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Tentando me aproximar

—Mas, mãe, o Scott me ama, eu sei disso. O avô Henry também disse, ele me falou que prefere que eu seja a neta dele, não aquela mulher. Aquela mulher é velha para o Scott. —Falo e minha mãe dá um suspiro. Tenho certeza que ela não concorda.

—Tess, ele não ama você. O que vocês dois viveram foi uma história de crianças, ele tinha doze anos. Uma criança não tem noção do que sente. Agora ele é um homem e esse homem ama a Sophia. Você sabe que ela é do mesmo nível dele, eles estudaram na mesma universidade e têm a mesma formação. Esquece esse homem.  O Scott não quer nada com você. —Ela tenta me fazer mudar de opinião, mas eu não vou desistir, isso, nunca!

—Mãe, eu vou lutar pelo meu amor. O Scott vai ficar comigo no final. —Afirmo com convicção e me viro para o canto da cama. Minha mãe solta um suspiro pesado e sai do quarto. 

Depois de uma noite muito mal dormida, eu acordo, me olho no espelho me dando conta de como estou péssima, mas já estou quase pronta pra ir para faculdade.

—Tess, anda logo, sua moleza, o Brad já está esperando a gente lá na biblioteca. —A Lunna entra gritando pela casa.

—Já estou indo. Você está sempre apressada quando é o seu Brad que está esperando a gente,  né! —Digo sarcástica.

Quando estamos saindo de casa,  o Scott está saindo também com o avô Henry.

—Tess,  minha querida está indo para faculdade? Lunna, porque não veio me visitar mais? —O avô Henry brinca com a gente, uma simpatia,  como sempre.  O Scott está lá, ao lado dele, lindo demais.

—Oi meninas, tudo bem? —Ele fala e esboça um pequeno sorriso. Que sorriso perfeito. 

—Oi Scott —Respondi sorrindo também, mas não tem nada de pequeno no meu sorriso.

—Tudo bem. Eu sou a amiga da Tess, me chamo Lunna, muito prazer. —Ela se aproxima e se apresenta.

—O prazer é meu —Responde apertando a mão dela, depois vira ficando de frente  para mim. —Então, você já está terminando o curso Esther? O meu pai disse que você pretende ingressar na empresa futuramente. —Pergunta, parecendo interessado e eu não me aguento de felicidade. 

—Sim, eu já me formo no fim do semestre. Quero continuar aqui e trabalhar na empresa sim. —Respondi tentando não mostrar toda minha empolgação. 

Quando vou iniciar outro assunto, o telefone da Lunna começa a tocar. 

—Oi! —Ela atende e afasta um pouco o telefone do ouvido —já estamos indo, Brad —Diz depois de ouvir a reclamação dele, do outro lado da linha. 

—Bom, temos que ir. Bom passeio pra vocês. —Sou obrigada a me despedir. 

Como eu queria matar o Brad. Ele tinha que ligar agora para atrapalhar minha primeira conversa com o Scott depois de tanto tempo? E logo agora que ele pareceu interessado! Que raiva desse infeliz. Ao contrário de mim, a Lunna está numa empolgação só.

—Caramba, Tess, agora eu entendo o porquê de  você ficar toda apaixonada, que homem é esse! Nossa, ele é um gato. —Diz se referindo ao Scott. 

—É um gato mesmo. Você viu ele todo interessado nos meus planos para o futuro? — Digo empolgada.

—Vai com calma, amiga. Vocês passaram muito tempo longe, não fantasia ainda, porque ainda tem a Sophia na parada. —A Lunna diz me fazendo murchar automaticamente. Essa daí não tem nenhuma diferença da minha mãe, elas estão sempre me desanimando.

—Você vai fazer igual a minha mãe agora? Olha, aquela mulher vai sair da vida dele, eu não vou deixar ela roubar o meu amor! —Digo com raiva.

—Por favor, Tess, não mete os pés pelas mãos. A melhor coisa por enquanto, é você se aproximar como amiga. Vocês eram amigos antes, certo? Então, seja amiga dele novamente e depois tenta reconquistar o amor dele. —Diz calmamente e depois de ouvi-la, eu começo a ter uma ideia.

