Conquistar o meu amor CEO
Conquistar o meu amor CEO
Por: Kely G.
Reencontro

"Oi, como vai? Tudo bem? Estou com saudades. Fiquei sabendo que você está chegando, estou muito ansiosa pela sua volta. "

Envio a mensagem e fico esperando. Espero por um longo tempo e nada dele visualizar e muito menos responder. Espero por horas e mesmo que ele esteja online ele nem visualiza a mensagem. Meu coração se despedaça. No fundo eu sinto que esse romance que vi nas fofocas da revista pode ser real, mas eu, Esther Christal, não vou permitir que essa mulher tire o meu amor de mim.

Derek Scott, o homem da minha vida. Ele se formou com louvor em uma das melhores faculdades de Londres, isso porque escolheu estudar lá, ele também passou em terceiro lugar para Harvard, mas preferiu ir adquirir experiência longe da família.

Nós moramos em Detroit, EUA, eu cresci aqui e amo essa cidade. Há algum tempo, aliás, de uns três anos pra cá, o Scott nem responde direito minhas mensagens, ele está muito distante, frio. Eu fico sabendo dele pelo seu Henry, o chefe da família Scott e avô dele. O avô Henry é muito bom pra mim, diz que me considera sua neta, e eu serei, claro, não vou permitir que o Scott me troque por aquela sem sal da Sophia Pierce, que segundo as fofocas, é a namorada dele.

Eu e o Scott crescemos juntos, desde sempre eu sou apaixonada por ele, ajudei ele muitas vezes, éramos inseparáveis, não é justo eu perdê-lo agora. Anos atrás ele disse que me amava e até me beijou, nosso primeiro beijo foi quando eu tinha dez anos e ele doze, jamais vou esquecer aquele momento.

[...]

Estou uma pilha de nervos, finalmente é o dia do retorno do Scott. Sei que ele vem com aquela mulher, mas não vou deixar isso me abater, eu sei que o Scott vai voltar pra mim, nós vamos acabar juntos.

Eu cresci na casa dos Scott, apesar de ser só a filha da governanta, eles sempre me trataram muito bem, frequentei as melhores escolas, aliás, as mesmas do filho deles, o meu Scott. Meu nome é Esther Christal, mas todos me chamam de Tess. Como sei que vou vê-lo hoje, me arrumo mais que o normal para ir fazer minha caminhada matinal com o avô Henry, nós caminhamos quase todas as manhãs, é ótimo para a saúde dele. Coloco uma camiseta com estampa do exército, um shorts jeans curtinho e um all star, meu favorito, prendo meu cabelo em um rabo de cavalo e depois de conferir minha produção no espelho, sigo para minha rotina. Quando chego na porta para pegar o avô, ele me olha com um sorriso desconfiado e diz:

—Nossa! Minha querida, você está muito bonita hoje. Está realmente radiante.

—Muito obrigada, avô Henry, eu só coloquei um shortinho diferente. Hoje não quero aquele moletom de sempre. —Respondi tentando disfarçar meu verdadeiro motivo. Eu sempre caminho de moletom, então com certeza o avô Henry sabe bem o motivo da minha mudança.

—Então, vamos até a praça do condomínio? Hoje eu quero dar um passeio mais longe e também quero praticar meu xadrez com você. —Diz animado e eu concordo imediatamente:

—Claro que sim. É bom, assim, podemos encontrar o pessoal da dança lá.

Eu concordo, não só porque estou afim de dançar, mas também porque assim nós demoramos um pouco mais e ao voltar o Scott já chegou e… eu posso vê-lo.

Seguimos para o nosso passeio, no caminho vou rindo das histórias hilárias que ele conta. Sabe aquelas pessoas que sempre tem algo interessante para contar e te deixar horas entretida? É o senhor Henry Scott, ele é muito divertido e eu adoro passar o tempo com ele, me faz tão bem. Depois de uns trinta minutos finalmente chegamos à praça, é um lugar muito bonito, tem as mesinhas de xadrez, tem uma quadra de basquete, que também usam para jogar futsal, tem uma fonte com um designer muito chique e uma maravilhosa pista de skate. Eu ando de skate sempre aqui, pratico manobras e também me divirto com o grupo de dança do Lucas. O Lucas é vizinho dos Scott, ele montou uma equipe de dança com uma galera do projeto social que ele ajuda.

A galera do grupo mora no bairro do outro lado da cidade e vem aqui uma vez por semana para ensaiar, e eu, claro, sempre que posso danço com eles. Eles são ótimos, fazem vários estilos: hip-hop, street-dance, tango, balé… eu sou muito boa, tanto que o Lucas já me convidou várias vezes para fazer parte da equipe. Eles participam de concursos e já ganharam vários prêmios, eles também gravam vídeos para postar no YouTube e, cara, fazem muito sucesso.

—Então, Tess, vai dançar com a gente hoje? —O Lucas diz se aproximando de nós.

—Claro, você acha mesmo que eu vou recusar um convite desses? —Respondi animada. Eu amo dançar.

