— Não, não e não! Não quero ela aqui, se vira! Eu estava em mais uma discussão com Lorena, na verdade era ela quem brigava comigo. Quando cheguei no Brasil fui direto para a maré, eu precisava deixar a pequena mel lá, mais pra minha surpresa nem Bêh e nem Leon poderiam ficar com ela. O complexo da maré estava com ameaça de invasão e eles já tinham Biel de criança para se preocupar. Briguei, gritei, disse que não tinha obrigação de cuidar de uma criança, mas não teve desenrolo, tive que trazer a menina, mas agora tá Lorena aqui gritando e eu não sei o que fazer.Olho pra pequena que está em um canto brincando com as próprias mãos. — Eu vou pra onde essa hora, Lorena? O que vou fazer com ela? Sussurro. — O que você vai fazer eu não sei, só sei que aqui eu não quero! Já são mais de meia noite, mel apesar de brincando está visivelmente cansada e ela só tem 4 anos, já era pra estar dormindo. — Como vou sair daqui uma hora dessa com uma criança, Lorena? — Pensasse antes de trazê
Eu não tinha pra onde ir, se voltasse pra casa ele me acharia com certeza, então quando Leon me ofereceu o trabalho em troca de proteção eu não pensei duas vezes, feliz eu não estava, mas até a prisão é melhor que ao lado dele... Eu não me importaria em estar presa, desde que minha filha estivesse segura.Ela conta chorando e eu me sinto mal por ter a julgado, limpo suas lágrimas com minhas mãos e lhe dou um abraço... Eu sabia como funcionava o morro, sei do gênio de um traficante, mesmo Lyon sendo diferente. — Desculpa... Peço ainda abraçado a ela e a verdade é que eu não queria parar de abraçá-la. Ela estava com sua cabeça apoiada em meu peito, minhas mãos estavam em suas costas e cabeça. Ela se afasta e me olha nos olhos, me dá um beijo na bochecha mais que pega no canto da boca e diz: — Não precisa se desculpar... Eu vou deitar. Ela coloca o copo na pia e se virá, mais eu estou novamente bem perto dela, eu queria beija-la, eu estava carente pra caralho e sei lá, acho que é c
Acordamos com alguém batendo na porta, estamos sonolentos ainda, então demoramos um pouco para entender o que está acontecendo, pelo menos até eu ouvir a voz de Lorena do outro lado da porta discutindo com alguém. — Kadu! Abre a porta, sou eu! Meu sangue gela e automaticamente digo: — Minha mulher! Letícia dá um pulo do sofá, ela está paralisada. Ela está enrolada no lençol e eu estou ao seu lado completamente nú. — Ai droga! Ela diz sussurrando. Começo a catar minhas roupas pelo chão e as coloco, pego a camisinha e jogo na lixeira do banheiro rápido. Volto pra sala e vejo Letícia parada no mesmo lugar e do mesmo jeito. — Kadu, eu sei que você está aí! Ela bate forte na porta e ouço um homem falar com ela. — Senhora, eu vou ser obrigado a chamar a segurança se a senhora não sair daqui. — Eu não vou sair! Ele é meu marido! Abre essa porra logo Kadu! Lorena está irritada. — Letícia, me ouve! Preciso que se vista e vá para o quarto, por favor! Parece que só agora ela vol
— Porra! Tô gostando dessa parada não!Eu estava andando pela casa puto, Carol está sentada no sofá me encarando e argumentando. — Você sabia que ia acontecer uma hora ou outra, Leon! — Sabia, mas ainda faltavam duas semanas para eu me estressar. — Ela é minha amiga, não vou deixar ela lá sozinha, Isa não tem ninguém. Carol estava me comunicando que iria voltar para o Estados Unidos, meu padrinho vacilou e Isa foi embora e por causa da merda dele, quem vai pagar sou eu! — Você já ligou pra ela, ela disse que estava bem, então por que... — Se fosse com Bernardo? Você ficaria? — Ficaria! Minto. — Ficaria nada, seu cara de pau! Você me largou no dia do meu aniversário por muito menos!Mais uma vez essa porra! — Tú não vai esquecer essa porra nunca mais, neh? Pergunto puto. — Não quero brigar Leon, só quero que você entenda, eu vou voltar para os Estados Unidos! — Quer saber, foda-se! Saio da sala e volto para o quarto, pego uma roupa e vou pro banho, eu não queria que ela
