui ver os pontinhos verdes espalhados nas íris azuis. Estávamos tão próximos um do outro que eu podia tê-la beijado, aquela ideia passou por minha cabeça e eu tratei de esquecer. Sophia tinha concordado com o bebê e eu deveria me manter como seu amigo, eu tinha que segui-lo por mais difícil que fosse, especialmente depois de vê-la usando aquele vestido que a fez parecer ainda mais doce.— Ela é proibida pra você, William. Se controle!— Quem é proibida para você? — A voz de Megan me trouxe de volta para o presente. — É tão bom te ver depois de tanto tempo, Will.— É bom te ver também, Megan. — me aproximei a cumprimentando com um beijo no rosto.— Confesso que fiquei surpresa com a sua chamada, especialmente com Amber fora do país. — Megan disse deslizando as unhas por minha camisa, de uma forma irritante. — Nós só nos encontramos quando é com ela.— Bem, hoje é uma ocasião diferente. — falei me afastando para fugir