Marina... — Ah vamos Júlia!! Não vamos ficar muito tempo, juro! Estou no meio da quadra, após o fim da aula da Júlia tentando convencê-la a ir no pagode comigo e Majú. — Eu não quero Marina, to cansada... Ainda tenho que estudar pra prova amanhã. — Deixa de ser velha Juju... É rapidinho! Ela revira os olhos e depois de muita insistência aceita. Levei ela pra se arrumar comigo na casa do Fael, apesar dela ser mais magra que eu, tinha roupas minha de dava nela. — Eu preferia ficar em casa! Júlia diz cruzando os braços e parando na porta da casa de Fael. Ela não queria estar aqui e sei que ela não gosta dele. — Para de bobeira Júlia! Não sei que medo é esse que você tem do Fael, ele não morde não! Digo fazendo cara de brava. Entramos na sala, onde Juju paralisa olhando tudo. — Eu não tenho medo dele Marina! Eu só tô cansada e quero ir pra casa! — Fazer o que em casa? Aturar mamãe e aquele babaca do Patrick? Eu odiava Patrick, manipulador babaca. — Você vai ter que se acostu
A festa já havia começado, eu estou com um vestido azul escuro, de alça fina, justo e um pouco acima do joelho com uma fenda em uma das laterais. Estou com uma taça de champanhe na mão e próxima a escada. Os convidados já estão chegando, só os amigos dos meus pais, minha mãe adorava fazer essas festas, era a oportunidade que tinha de se aproximar mais ainda dos ricos. Sim, nós éramos ricos também, mais os amigos dos meus pais eram de outro patamar, coisa mais refinada. Meu telefone toca, olho a hora antes de atender e vejo que já são 19 horas, na tela aparece o nome de Majú. — Diz aí minha Marida! Digo zoando ela. — Tú não vem não? — Fael não te contou? — Não... O que aconteceu? Ela fica preocupada. — Aconteceu nada não Majú, fica tranquila. É que hoje é a festa do meu pai. — Ué, mas seu pai não fez aniversário na sexta? — Sim, mas a festa é hoje. — E você não veio por conta disso? Sinto o tom da Majú meio questionador. — Majú... Cara, você conhece minha mãe, sabe como e
Eu me preparava para desabafar quando alguém dá duas batidas na porta. — Posso roubar minha noiva? Era Patrick eu ia dizer NÃO! Mas ao lado dele estava Caíque. Júlia mesmo sem querer, se levanta da cama e segue até a porta, olha para o Caíque séria e se retira do quarto com Patrick, sei que ela só foi para poder nos deixar a sós. Me levanto e sigo em direção a porta, eu ia sair dali também, mas ele segura meu braço. — O que está acontecendo? Ele termina de entrar no quarto e fecha a porta. — Nada! Digo o encarando. — Cadê sua namorada? Pergunto com um gosto amargo na boca. — Com meus pais! Ahhh ele já apresentou ela aos pais... É coisa séria mesmo. Penso. — Gostei dela! Minto. — Para de ironia Marina, eu não sou seu namoradinho traficante não! O que tá pegando? O tom dele acaba de ficar raivoso, a brincadeira acabou... — Não é nada Caíque, eu só não estou em um bom dia... — Diz porra! Seja sincera uma vez na vida! Se tem algo em mim que te incomoda diz logo! Não sou
Fael... Porra, hoje não sei por que me bateu uma deprê... Eu nunca liguei pra essa parada de aniversário, sempre fui porra louca, pipa voada, como sempre estava sozinho nessas datas, eu passava com as putas ou com meus parceiros. Quando Lyon sumiu, Majú sempre organizava alguma coisa pra mim, mas esse ano é diferente, talvez pelo fato de eu estar trintando. Encontrar Júlia na rua mexeu comigo de verdade, lembrei da parada que ela disse pra mim lá na casa do recreio... Ela abriria mão de tudo para estar comigo... Será? Bom, essa resposta eu nunca vou ter. Eu optei pela aquela filha da puta da Marina, mas tenho a impressão que fiz a escolha errada, mas quer saber? Foda-se! Não vou pirar com essas doidas não! Passo na padaria e compro o carvão, volto para casa de Lyon e acabo me distraindo com a conversa... Eram por volta das 22:30 quando Lyon toca no assunto. — Cadê a mandada? — Aniversário do pai! Falo como se não tivesse me importado. Mentira! — Ué, mas não foi sexta? T