Estou em um bar no morro bebendo com os moleques quando tarsha se aproxima, já reviro os olhos, essa porra só aparece para me trazer dor de cabeça. —Boa noite! Ela diz com um sorriso oferecido. Geral cumprimenta, menos eu e Pérola que está sentada ao lado de Bêh. — Nossa! Vamos dançar Bêh? O ar aqui pesou! Diz Pérola se levantando indo pro meio do bar dançar com Bernardo.Eu fico sentado ali quieto, JP também está e se levanta dando uma desculpa. — Vou chegar lá, mano. Daqui a pouco Brenda vai me ligar. Ele aperta minha mão se despedindo. Brenda foi embora uma semana depois de Carol e pelo que sei eles tem mantido o contato. Carol já está fora do país a quase um mês, a gente tem se falado sempre e o próximo feriado prolongado lá, ela disse que vem me vê. É chato ficarmos longe um do outro, mas eu sou forte, vou conseguir me segurar. — É impressão minha ou geral foi embora por minha causa? Tarsha senta ao meu lado, eu bufo e quando vou dá um passa fora nela meu telefone toc
Faltando poucos quilômetro para chegarmos ao carro de resgate, falo:— Para aí Afro! Ele arregala os olhos assustado, no mínimo achou que eu ia dá o bote nele. — Aqui? Ele pergunta apreensivo. — Sim! Agora! Ordeno. — Eu tenho meu próprio resgate, aprende aí, nunca deixe sua vida nas mãos de ninguém! — Mas... Ele tenta falar, mas eu o interrompo. — O plano continua, tú e tua equipe me espera no galpão da mata, eu e JP te encontramos lá!Ele assente mais aliviado.Eu e JP corremos cerca de 2 quilômetros, pelas ruas desertas, chegamos até o carro e partimos para o galpão. Olho meu celular enquanto JP dirige e vejo várias ligações do meu pai. — Aonde você está, porra?! Tô te ligando maior tempão, caralho!— Estava em uma missão, pai! Vocês não queriam dinheiro pra facção? Então, estamos montados na grana agora. — Leon, playboy está no meu morro, porra! Bernardo não vai conseguir, caralho! — Eu estou a caminho, pai! — Vou mandar o pessoal do FM e Fael pra lá! — Não preci
De banho tomado, troco de roupa, coloco um boné, trepo na minha Hornet e sigo para o QG. Geral já me esperava, batia um papo com eles esperando meu pai chegar, tentávamos com nossos informantes saber onde playboy estava, por que com certeza não está na comunidade dele, ele sabe que iríamos invadir a favela dele com muita facilidade. Em meio aquela bagunça organizada do QG, onde geral falava com seus informantes meu pai chega. Mas não só ele, ele trás uma tropa! Olhando assim, você não botava fé, pareciam um bando de coroas, mas se juntasse toda a minha tropa não dava a experiência de um dos que estava com meu pai.Ali estavam: Meu padrinho Rafael, FM, cigano, pezão, o filho de pezão, olho de vidro, MVP e cada um com suas equipes. O QG estava entupido de gente, eram pra mais de cem. Meu pai e cigano se aproximam e eu já começo a passar algumas informações para eles. — Alguns informantes já garantiram que ele não está na comunidade dele, dizem que quando saiu daqui nem voltou pra
Já estávamos em solo estrangeiro, já estava de manhã e eu já havia recebido mensagem de playboy querendo saber da mulher dele e eu disse que estava com ela. Meu pai tinha aliados do governo daqui, então foi fácil entrar no país e achar a casa do cuzão. Estávamos em frente a casa dele, que ficava em uma área meio que isolada, mas a casa era enorme e muito vigiada. Meu celular volta a tocar e são 11:55 da manhã, faltava 5 minutos para o fim do prazo. — Qual foi Leon?! Cinco minutos para o fim do prazo, cadê minha mulher e minha filha? Ele tem a voz calma e debochada. — Como será feita a troca? Respondo seco. — Meus manos vão pegar minha mina e entregarão a sua, simples. O filho da puta mente! — Tá pensando que está lhe dando com otário, playboy? Vai entregar minha mulher como se tú tá fora do país? Falo logo e vejo ele ficar em silêncio. — Tú tá aqui neh? Ele pergunta em um fiapo de voz. — Tú acha mesmo que confiaríamos em palavra de vagabundo? Principalmente esse vagabu