AMANDA
— Está trancada. — Hector adverte quando me aproximo do quarto de Lexie.
Meu sobrinho está sentado no chão, próximo da porta do quarto de minha menina.
Solto um longo suspiro.
— Ela está profundamente magoada e aborrecida, tia Mandy. Acho que... acho que ela precisa desse momento consigo próprio.
— Penso o mesmo, Hector... Mas, sou mãe. E meu coração de mãe se parte em não poder fazer nada para ajudá-la.
Hector se levanta, é bem mais alto que eu. Meu sobrinho se tornara um homem excepcional, educado e muito prestativo. A amizade tão grandiosa e verdadeira com Lexie ultrapassa os anos
STEPHAN— Tem certeza que ainda sabe fazer isso?Vincent provoca quando chegamos na pista de pouso e decolagem. Faço uma careta para meu amigo.— Está falando com o melhor piloto de avião que conhece. Tem sorte de esse grande piloto também ser seu melhor amigo.Vince ri.— Nós dois sabemos que entre você e eu... — ele me analisa. — Cara, está bonito. O que fez? Cirurgia plástica?Gargalho.— Idiota. — ralho. — Só fiz a barba e cortei os cabelos. Nada demais.— Ihhh, não sei, não. Você se preocupando com a aparência. Está mesmo apaixonado. 
LEXIESophia adormece no carro. Não esperava menos, aproveitou toda a tarde e se divertiu como nunca havia feito em toda a sua vida. Ainda consigo sentir o frio na barriga de quando o helicóptero subia para o alto. Consigo sentir o arrepio que percorreu minha espinha quando abri meus olhos e dei de cara com o magnífico Céu azul tão extremamente próximo a mim.Foi lindo, emocionante e gratificante.Nada me deixava mais feliz do que olhar para meu lado e ver aquele sorriso largo nos lábios de Soph. Stephan nos proporcionou isso.Nos proporcionou um dos momentos mais lindos de toda a minha vida.Quando chegamos em casa, tento colocar Sophia em meus braços sem acordá-la, mas é em vão. Ela tem o sono leve.Minha menina ergue-se ainda so
STEPHAN— Lexie?Quando abro a porta vejo Lexie com Sophia em seus braços. Minha garota dorme serenamente recostada no ombro da mãe. No chão, vejo uma pequena mala e uma bolsa que deve ser de Lexie. Volto meus olhos para seu rosto.Seus olhos estão inchados e vermelhos. Começo a me preocupar com o que aquilo pode significar.Lexie estava chorando.Vincent surge atrás de mim.— Podemos passar a noite aqui? — ela diz, a voz fraca e embargada. — Me desculpe por vir sem avisar, eu nem...— Claro que pode. — Pego as coisas que estão no chão e cedo espaço para que ela entre.— Dê-me a pequena. — Vincent transfere Sophia d
LEXIEQuando entro em casa, tia Sabrina está vindo da cozinha com uma bandeja de chá. Ela se surpreende quando nota minha presença, um simples descuido e tudo que ela tinha em mãos teria ido diretamente ao chão.— Alexie! Céus! É você!— Oi, tia... Eu... estou... — mordo os lábios. — Onde está minha mãe?— Está no quarto. Desde ontem não sai da cama e não para de chorar. Estávamos tão preocupados. Por onde esteve? Onde está a Sophia?— Ficou com o pai. — digo com firmeza.É estranhamente bom dizer isso. Sophia está com o pai. Sophia está com o ho
STEPHAN— Não, já chega! Cansei! Não quero mais brincar!Vince salta do sofá visivelmente aborrecido. Sophia olha para mim e, em seguida, abre um largo sorriso, seguido de uma estrondosa gargalhada. Minha gatinha comemora a vitória pela quinta vez no dia.Vincent revira os olhos, incomodado com nossa confraternização. Sorrio para ele de modo perverso.— É muito fácil comemorar uma vitória totalmente injusta, não acha?É a vez de Sophia revirar os olhinhos, desprezando o comentário repleto de inveja do tio.— Você é tão danadinho, tio Vince. Não sabe perder de jeito nenhum, não é, Stephan?Assinto, balançando a cabeça.—
LEXIEVoltar para casa e deixar Stephan é difícil. Porque, por um segundo, senti que estava em casa ao seu lado. Dormir junto a ele depois de tantos anos separados, foi incrível. Foi como se, pela primeira vez em anos, me sentisse tão segura nos braços de alguém que até mesmo meu sono respondeu de uma maneira diferente: foi melhor, mais tranquilo, sereno.Depois de falar com mamãe, Meg, tia Sabrina, Aspen e meu pai, Soph sobe as escadas ainda aborrecida comigo.Nunca vi minha garotinha tão aborrecida e desanimada. Durante seu banho, não trocamos palavras. Ao invés de falar, Sophia dá espaço a um bico enorme nos lábios que evidência seu ar enfadonho.— Boa noite, querida.Digo depois de colocá-la na cama.Me inclino para beijá-la, como sempre o faço, mas, dessa vez, não so
STEPHANSophia sumiu.Minha pequena garotinha sumiu.Nunca senti algo tão ruim dentro do peito. Um aperto que sufoca, fazendo-me respirar com dificuldade.Minha filha.Minha menininha, sozinha, em qualquer lugar, confusa, amedrontada e perdida.Eu, como seu pai, deveria protegê-la. Mas tudo me parece tão fora de alcance agora...— Ei, cara, nós vamos encontrá-la. — Vince diz, despertando-me de meus pensamentos condenatórios. Entro no carro, me recosto ao banco do passageiro.— Para onde ela iria, Vince? Ela só tem oito anos. Ela pode estar perdida, pode... Deus! Eu nem quero pe
EVAN— Não pode ficar com essa menina aqui, Evan! Perdeu a noção? Se a polícia nos pega, estamos fritos!Celestie está andando de um lado para o outro, visivelmente nervosa, enquanto eu me mantenho tranquilamente sentado na espreguiçadeira, a medida em que observo de longe a pequena diabinha Sant.Sophia está brincando com Toby no gramado de casa. Assisto tudo com um sorriso cheio de satisfação nos lábios.Esse é o meu momento. O momento que esperei por tanto tempo, em tantos anos.— Você está me escutando? Técnicamente sequestramos essa criança, Evan! Podemos ser presos, sabe disso, não é?Desvio meus olhos da diabinha e olho para Celestie.— Relaxa. — sorrio