—Eu acho. Você não quer entrar para a equipe. Seus passos com os saltos iriam fazer muito sucesso, quando você grava com a gente, bomba nos comentários.

Eu sei fazer algumas acrobacias, mando muito bem nos saltos de ginástica artística e eu sempre uso esse talento na dança.

—Eu queria, mas você sabe, a faculdade toma muito o meu tempo. —Falo a verdade.

Eu estou no último ano de marketing empresarial e meu plano é trabalhar no grupo Scott para ficar juntinho do Scott. Tenho ótimas notas e já tenho um emprego garantido na empresa. Me preparo e nós dançamos umas três músicas, o cara da câmera grava enquanto nós fazemos o nosso show e como todas as vezes, reúne uma multidão para nos assistir, é muito bom, dá uma adrenalina tão boa quando as pessoas vibram com a nossa arte.

—Vocês são realmente ótimos, meninos! —O avô Henry diz quando terminamos.

—Muito obrigada, avô. É ótimo saber que o senhor gostou. —Falo recuperando o fôlego.

—Então, Tess, você pode se juntar a nós sempre que quiser —Lucas diz me abraçando —é um prazer para nós ter você no show.

O Lucas é um cara muito legal, ele é advogado e trabalha no escritório do pai dele. Eles são muito ricos, como todos que moram neste bairro. Os magnatas da cidade, milionários sempre usam os serviços jurídicos deles. Nas horas vagas o Lucas faz o serviço social na ong que ele mesmo criou anos atrás, o projeto que ele cuida pessoalmente é o da dança, que é uma paixão dele também. Esse projeto já tirou vários jovens das ruas e do crime. Ele é um homem muito bonito. O avô jura que ele gosta de mim, sempre me fala isso quando encontramos o Lucas, eu finjo que não entendi de onde ele tira essas ideias. Nos despedimos do pessoal e voltamos para casa. Estamos próximos da porta e já dá para ouvir a voz animada da tia Louise, mãe do Scott, com certeza ele chegou, meu coração já começa a bater muito rápido. Quando passamos pela porta eu já vejo uma loira muito bonita e elegante, bem maquiada, aliás, exageradamente maquiada e com uma voz muito irritante. Ainda estou analisando a mulher quando o Scott aparece do outro lado da sala acompanhado do tio Joseph, pai dele. Perco o fôlego quando olho ele, como está lindo! Ele cresceu muito, está com praticamente dois metros, seu corpo forte, com músculos bem visíveis, mesmo sob as roupas, aqueles olhos verdes profundos continuam os mesmos, combinando perfeitamente com a pele clara e o cabelo preto… eu mal consigo respirar quando ele se aproxima.

—Vovô, quanto tempo. Como o Senhor está? Eu estava com saudades. —Ele abraça o avô e eu posso sentir o cheiro do seu perfume e aquele sorriso... meu Deus! Eu perco o chão só de olhá-lo.

—Nossa, como você está grande, meu neto. Eu estou impressionado. Você virou um homem, finalmente.

—Claro, vovô. Eu passei muitos anos longe e nesses últimos tempos, o senhor não apareceu lá, nem para me visitar. —Scott reclama.

—Eu estou velho demais para essas viagens. Então, você ainda se lembra da Tess ? —O avô diz apontando pra mim. Ele nem sequer me notou até agora.

—Nossa, você também cresceu bastante, Esther. Como está? —Diz estendendo a mão. Nem fez questão de me abraçar. Ele está agindo muito frio.

—Eu estou bem, Scott. Você também cresceu bastante. —Sorrio —Então, como foram seus anos de Londres? —Tento interagir, escondendo minha tristeza, pois ele nem me olhou de volta, só apertou minha mão de qualquer maneira.

—Então, vovô, vem eu quero lhe apresentar minha namorada, Sophia Pierce. Sophia, esse é meu avô. —Ele levou o avô para apresentar a mulher sem nem olhar para trás. Parece que eu nem existo.

Voltei para minha casa nos fundos, corri para o meu quarto e desabei no choro. O avô tinha razão, o Scott mudou, ele mudou muito, não é nem de longe o garoto que era. Ele está muito bem vestido, usa uma camisa social da Dior, uma calça também de uma marca muito elegante e cara, sapatos que pagam com folga um carro popular… O homem que eu vi hoje gosta de mulheres como a tal Sophia, mulheres fúteis, que só pensam em cabelo unhas e maquiagem, antes ele não curtia pessoas assim, sempre disse que eram superficiais e que não faziam o tipo dele. O Scott que eu conhecia sempre elogiou meu estilo, sempre gostou das minhas roupas e me achava linda mais natural, mas agora ele não é mais o Scott de antes. Eu estou com os olhos inchados de tanto chorar quando minha mãe entra no quarto.

—Eu te disse, Tess. Eu avisei para você não alimentar esperança, você sabe que nós somos muito diferentes deles. Por mais que nos tratem bem, somos apenas funcionários, os empregados deles, minha filha. —Ela diz fazendo carinho na minha cabeça.

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