Passeio pela festa observando geral, a galera está enlouquecida, muita bebida, as meninas de biquíni na piscina, adolescentes se pegando em cada canto da casa. Olho em direção a cozinha e vejo o tal do Noah enchendo dois copos de bebidas e em um dos copos vejo ele colocando algo em uma delas. Acho estranho e fico de longe só observando. Caminhando lentamente pelo meio da galera atrás dele, vejo quando ele entrega um dos copos a loirinha. — Filho da puta! Falo em voz alta. Caminho agora mais apressado e no momento que ela vai colocar o copo na boca eu esbarro nela, fazendo toda sua bebida cair. — Eiiii... Ela me olha brava. — Foi mal! Digo encarando o Zé Mané, que me olha de cara feia. — Olha por onde anda! Ela diz ríspida. — Já disse que foi mal, não precisa ser estúpida. Provoco ela. — Que? Ela agora está indignada e morro de vontade de rir das caretas que ela faz. — Você derruba minha bebida, me suja e eu que sou a estúpida? Seu olhar está semi ser
— Tem certeza que os seguranças do seu pai não vão te seguir? Pérola me pergunta aflita, roendo as unhas. — JP vai com a gente, então eles não vão nos seguir. Digo tentando acalmar Pérola. Eu e Pérola nos conhecemos no ensino fundamental, estudávamos na mesma escola particular e desde então não desgrudamos mais, o pai dela e o meu se conheciam. Eu moro com meus pais no complexo da maré e ela mora no complexo de Israel, mas ela sempre está aqui e eu sempre lá. Eu tenho um irmão chamado João Paulo, o famoso JP. Famoso por que as meninas da comunidade não saem do meu portão e quase se matam por ele. Ele é uns anos mais velho que eu e daqui uns dias entra na maior idade, sorte dele, queria eu já ter meus 18 anos. JP é super meu amigo e o motivo do meu pai deixar eu sair para as festas a noite sem segurança, mas se JP não vai, eu também não vou, pelo menos não sem seguranças. Eu odiava sair com seguranças, eles ficavam em cima, observavam tudo e não me deixavam a vontade. Uma vez
Cinco da manhã e eu já estou de pé me preparando para a corrida que vai ter. Eu amava assistir e já tinha tudo organizado, quando fizesse 18 anos e tirasse minha habilitação, participaria do moto cross. Pérola tinha acabado de chegar e não ia comigo, JP deixou ela aqui e sumiu, então não tem jeito, vou ter que ir com Théo. — Amiga, senta aqui... A cara da Pérola não é nada boa. — O que aconteceu? Pergunto preocupada. — Bêh me parou na festa... — Ahhh... Grito e ela tapa minha boca. — Para de gritar louca, vai acordar sua mãe... Não é nada disso que você está pensando. — Droga! Reclamo. — Então é o que? — Sabe o garoto que derrubou sua bebida? Ela começa. — Sei... O sem educação idiota! O que tem ele? — Ele viu Noah colocando algo em sua bebida... Fico um tempo em silêncio assimilando o que ela disse. — Não acredito! Digo perplexa. — Ele não tinha o porque mentir... Abre seu olho com Noah. — Que filho da puta! Bem que minha mãe diz: “ Não dá mole com sua bebida, não
— Já voltou? Minha mãe entra na sala com várias roupas dobradas nas mãos. — Voltei! Suspiro irritada e sentando no sofá. — Quer conversar? Ela estreita o olhar pra mim. Minha mãe era a melhor mãe do mundo, nunca exigia uma conversa, sempre me deixava a vontade para falar no meu tempo. — É que um garoto idiota me livrou de uma enrascada ontem e hoje, mas no final foi um imbecil! Digo irritada. — Dá pra ser mais detalhista? Minha mãe não estava entendendo nada. — Lembra do Noah? Ela assente. — Então, parece que ele ia colocar algo na minha bebida e um amigo do Bernardo viu e meio que derrubou minha bebida de propósito... Hoje eu fui tirar satisfação com Noah e a senhora acredita que se não fosse o garoto de ontem de novo ele teria me batido? Minha mãe arregala os olhos assustada. — Nunca gostei desse tal de Noah... Se seu pai souber... — Não conta pra ele mãe, por favor! Eu não queria meu pai envolvido em confusão. — Não vou contar, mas você sabe que uma hora ele vai sa
Me olho no espelho e fico assim por alguns segundos, respiro fundo e ligo para Théo. — Tá aonde? Pergunto de primeira. — No estacionamento, por que? — Tô indo embora! — Ok! Te espero na saída C do shopping. Me olho pela última vez no espelho e quando estou saindo do banheiro sinto meu corpo ser puxado para dentro de uma porta que tem no corredor dos banheiros, acho que é acesso de funcionários. Me preparo para gritar quando ele tampa minha boca. — Quem você pensa que é para me tacar refrigerante na frente de todos? Seu olhar é de raiva. — E quem você pensa que é para dizer aquelas coisas pra mim? Digo depois de morder a mão dele, o fazendo destampar minha boca com um gemido — Aiiiiii, filha da.... Ele para antes de completar a frase. — Sou o cara que te salvou de ser estuprada e agredida! Ele responde sacudindo a mão de dor. — E eu sou a menina que se sentiu ofendida pelo que você disse! Estamos quites agora! Digo tentando sair daquela área.
