Lucy...
Eu não fazia idéia de onde estava, meu corpo estava todo dormente e eu ainda me sentia tonta. Com muito esforço abri os olhos na falha tentativa de descobrir onde estava, estava tudo escuro, nenhuma luz se quer, nada! Nem um mero buraco na parede, nem um fio de luz. Tentei me levantar da cadeira em que estava e falhei miseravelmente, minhas pernas e braços estavam amarrados impedindo que eu me movimentasse. Não havia como eu sair dali... o desespero começou a tomar conta de mim. Por que fizeram isso? O que queriam comigo?
Mas não era só isso que me incomodava, o problema maior era minha mãe, ela não podia saber disso, só pioraria o caso dela, eu precisava dar um jeito de sair daqui... mas amarrada desse jeito seria impossível. Será que Henry já notou meu sumiço? Ele devia estar preocupado...
O silêncio era total, o ún
Lucy...Acordei com o feixe de luz que batia em meu rosto estava muito frio ali, meu corpo ainda estava todo dolorido e gelado, eu estava com fome e com muita sede, mas eu não iria demonstrar que estava sofrendo, não iria dar esse prazer pra eles. Eu estava calada ainda no chão tentando ouvir qualquer coisa, mas só ouvi passos indo e vindo toda hora. Depois de um tempo a porta foi aberta revelando o cara mais irritado, aquele cara me dava medo.- Ah, a bonequinha já está acordada. - sinto mais nojo por ele toda vez que ele me chama assim. - Hoje vamos falar com o seu namoradinho idiota. - ele falou sorrindo, não respondi apenas fiquei de cara fechada. - O que foi? - ele perguntou franzindo a testa. - Não quer falar com seu namorado? - senti uma lágrima descer pelo meu rosto, Henry era quem eu mais queria ver no momento, mais eu não queria que ele sofresse. - É claro que quer! - seu sorriso idiota se alargou no rosto. - Tá com saudade dele né?
Lucy...Eu ainda tentava em vão desamarrar minhas mãos, as cordas machucavam cada vez mais e eu já não tinha tanta força estava com fome e sede e muito frio. Eu tinha que sair logo dali, os dois sairam a pouco tempo naquele carro barulhento deles, era minha chance, mas como eu quebraria a janela fraca desse jeito? Como eu faria isso se não estava conseguindo nem me soltar? Meu rosto estava todo molhado de novo, eu não conseguia parar de chorar, minha mãe não podia ter uma notícia dessas, ela ficaria desesperada e pioraria todo o tratamento... O silêncio era total em volta da casa, não tinha nada e nem ninguém, eu estava sozinha e não sairia dali tão fácil. Agitei meus braços de novo tentando folgar um pouco as cordas, senti elas marcarem maos meus pulsos, mas desistir não era uma opção, a corda folgou um pouco e eu fiz a mesma coisa de novo talvez com um pouco mais de tempo eu consiga.De repente ouvi passos em volta da casa, e fiquei com medo
As horas se arrastavam lentamente e até agora os médicos estavam na sala de cirurgia com Henry, eu não conseguia ficar calma de jeito nenhum. A cada hora que se passava sem uma notícia de Henry era como se meu mundo estivesse desabando aos poucos... - Lucy? - escutei a voz de meu pai, me levantei e praticamente me jogando nos braços dele, ele me abraçou forte e passou a mão pelo meu cabelo. Percebi que ele também chorava. - Por que está aqui no hospital? - ele perguntou se afastando um pouco. - O Henry foi esfaqueado... - sussurrei em resposta, eu mesma não conseguia acreditar que aquilo tinha acontecido. - Meu Deus... como isso foi acontecer? - Foi tudo tão rápido... - minha voz saiu falha. - Ele está na sala de c
- Lucy... - senti alguém me sacudir, tentei responder mais meu sono e meu corpo parecia tão pesado que o que saiu foi um resmungado qualquer. - Lucy! - a voz chamou de novo.- Uhmm... - fiz ainda sem conseguir abrir meus olhos.- Lucy querida, acorde! - ela puxou meu corpo me fazendo virar na cama e com um grande esforço me sentei e esfreguei meus olhos.- O que foi? - perguntei com a voz arrastada, eu devia ter esquecido alguma coisa. - Vai comer querida, - Luiza falou puxando o resto da coberta de mim.- Que horas são? - perguntei ainda meio perdida. - O que eu estou esquecendo? - eu tinha certeza que estava esquecendo alguma coisa.- São 11:20 e o que você deve estar esquecendo é que você voltaria para o hospital hoje para trocar de lugar com seu pai.Levantei da cama pulando e corri pro banheiro me enfiando em baixo do chuveiro. Eu sabia que