Otávio... — Eu quero a separação! Falo rápido. Estou na porta da cozinha enquanto Cláudia preparava o jantar da Majú. Tínhamos empregados, mas Cláudia fazia questão de preparar as refeições da nossa filha. Cláudia para o que está fazendo e me encara, seu olhar é vazio e frio. Ela sabia que cedo ou tarde isso ia acontecer. Eu já não comparecia nas minhas obrigações conjugais, ela já havia visto mensagens comprometedoras no meu celular, mas nunca questionou, o por que eu não sabia. Eu vivia um relacionamento extra conjugal com Isadora minha secretária a muitos anos, tínhamos uma menina, Rebeca... Rebeca era mais velha que Majú 3 anos e veio em um momento em que eu e Cláudia tentávamos engravidar. Cláudia tinha problemas e depois de muito tentar por meios naturais, buscamos ajuda de um profissional que nos indicou a fiv(fertilização in vitro). Isadora não tinha problema em relação a isso, ela já tinha um filho de outro relacionamento, mas o mesmo morava com o pai, um cara perigos
Ela esboça um sorriso maligno e vem com a sua teoria. — Eu tenho 45 anos, mãe em tempo integral, abdiquei da minha vida profissional para cuidar do meu lindo marido e da minha filha, uma menina de 6 anos, uma mulher que faz ação social na comunidade, honesta... Qualquer advogado de porta de cadeia provaria a justiça que você é o cabeça da organização, que você é o adúltero que tem uma filha fora do casamento... No máximo respondo um processo em liberdade! O pior é que ela tinha razão , apesar de saber de toda treta, Cláudia não se envolvia em nada diretamente. — Eu vou matar você! Digo com sangue nos olhos. — Pega a senha então, amor! Saio da cozinha xingando ela.Depois daquela discussão ainda ficamos morando na mesma casa por um ano, Isadora me perturbava, ela queria exclusividade, mas Cláudia não voltou atrás, 50% ou nada! Eu tinha que arrumar um jeito de sair dessa... E foi pensando em como conseguir o que quero que bolei um plano... Cláudia ficou atenta a tudo, ela não
O que aconteceu? Os corpos nunca foram encontrados, eu mudei de identidade, Majú ficou aos cuidados da tia e do tio, todo mês meus advogados depositavam dinheiro na conta da Majú disseram que era indenização da empresa aérea, a irmã da Claudia era do interior, não entendia nada e o esposo, um vagabundo viciado, ele não queria saber da onde vinha o dinheiro, só queria gastar! ... — Diz que você matou aquele filho da puta! Rebeca veio correndo em minha direção. Rebeca disse que Lyon havia estuprado ela e foi exatamente por esse motivo que seu irmão maromba havia morrido, eu via em seus olhos que ela queria vingança. Aquele filho da puta tocou na minha menininha e eu ia fazer ele sofrer! Eu fiz uma jogada arriscada entre Caíque e Lyon, mas não deu certo, Majú tinha o poder de enfeitiçar os homens e nenhum dos dois fizeram o que eu queria. Resolvi apelar para a manjada, mas eficaz ameaça... Kadu era tudo que Lyon tinha e eu pensei por muitos anos que eu havia conseguido, até Reb
Lyon... Porra, vocês não tem noção de como eu estava dentro daquela sala, um misto de emoções. Cheguei com vontade de matar aquele filho da puta, eu queria encher ele de tiro, mas sabia que se fizesse isso toda cúpula política viria atrás de mim, já que esse babaca era braço direito de Izael Fernandez e o melhor no momento é não mexer com esse homem. Segundo, era uma felicidade absurda! Ela disse que me ama, que me protegeria... Cara! Como eu pude ser tão filho da puta com ela? Saímos daquela sala e eu só queria agarra-la. Entramos em casa e assim que a porta foi fechada eu faço o que planejei da boca até aqui, puxo ela pela cintura... Como eu queria terminar o que começamos no pagode. — O que você falou para o Otávio é verdade? Pergunto ainda a segurando pela cintura. —O quê? Ela se faz de desentendida. — Que você me ama e que passaria por cima de qualquer um pra me proteger! Ela coloca seus braços em volta do meu pescoço e me encarando diz: — Todas as palavras, sem tir