Saio do quarto e volto para a festa, vejo Bêh se pegando com uma morena e Rick está cercado de mulheres, o anfitrião da festa sempre pega as melhores, penso olhando pra ele que me vê e como se tivesse lido meus pensamentos rir levantando o copo de bebida blindando com ninguém. Sorrio. — Leon Barreto sozinho em uma festa?Cathrine diz tomando o copo da minha mão e tomando um gole da bebida. — Não estou mais! Respondo já agarrando ela e a beijando....Acordo com uma dor na cabeça insuportável, tento abrir os olhos mas parece que tenho uma faca encravada no meio do meu crânio, resmungo... — Aiii... Sinto a cama se mexer e abro os olhos assustado. — Porra! Tenho em minha cama três mulheres, uma é a Cat e as outras não faço ideia de quem seja e muito menos como vieram parar aqui, resolvo acorda-las. — Ei bonecas... Elas abrem os olhos com um sorriso sugestivo no rosto, não vai rolar gatinhas... Penso. — Vocês tem 10 minutos para se arrumarem e sairem da minha casa! Digo sério e
Segunda feira é dia de aula na faculdade, passo pelos corredores cumprimentando todo mundo... Eu sou do tipo de aluno que não gosta muito de estudar, mas já que tenho que me formar, me dedico pra tirar notas boas. Entro na sala e já de cara vejo Vanessa, resolvo sentar afastado dela. Ela ainda tinha um cara fechada, estava bolada comigo. 4 horas cansativas mais produtivas, arrumo meu material e me preparo para sair da sala. — Não vai falar comigo não? Ela se aproxima. — Você está toda boladinha, de cara fechada, achei melhor ficar na minha. Digo caminhando pelos corredores. — Lógico que estou, você quase me sufocou e depois ainda foi pra cama com três mulheres, pensa que não sei? Ela está com a mão na cintura. — Sobre ter te sufocado, foi mal! Sobre as três mulheres, foi só sexo, como sempre! — E comigo, é sempre só sexo? Ela se aproxima me abraçando. — Você quer a verdade ou quer que eu lhe agrade? Pergunto sem abraça-la. Ela me solta na hora e fecha a cara. — Por que
— O que você já conseguiu? — Ãhhh... Ela pensa por um tempo, mais volta a falar. — Consegui a professora para dar aula aos adultos, consegui a professora de balé, consegui alguém para ficar na recepção... Agora falta um professor de judô. — Deixa eu ajudar? Eu não precisava dizer que sabia todas as artes marciais, Bêh já havia comentado no shopping. — Eu moro em uma comunidade, ambiente totalmente diferente da onde você mora. — E daí? — E daí que são culturas diferentes Leon... — Você tem o péssimo hábito de julgar as pessoas pela aparência, sabia? — Não é um julgamento, é a realidade! Ela diz voltando a morder seu hambúrguer. — Não é a minha realidade não! Se você não sabe, eu já morei no complexo de Israel! Ela me olha assustada, mas logo esboça um sorriso e sacode a cabeça em negação. — Tá bom! Desdenha. — Tô falando! Até meus 7/8 anos eu vivi lá, meu pai é amigo do pai da sua amiga, pergunta a ela! Carol fica pensativa. — Tá bom, você venceu, sem contar que não t