Cinco da manhã e eu já estou de pé me preparando para a corrida que vai ter. Eu amava assistir e já tinha tudo organizado, quando fizesse 18 anos e tirasse minha habilitação, participaria do moto cross. Pérola tinha acabado de chegar e não ia comigo, JP deixou ela aqui e sumiu, então não tem jeito, vou ter que ir com Théo. — Amiga, senta aqui... A cara da Pérola não é nada boa. — O que aconteceu? Pergunto preocupada. — Bêh me parou na festa... — Ahhh... Grito e ela tapa minha boca. — Para de gritar louca, vai acordar sua mãe... Não é nada disso que você está pensando. — Droga! Reclamo. — Então é o que? — Sabe o garoto que derrubou sua bebida? Ela começa. — Sei... O sem educação idiota! O que tem ele? — Ele viu Noah colocando algo em sua bebida... Fico um tempo em silêncio assimilando o que ela disse. — Não acredito! Digo perplexa. — Ele não tinha o porque mentir... Abre seu olho com Noah. — Que filho da puta! Bem que minha mãe diz: “ Não dá mole com sua bebida, não
— Já voltou? Minha mãe entra na sala com várias roupas dobradas nas mãos. — Voltei! Suspiro irritada e sentando no sofá. — Quer conversar? Ela estreita o olhar pra mim. Minha mãe era a melhor mãe do mundo, nunca exigia uma conversa, sempre me deixava a vontade para falar no meu tempo. — É que um garoto idiota me livrou de uma enrascada ontem e hoje, mas no final foi um imbecil! Digo irritada. — Dá pra ser mais detalhista? Minha mãe não estava entendendo nada. — Lembra do Noah? Ela assente. — Então, parece que ele ia colocar algo na minha bebida e um amigo do Bernardo viu e meio que derrubou minha bebida de propósito... Hoje eu fui tirar satisfação com Noah e a senhora acredita que se não fosse o garoto de ontem de novo ele teria me batido? Minha mãe arregala os olhos assustada. — Nunca gostei desse tal de Noah... Se seu pai souber... — Não conta pra ele mãe, por favor! Eu não queria meu pai envolvido em confusão. — Não vou contar, mas você sabe que uma hora ele vai sa
Me olho no espelho e fico assim por alguns segundos, respiro fundo e ligo para Théo. — Tá aonde? Pergunto de primeira. — No estacionamento, por que? — Tô indo embora! — Ok! Te espero na saída C do shopping. Me olho pela última vez no espelho e quando estou saindo do banheiro sinto meu corpo ser puxado para dentro de uma porta que tem no corredor dos banheiros, acho que é acesso de funcionários. Me preparo para gritar quando ele tampa minha boca. — Quem você pensa que é para me tacar refrigerante na frente de todos? Seu olhar é de raiva. — E quem você pensa que é para dizer aquelas coisas pra mim? Digo depois de morder a mão dele, o fazendo destampar minha boca com um gemido — Aiiiiii, filha da.... Ele para antes de completar a frase. — Sou o cara que te salvou de ser estuprada e agredida! Ele responde sacudindo a mão de dor. — E eu sou a menina que se sentiu ofendida pelo que você disse! Estamos quites agora! Digo tentando sair daquela área.
