POV DYLAN
Era muito bom ficar sozinho pela primeira vez desde que cheguei em Pequim. Diariamente tinha que escutar lamentos de falta de atenção de Celine, acompanhados pelas tentativas frustradas de me fazer cair em tentação. Beirava o patético, mas agora sabia que ela estava bem longe.
As minhas últimas descobertas, ou, pelo menos, assim pensava, uma vez que poderia ser tudo fruto da minha imaginação, não tinham me levado a lugar algum. Eu tinha plena convicção de que não poderia sair daqui para procurar Leviatã. E mesmo que o encontrasse, o que eu falaria?
Olá, bom dia senhor Príncipe do Inferno, então, sabe a Celine, aquela maluca tem um boneco de vudu da minha namorada, mas era você que queria o boneco, não é?
Não, isso seria ridículo.
Mas pensar nisso me fez relembrar que
POV MIRANDAPiuuuuu!Uma ave gigante rondava nosso grupo de acampamento, em círculos, preparando o bote. Todos dormiam, apenas eu e Matahun estávamos acordados, andando lentamente para não fazer nenhum barulho, visto que essa ave poderia nos ouvir. Ele havia deixado o punhal dele comigo, para defesa e demais necessidades, mas sinceramente, não conseguiria matar uma ave daquelas com ele.Ela nos sobrevoava a cerca de dez metros de altura, dando voos rasantes esporádicos tão próximos que conseguia sentir o vento que ela fazia em meus cabelos.Ela tinha uma grande cabeça de águia e o corpo de algo que parecia uma serpente. Era realmente uma criatura do Inferno. Matahun tentava atacá-la com sua espada, sem sucesso. Tentei criar fogo nela, mas toda vez que atacava, ela conseguia escapar de tão rápida que era. Isso era frustrante.Essa brincade
POV DYLAN— Aqui tá legal, não quero ficar muito exposto – falei, achando uma mesa um pouco mais afastada da entrada.— Garçom, um Jhonny aqui – Leon pediu, se sentando ao meu lado. – cara, não acredito que você veio, de verdade.— Com certeza, hoje é um dia para se comemorar! – Yago completou, se servindo da bebida que o garçom trouxera. – não tinha vindo aqui ainda. Que legal esse lugar!Aquele barzinho era muito acolhedor. Na calçada, mesas e cadeiras para quem quisesse apreciar a vista da cidade, seus prédios e monumentos históricos. Lá dentro, um ambiente mais intimista era perfeito para casais em busca de privacidade suficiente para uns amassos, ou para caras como eu que não queriam ser vistos. Ainda tinha um ambiente, mais ao fundo, com um palco e um karaokê. Enfim, era bem agrad
POV MIRANDAEntrei naquele portal, confesso, imaginando que chegaria na frente de um palácio medieval gigante, coberto por um fosso com crocodilos ferozes.Na minha imaginação também passavam imagens de um possível palácio de cristal ou de mármore negro, Xeio de pontas afiadas e lobos à espreita para me atacar.Nenhuma imaginação me preparou para chegar na ponta de outra praia. A decepção estava clara no meu rosto, não sento maior apenas que a irritação que Rachel estava me causando.— Eu nem vou falar nada – ela dizia, mas continuava – mas você tem certeza que sabe pra onde é a direita e a esquerda, não tem?— Rachel, eu sei. Só não sei porque viemos parar aqui! – falei, tentando realmente entender o que havia acontecido.— Miranda imaginou
POV DYLAN— Puta que pariu, Dylan, por que você não contou que comeu a Linda ontem? – Yago já entrou no quarto jogando o jornal com a foto de mim e Linda entrando no quarto dela, abraçados. – Caralho, te conto tudo!Leon o acompanhava, com uma cara de incrédulo, engraçada.— Não posso acreditar, cara! – Leon disse. – e todo aquele papo de “assessora de assuntos aleatórios” e “meu lance é outro”, onde ficaram?— Meo, é sério! Não fizemos nada! – falei, já me sentando com pressa na cama, a fim de ver o estrago. Não sei como eles tinham conseguido a cópia da chave do meu quarto, mas teria que recuperá-la urgentemente.Eu havia tido uma noite decente de sono desde que terminei com Miranda. Havia sonhado com ela, um sonho tão real, que qua