A casa estava silenciosa, de vez em quando Henry podia escutar barulhos vindo da cozinha, com certeza era Luiza fazendo comida ou simplesmente tentando passar o tempo para não deixa-lo sozinho, ele poderia precisar de ajuda ou de algo...Desde que falara com Lucy para ir embora ele se sentiu estranho, como se tivesse arrancado metade de seu coração, como se um vazio tivesse em seu peito... teve uma única vez que ele se sentiu assim, e foi aos seus 16 anos, um tempo que ele não gostava de lembrar, um tempo doloroso... e depois de tudo o que ele dissera ele não ouvira sua voz em nenhum instante, não notou qualquer sinal de que ela estava por perto. Não queria que ela fosse, porém, ela não podia ficar, não com ele naquele estado. Ele não poderia cuidar dela, e se ela fosse sequestrada de novo? Não, ele não podia e nem queria de modo algum correr esse risco.Henry estava no sofá a muitos minutos, não havia o que fazer estando com os olhos enfaixados e c
Lucy...Henry mechia no meu cabelo enquanto eu procurava um livro para ler, ele estava ficando intediado e a cada dia que passava ele ficava mais distante então, resolvi ficar por perto e o manter ocupado, o médico disse que seria bom pra ele ter uma distração, e era o que eu tentava fazer. Já fazia duas semanas que ele estava com aquela faixa e mais tarde o médico olharia o "estado" de seus olhos, confesso que estava um pouco nervosa com aquilo, não por mim... mas por Henry.- Você parece nervosa... - Henry falou de repente, depois afastou meu cabelo depositando um beijo em meu ombro. Estávamos sentados na cama dele, simplesmente porque ele não queria sair dando voltas por aí. - Algum problema? - ele perguntou me abraçando fazendo com que nossos corpos ficassem mais próximos.- Não, não tem problema nenhum. - respondi forçando um sorriso, mesmo que ele não pudesse ver, talvez ele ainda pudesse sentir... ou não? Mas eu n
O médico tinha acabado de chegar e a cada minuto a mais que ele passava no quarto de Henry, era mais um pouco que minha ansiedade que aumentava. Eu não fazia ideia do que ele falaria, mas eu torcia para que ele desce uma boa noticia porque Henry estava realmente me preocupando e se estado dele piorasse ele poderia ficar mais distante e fechado. As únicas pessoas com quem ele ainda falava era comigo e Luiza, as vezes com meu pai ou minha mãe, mas mesmo assim era muito difícil de acontecer, mas as outras pessoas que ligavam ele não fazia a miníma questão de atender.- Senhorita Lucy...? - doutor Stevens saiu na porta do quarto.- Sim? - perguntei torcendo para que ele não tivesse vindo para me dar uma noticia ruim. - Ele está bem não é? - ele forçou um sorriso, eu realmente não conseguia esperar, principalmente ansiosa como estava.- Sim, ele está bem - ele respondeu e eu pude finalmente soltar o ar. Aquela noticia tinha s
- E então, - comecei de novo depois de um tempo. - o que vamos fazer com as cartas? - ele ficou pensativo e depois soltou um suspiro.- Fique a vontade para ler, - ele respondeu dando de ombros. - minha mãe gostava de escrever cartas e ela deve ter deixado aí para que eu lesse quando tivesse tempo, ou simplesmente só quando achasse.- Vamos lá então. - falei tentando soar o mais natural possivel, eu queria saber tudo sobre Henry, mais aquilo parecia uma invasão.- Não tem que se preocupar - Henry disse apertando minha mão, com certeza notando a tensão em minha voz.- Tem certeza?- Claro que tenho meu anjo. - sorri comigo mesma e tirei uma das cartas, e deixei o álbum aberto no meu colo, depois comecei a ler."Meu querido...Não sei nem como começar essa carta, talvez eu nem devesse escreve-la... mas gosto muito de escrever para as pessoas. E