Saio do quarto e volto para a festa, vejo Bêh se pegando com uma morena e Rick está cercado de mulheres, o anfitrião da festa sempre pega as melhores, penso olhando pra ele que me vê e como se tivesse lido meus pensamentos rir levantando o copo de bebida blindando com ninguém. Sorrio. — Leon Barreto sozinho em uma festa?Cathrine diz tomando o copo da minha mão e tomando um gole da bebida. — Não estou mais! Respondo já agarrando ela e a beijando....Acordo com uma dor na cabeça insuportável, tento abrir os olhos mas parece que tenho uma faca encravada no meio do meu crânio, resmungo... — Aiii... Sinto a cama se mexer e abro os olhos assustado. — Porra! Tenho em minha cama três mulheres, uma é a Cat e as outras não faço ideia de quem seja e muito menos como vieram parar aqui, resolvo acorda-las. — Ei bonecas... Elas abrem os olhos com um sorriso sugestivo no rosto, não vai rolar gatinhas... Penso. — Vocês tem 10 minutos para se arrumarem e sairem da minha casa! Digo sério e
Segunda feira é dia de aula na faculdade, passo pelos corredores cumprimentando todo mundo... Eu sou do tipo de aluno que não gosta muito de estudar, mas já que tenho que me formar, me dedico pra tirar notas boas. Entro na sala e já de cara vejo Vanessa, resolvo sentar afastado dela. Ela ainda tinha um cara fechada, estava bolada comigo. 4 horas cansativas mais produtivas, arrumo meu material e me preparo para sair da sala. — Não vai falar comigo não? Ela se aproxima. — Você está toda boladinha, de cara fechada, achei melhor ficar na minha. Digo caminhando pelos corredores. — Lógico que estou, você quase me sufocou e depois ainda foi pra cama com três mulheres, pensa que não sei? Ela está com a mão na cintura. — Sobre ter te sufocado, foi mal! Sobre as três mulheres, foi só sexo, como sempre! — E comigo, é sempre só sexo? Ela se aproxima me abraçando. — Você quer a verdade ou quer que eu lhe agrade? Pergunto sem abraça-la. Ela me solta na hora e fecha a cara. — Por que
— O que você já conseguiu? — Ãhhh... Ela pensa por um tempo, mais volta a falar. — Consegui a professora para dar aula aos adultos, consegui a professora de balé, consegui alguém para ficar na recepção... Agora falta um professor de judô. — Deixa eu ajudar? Eu não precisava dizer que sabia todas as artes marciais, Bêh já havia comentado no shopping. — Eu moro em uma comunidade, ambiente totalmente diferente da onde você mora. — E daí? — E daí que são culturas diferentes Leon... — Você tem o péssimo hábito de julgar as pessoas pela aparência, sabia? — Não é um julgamento, é a realidade! Ela diz voltando a morder seu hambúrguer. — Não é a minha realidade não! Se você não sabe, eu já morei no complexo de Israel! Ela me olha assustada, mas logo esboça um sorriso e sacode a cabeça em negação. — Tá bom! Desdenha. — Tô falando! Até meus 7/8 anos eu vivi lá, meu pai é amigo do pai da sua amiga, pergunta a ela! Carol fica pensativa. — Tá bom, você venceu, sem contar que não t
Carol...Até que Leon é legal, está disposto a me ajudar no projeto e eu lógico que não vou recusar, nem tenho como, já que não consegui ninguém para o posto de professor de judô. Depois que saí do banheiro me deparo com a cena mais constrangedora que já presenciei, ele beijando a namorada... Sei que não tenho o direito de ficar chateada, ele é livre, mais aquilo mesmo assim me incomoda. Resolvo não atrapalhar o casal e sigo para o carro de Théo. — Pode ir! Digo séria. — Ele é um babaca! Théo diz enquanto arranca com o carro. — Por que? Me finjo de idiota, como se não tivesse ligando para o que aconteceu. — Ele flertou com você o tempo todo e tem namorada!? — Não viaja Théo! Ele não flertou comigo. — Carol entenda, um homem só convida uma menina para sair se estiver interessado. — Ele não me convidou para sair! Retruco. — Ah não? Então de quem foi a ideia de estarem ali? — Foi dele, mas não tem a ver com um encontro... Ele me salvou duas vezes das garras de Noah e eu fu
Hoje era o dia que Leon viria conhecer a quadra e eu estava empolgada, só faltava isso para conseguir começar o projeto. — E aí, como anda o projeto? Minha mãe entra no meu quarto com varias roupas na mão. — Tudo andando, mas bem que a senhora podia me ajudar! Vejo ela torcer o nariz. — Eu não! Seu projeto, sua responsabilidade! Minha mãe era uma mulher linda, magra, cabelos loiros e no auge dos seus 36 anos... Jovem! Por isso meu pai era louco por ela, vazia todas as suas vontades e nos meus 16 anos nunca vi eles brigarem, é esse o tipo de casamento que quero pra minha vida. — Por favor!! Imploro. — Nem pensar! Você vai conseguir, qualquer problema eu te ajudo a resolver, mas tenho certeza que você é capaz! Vocês devem está se perguntando o que minha mãe faz da vida, neh? Trinta e seis anos, nova e bonita... Minha mãe é do lar, não se formou em faculdade alguma, resolveu se dedicar única e exclusivamente a mim e ao meu irmão e aparentemente é feliz assim. Meu pai sempre te