POV MIRANDANão deu tempo de tentar perguntar nada, assim que passamos os quatro pela entrada de uma caverna, onde, segundo Matahun, seria o início da barreira de Proteção de Luciferus, dois guardas, vestidos inteiramente de preto, com um brasão em formato de pentagrama na boina e um mastro iluminado por algo que não conseguia pensar em outra coisa senão magia se aproximaram.— Primeira Equipe de Proteção Real. – ambos falaram ao mesmo tempo, extremamente alinhados e endurecidos pela postura formal. – Identificações. – nesse momento, eu conseguia enxergar duas realidades paralelas extremamente bem definidas: atrás de mim, Capadócia majestosa como a cidade turística que todos conhecem e, a minha frente, uma espécie de posto policial de chegada e revista seguido por um grande corredor de pedras que levavam ao complet
POV DYLANChegamos em Yalong e cada um tinha suas coisas pra ajeitar. Todos ficamos na mansão de Abaddon, mas antes de eu ir pra lá, tinha que pegar meus dois carros que ainda estavam no estacionamento do Hotel. Pedi pros meninos me ajudarem, mas cada um tinha o seu respectivo carro para guiar. AXei melhor despachá-los diretamente para casa, em Scottsdale, e pedi que Linda me ajudasse nisso. Voltamos para o hotel em Yalong e pegamos a moto de Helena. Decidi usá-la para minha locomoção até a casa de Abaddon, enquanto ela não aparecesse para buscá-la. Assim que estava tudo finalizado, poderíamos nos concentrar nas músicas.— Não ganhamos um carro quando assinamos o contrato – Linda me disse, irônica.— Calma, logo vocês mesmas compram o de vocês. – falei, rindo, colocando o capacete e dando um para ela. – V
POV MIRANDAUm salão gigantesco, com uma mesa de iguais proporções no centro, servida por dezenas de cadeiras altas, douradas e brilhantes, com as mesmas pedras vermelhas incrustadas dominavam o cenário por trás da outra porta que existia na salinha do fogo, onde estava. O senhor gordinho, assim que percebeu o fogo vermelho, se ajoelhou e prestou reverência para mim.— Queira me acompanhar, por favor, Majestade! – ele disse, guardando a adaga e cedendo o braço.Ao entrarmos naquele salão, percebi que das vinte cadeiras disponíveis, apenas três estavam ocupadas, com jovens como eu.— Majestade, com sua licença – o senhor gordinho sacou a adaga novamente, eliminando o cordão do meu punho. Todas as sensações que tinha dominado me apareceram de uma vez só, e fiquei um pouco tonta, recebendo
Mais de um mês já havia se passado desde que Miranda fora apresentada, informalmente, ao pai. Durante esse tempo, pôde ver raramente Benjamin e Rachel, e ainda assim a distância. Matahun estava sendo mantido em uma prisão onde apenas Lúcifer poderia entrar ou autorizar a entrada. Elisha havia contado algumas coisas a respeito da rotina do lugar.Pelo que ela havia dito, todos os anos, próximo ao Natal, os líderes dos clãs principais se reuniam na casa de Lúcifer. Eles se encontravam para discutir as conquistas e realizações dos seres do Inferno enquanto aguardavam a chegada do Herdeiro. Sim, era um Herdeiro aguardado. Há mais de vinte anos, pelo menos, Elisha via Lúcifer se referir ao herdeiro no gênero masculino, mas há alguns meses, esse herdeiro havia chegado e, por algum motivo, Lúcifer lhe teria renegado a posição substituta. Desd