Fael ... Saio de casa e assim que chego no portão FM chega de moto. — Sobe aí! Otávio tá lá na contenção querendo subir... Olhar ele assim de perto é estranho, até ontem só o conhecíamos como chefe e ele parecia ser mais íntimo da gente, hoje não! O papo dele com Lyon foi brabo, mas Lyon o colocou em seu devido lugar. Depois de tudo resolvido volto pra casa, Marina já estava pronta para ir embora. — Graças a Deus está tudo bem! Ela vem me abraçar. — Não foi nada! Era só o pai da Majú querendo ter uma conversa com o genro! Digo zoando. — Deixa Lyon ouvir isso! Ela diz rindo. Abraço ela forte e a beijo. — Já está indo? — Vou sim, daqui a pouco começa meu plantão e ainda tenho que passar em casa. Marina me beija e caminha até a porta, ao parar e diz: — Ahhh, está na mesa o cronograma da Juju. Depois que ela saiu ainda fiquei um bom tento ali parado e pensativo, vida complicada essa de Lyon! ... — Quem vai fazer aniversário esse final de semana? FM fala se aproximando d
— Por que elas sentaram lá? Lyon pergunta sem entender nada. — Por minha causa! Diz Emilly. Meu olhar não saia da mesa das meninas, eu estava tão distraído que nem prestei atenção no que Lyon e Emilly acertavam. Levantamos e seguimos até a mesa delas...O clima deu uma leve pesada, Majú e Emilly no mesmo ambiente não ia prestar mesmo, Lyon fingia não estar nem aí para o que estava ocorrendo, mas na verdade estava morrendo de medo do que Majú iria pensar. Mas eu tinha meus próprios problemas para me preocupar, eu tinha a mulher que amo ao meu lado e a irmã que eu fiquei sem saber a minha frente. — Vocês viram que a aula de dança da Júlia já está cheio de alunos? Marina puxa assunto. — Nem tanto! É só o que a Júlia diz. — Ah para Júlia, tem bastante alunos sim! E ela já até tem funcionária. Marina rir. — Funcionária? Franzo a testa. Eu havia pedido o Dedé para me deixar a par de tudo que acontecia nas aulas, mas o mané não me contou sobre isso. — É! Natália... Filha da dona
Sábado... Já está tudo organizado na casa da Majú, a galera já está a todo vapor. As crianças pulando na piscina, Majú e Lorena no maior bate papo, eu FM e Lyon conversando. — E Emilly não vem? Pergunto sem maldade, como ela disse que se encarregaria das bebidas, pensei que viria. — Pirou mané? Levo um “pedala Robinho” na cabeça. — Quer foder meu lance com a Majú? Lyon diz. —Que lance? FM diz zombando de Lyon. — Há-há-há... Engraçadinho. Lyon rir sem vontade para FM e eu gargalho. — Tá rindo otário... Tú tá mais fodido que eu, pensa que não percebi seu lance com a loirinha? — Que lance? FM pergunta. — Ué, o fofoqueiro do complexo se aposentou? Lyon zoa. — Tá de férias! Ele diz rindo. — Mas diz aí, que parada é essa? — Eu conheci a Júlia na boate do bazuca, tava puto com a Marina que tinha me colocado um par de chifres... Acabei ficando com ela sem saber que era a irmã da Marina. — Porra... Tú comeu a novinha? FM pergunta assustado. — Fodeu! Lyon diz. — Não! Claro que não
Marina... — Ah vamos Júlia!! Não vamos ficar muito tempo, juro! Estou no meio da quadra, após o fim da aula da Júlia tentando convencê-la a ir no pagode comigo e Majú. — Eu não quero Marina, to cansada... Ainda tenho que estudar pra prova amanhã. — Deixa de ser velha Juju... É rapidinho! Ela revira os olhos e depois de muita insistência aceita. Levei ela pra se arrumar comigo na casa do Fael, apesar dela ser mais magra que eu, tinha roupas minha de dava nela. — Eu preferia ficar em casa! Júlia diz cruzando os braços e parando na porta da casa de Fael. Ela não queria estar aqui e sei que ela não gosta dele. — Para de bobeira Júlia! Não sei que medo é esse que você tem do Fael, ele não morde não! Digo fazendo cara de brava. Entramos na sala, onde Juju paralisa olhando tudo. — Eu não tenho medo dele Marina! Eu só tô cansada e quero ir pra casa! — Fazer o que em casa? Aturar mamãe e aquele babaca do Patrick? Eu odiava Patrick, manipulador babaca. — Você vai ter que se acostu