—Isso! Você está certa, Lunna. Eu preciso conquistar a confiança dele para depois atacar. Eu posso trazer ele de volta pra mim, mas tem que ser com inteligência. —Dou um pulo no banco do carro de tão animada que estou. 

— Calma, Tess, não vai pirar em. Por favor, seja racional. —Ela diz balançando a cabeça de um lado para o outro. Acho que meu excesso de empolgação a deixou meio preocupada.

Dou risada da sua cara, ela me olhou como se eu estivesse planejando um assassinato, depois de trabquiliza-la quanto aos meus planos, nós seguimos conversando, meu principal assunto se tornou Derek Scott, falo nele o tempo todo. Nós chegamos a biblioteca da Universidade e o Brad já está andando de um lado para o outro com cara de poucos amigos.

—É assim que você estava chegando, Lunna? Tem quase uma hora que eu estou aqui, vocês duas não tem compromisso, eu não fico mais no grupo de trabalho de vocês! —Ele fala bravo enquanto anda até nós.

—Nossa, Brad, pra quê esse estresse todo? Não precisa disso, nós já chegamos. —Digo tentando nos defender, enquanto a Luna está com a cabeça baixa.

—Não precisa? Eu tinha outros compromissos hoje, sabia! Por causa de vocês duas, eu vou me atrasar ou talvez até cancelar. —Ele fala ainda mais irritado.

—Tudo bem, Brad, você pode ir que nós fazemos o trabalho aqui,  depois você só participa da apresentação. —A Lunna faz o que ela mais sabe fazer, tenta aliviar as coisas para o Brad.

—Eu? Deixar o trabalho para vocês duas? Jamais. Se vocês sequer chegaram no horário, não vou confiar. Eu fico e nós vamos terminar isso o mais rápido possível. —E como sempre, o Brad corta a onda da Lunna.

Na verdade o Brad e a Lunna já tiveram um lance anos atrás, ainda se pegam às vezes, mas o Brad é um idiota no final,  pois não dá atenção para a Lunna, nem educado ele é  na maioria das vezes. Eles são vizinhos e a Lunna sempre foi apaixonada por ele, assim como eu sou pelo Scott. O Bradley, esse é o nome dele, ele é um cara muito legal, mas quando se trata de mulheres,  deixa muito a desejar, ele sabe que a Lunna é louca por ele, mas não corresponde ao sentimento da mesma forma, até fica com ela, mas só quando não tem as vadias que estão sempre com ele. Eu já aconselhei muito a Lunna para ela parar de aceitar ser segunda opção, só assim o Brad vai se decidir,  mas ela é boba, não ouve conselho, pelo menos, não os conselhos relacionados a relacionamentos.

Nós estamos fazendo uma pesquisa para apresentar na aula de dinâmica e empreendedorismo e o clima entre nós está um pouco estranho. Eu olho o Brad e ele está muito impaciente, olho a Lunna e ela está olhando para o Brad o tempo todo, desse jeito passamos mais de meia hora. Quando já estamos finalizando o trabalho, o telefone do Brad toca.

—Oi,  Soraya, tudo bem? —Atende rapidamente. Eu e a Lunna nos olhamos ao ouvir o nome da pessoa que ligou para ele. 

—Já estou acabando aqui e estou indo. Pode me esperar lá. —Diz e finaliza a ligação.

Fico muito mal ao vê a tristeza nos olhos da Lunna, já deu para perceber que tipo de compromisso o Brad tem com a Soraya. Eu vejo que agora a Lunna está realmente péssima, porque se o Brad e a Soraya estão juntos é o fim da linha pra ela.

[...]

A apresentação do nosso trabalho foi um sucesso, claro, tirando o clima estranho entre o Brad e a Lunna. Eles estão se falando como sempre, mas com a Soraya agora namorando o Brad, sim, a Soraya finalmente conseguiu o que queria: ser a namorada do queridinho da faculdade. Aquele idiota caiu na lábia da cobra. Estamos chegando ao final do semestre e eu vou começar meu estágio na empresa, assim vou ficar mais tempo com o Scott, estou muito feliz com isso,  claro. Eu recebi a carta para iniciar o meu estágio e já começo amanhã. Com essa notícia maravilhosa, eu vou  para o passeio com o avô, toda animada. 

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