STEPHAN
— Lexie?
Quando abro a porta vejo Lexie com Sophia em seus braços. Minha garota dorme serenamente recostada no ombro da mãe. No chão, vejo uma pequena mala e uma bolsa que deve ser de Lexie. Volto meus olhos para seu rosto.
Seus olhos estão inchados e vermelhos. Começo a me preocupar com o que aquilo pode significar.
Lexie estava chorando.
Vincent surge atrás de mim.
— Podemos passar a noite aqui? — ela diz, a voz fraca e embargada. — Me desculpe por vir sem avisar, eu nem...
— Claro que pode. — Pego as coisas que estão no chão e cedo espaço para que ela entre.
— Dê-me a pequena. — Vincent transfere Sophia d
LEXIEQuando entro em casa, tia Sabrina está vindo da cozinha com uma bandeja de chá. Ela se surpreende quando nota minha presença, um simples descuido e tudo que ela tinha em mãos teria ido diretamente ao chão.— Alexie! Céus! É você!— Oi, tia... Eu... estou... — mordo os lábios. — Onde está minha mãe?— Está no quarto. Desde ontem não sai da cama e não para de chorar. Estávamos tão preocupados. Por onde esteve? Onde está a Sophia?— Ficou com o pai. — digo com firmeza.É estranhamente bom dizer isso. Sophia está com o pai. Sophia está com o ho
STEPHAN— Não, já chega! Cansei! Não quero mais brincar!Vince salta do sofá visivelmente aborrecido. Sophia olha para mim e, em seguida, abre um largo sorriso, seguido de uma estrondosa gargalhada. Minha gatinha comemora a vitória pela quinta vez no dia.Vincent revira os olhos, incomodado com nossa confraternização. Sorrio para ele de modo perverso.— É muito fácil comemorar uma vitória totalmente injusta, não acha?É a vez de Sophia revirar os olhinhos, desprezando o comentário repleto de inveja do tio.— Você é tão danadinho, tio Vince. Não sabe perder de jeito nenhum, não é, Stephan?Assinto, balançando a cabeça.—
LEXIEVoltar para casa e deixar Stephan é difícil. Porque, por um segundo, senti que estava em casa ao seu lado. Dormir junto a ele depois de tantos anos separados, foi incrível. Foi como se, pela primeira vez em anos, me sentisse tão segura nos braços de alguém que até mesmo meu sono respondeu de uma maneira diferente: foi melhor, mais tranquilo, sereno.Depois de falar com mamãe, Meg, tia Sabrina, Aspen e meu pai, Soph sobe as escadas ainda aborrecida comigo.Nunca vi minha garotinha tão aborrecida e desanimada. Durante seu banho, não trocamos palavras. Ao invés de falar, Sophia dá espaço a um bico enorme nos lábios que evidência seu ar enfadonho.— Boa noite, querida.Digo depois de colocá-la na cama.Me inclino para beijá-la, como sempre o faço, mas, dessa vez, não so
STEPHANSophia sumiu.Minha pequena garotinha sumiu.Nunca senti algo tão ruim dentro do peito. Um aperto que sufoca, fazendo-me respirar com dificuldade.Minha filha.Minha menininha, sozinha, em qualquer lugar, confusa, amedrontada e perdida.Eu, como seu pai, deveria protegê-la. Mas tudo me parece tão fora de alcance agora...— Ei, cara, nós vamos encontrá-la. — Vince diz, despertando-me de meus pensamentos condenatórios. Entro no carro, me recosto ao banco do passageiro.— Para onde ela iria, Vince? Ela só tem oito anos. Ela pode estar perdida, pode... Deus! Eu nem quero pe
EVAN— Não pode ficar com essa menina aqui, Evan! Perdeu a noção? Se a polícia nos pega, estamos fritos!Celestie está andando de um lado para o outro, visivelmente nervosa, enquanto eu me mantenho tranquilamente sentado na espreguiçadeira, a medida em que observo de longe a pequena diabinha Sant.Sophia está brincando com Toby no gramado de casa. Assisto tudo com um sorriso cheio de satisfação nos lábios.Esse é o meu momento. O momento que esperei por tanto tempo, em tantos anos.— Você está me escutando? Técnicamente sequestramos essa criança, Evan! Podemos ser presos, sabe disso, não é?Desvio meus olhos da diabinha e olho para Celestie.— Relaxa. — sorrio
LEXIE— Lexie, não vai sair sozinha! Não nesse estado, volte aqui! Alexie!Tia Pamela e tia Sabrina correm em minha direção, enquanto mamãe fica para trás aos prantos, ao lado de Meg.Tenho a chave do carro em mãos e nada nem ninguém, dessa vez, me impedirá de ir em busca da minha filha.Não agora que sei exatamente com quem ela está. Sabendo que minha pequena Sophia está nas mãos de Evan e que ele é capaz de qualquer coisa apenas por vingança.— Não adianta, não vão me impedir! É minha filha! Eu vou procurá-la!— Querida, todos estão fazendo isso. Seu pai, seu irm&atil
LEXIE— Tudo certo?Papai pergunta, olho para Stephan, ele me encara. Sei que meus olhos refletem um medo sem fim. Não queria parecer tão amedrontada. Queria ser mais corajosa e otimista. Queria que tudo fosse diferente.— A polícia já está ciente de tudo e está a caminho. O dinheiro falso está na mala. Lembre-se, seja rápido. Evan não é tão estúpido quanto pensamos.Stephan balança a cabeça de modo positivo para meu pai.O lado bom de tudo que tem acontecido — se é que tem um lado bom — é o fato de que todos estamos deixando as diferenças de lado, porque o amor que sentimos pela pequena garotinha falante é maior que qualquer outra coisa. É tão grande que pede LEXIEAndo de um lado para o outro, desnorteada. Tudo ao redor parece não existir. Meu pensamento está em Stephan e nada mais parece importar no mundo.Sophia está deitada no colo do avô e, graças aos Céus, mais calma. Me corta o coração de ver uma garotinha de apenas oito anos tendo de submeter-se a situações devastadoras como essas.Uma hora. Há mais de uma hora espero informações sobre o quadro de Stephan . Meu coração está apertado dentro do peito. Meu corpo dói, minha cabeça... tudo em mim dói.É só dor.Mesmo estando imersa em meus próprios pensamentos, ouço o som de passos desesperados vindos em minha direção. Vincent surge diante de mim com as feições repletas de preocupação, os olhos vermelhos, de quem já havia chorado o suficiente. Não preciso dizer nada. Nem ele. Apenas corro em sua direção e ele me acolhe em um abraço apertadCapítulo 42