A festa já havia começado, eu estou com um vestido azul escuro, de alça fina, justo e um pouco acima do joelho com uma fenda em uma das laterais. Estou com uma taça de champanhe na mão e próxima a escada. Os convidados já estão chegando, só os amigos dos meus pais, minha mãe adorava fazer essas festas, era a oportunidade que tinha de se aproximar mais ainda dos ricos. Sim, nós éramos ricos também, mais os amigos dos meus pais eram de outro patamar, coisa mais refinada. Meu telefone toca, olho a hora antes de atender e vejo que já são 19 horas, na tela aparece o nome de Majú. — Diz aí minha Marida! Digo zoando ela. — Tú não vem não? — Fael não te contou? — Não... O que aconteceu? Ela fica preocupada. — Aconteceu nada não Majú, fica tranquila. É que hoje é a festa do meu pai. — Ué, mas seu pai não fez aniversário na sexta? — Sim, mas a festa é hoje. — E você não veio por conta disso? Sinto o tom da Majú meio questionador. — Majú... Cara, você conhece minha mãe, sabe como e
Eu me preparava para desabafar quando alguém dá duas batidas na porta. — Posso roubar minha noiva? Era Patrick eu ia dizer NÃO! Mas ao lado dele estava Caíque. Júlia mesmo sem querer, se levanta da cama e segue até a porta, olha para o Caíque séria e se retira do quarto com Patrick, sei que ela só foi para poder nos deixar a sós. Me levanto e sigo em direção a porta, eu ia sair dali também, mas ele segura meu braço. — O que está acontecendo? Ele termina de entrar no quarto e fecha a porta. — Nada! Digo o encarando. — Cadê sua namorada? Pergunto com um gosto amargo na boca. — Com meus pais! Ahhh ele já apresentou ela aos pais... É coisa séria mesmo. Penso. — Gostei dela! Minto. — Para de ironia Marina, eu não sou seu namoradinho traficante não! O que tá pegando? O tom dele acaba de ficar raivoso, a brincadeira acabou... — Não é nada Caíque, eu só não estou em um bom dia... — Diz porra! Seja sincera uma vez na vida! Se tem algo em mim que te incomoda diz logo! Não sou
Fael... Porra, hoje não sei por que me bateu uma deprê... Eu nunca liguei pra essa parada de aniversário, sempre fui porra louca, pipa voada, como sempre estava sozinho nessas datas, eu passava com as putas ou com meus parceiros. Quando Lyon sumiu, Majú sempre organizava alguma coisa pra mim, mas esse ano é diferente, talvez pelo fato de eu estar trintando. Encontrar Júlia na rua mexeu comigo de verdade, lembrei da parada que ela disse pra mim lá na casa do recreio... Ela abriria mão de tudo para estar comigo... Será? Bom, essa resposta eu nunca vou ter. Eu optei pela aquela filha da puta da Marina, mas tenho a impressão que fiz a escolha errada, mas quer saber? Foda-se! Não vou pirar com essas doidas não! Passo na padaria e compro o carvão, volto para casa de Lyon e acabo me distraindo com a conversa... Eram por volta das 22:30 quando Lyon toca no assunto. — Cadê a mandada? — Aniversário do pai! Falo como se não tivesse me importado. Mentira! — Ué, mas não foi sexta? T
Otávio... — Eu quero a separação! Falo rápido. Estou na porta da cozinha enquanto Cláudia preparava o jantar da Majú. Tínhamos empregados, mas Cláudia fazia questão de preparar as refeições da nossa filha. Cláudia para o que está fazendo e me encara, seu olhar é vazio e frio. Ela sabia que cedo ou tarde isso ia acontecer. Eu já não comparecia nas minhas obrigações conjugais, ela já havia visto mensagens comprometedoras no meu celular, mas nunca questionou, o por que eu não sabia. Eu vivia um relacionamento extra conjugal com Isadora minha secretária a muitos anos, tínhamos uma menina, Rebeca... Rebeca era mais velha que Majú 3 anos e veio em um momento em que eu e Cláudia tentávamos engravidar. Cláudia tinha problemas e depois de muito tentar por meios naturais, buscamos ajuda de um profissional que nos indicou a fiv(fertilização in vitro). Isadora não tinha problema em relação a isso, ela já tinha um filho de outro relacionamento, mas o mesmo morava com o pai, um cara perigos