Continua...Ela me amava, eu sei que me amava, mas eu via que cada vez mais ela estava se afastando de mim, cada vez mais sua mágoa crescia e menos brilho eu via em seus olhos, resolvo mudar de assunto, eu precisava realmente sair daquele papo, aquilo não ia prestar. Então entro no assunto Leon e funcionou, ela ficou mais calma, era impressionante como Leon acalmava ela. Sabem o que fez eu me apaixonar por ela? O jeito carinhoso que ela me olhava, o jeito que ela cuidava de mim, o jeito que ela cuidava de todos e quando eu me deitei com ela pela primeira vez e consegui dormir como nunca havia dormido antes, eu tive a certeza que ela era o meu grande amor, que eu jamais conseguiria deixá-la ir, ela era a paz que eu precisava... Eu sempre fui fodido, não tive o amor da minha mãe e nem do meu pai, eles perdiam tempo de mais brigando e depois que eles se foram eu tive que criar responsabilidade na marra, cuidar e educar meu irmão não foi fácil, cuidar do morro pior ainda e para eu cons
Continua...Dois dias depois... Estou sentado em meu banco favorito, no lugar que mais me dava paz aqui no morro, na frente da minha casa, olhando o movimento do morro quando meu celular toca. Ligação on... Lyon: Diz aí Ramon, novidade já? Ramon: Consegui algumas coisas, te enviei por e-mail... Não são muitas, mas o suficiente para começarmos uma investigação. Lyon: Já é... Vou dá uma olhada. Ramon: Lyon... Vamos precisar da ajuda de Caíque. Lyon: Qual o kaô? Ramon: Eu descobri que algumas informações do chefe estão nos arquivos da PF, mas o acesso lá é complicado. Entrar sem deixar rastros vai demorar muito. Lyon: Quanto tempo? Ramon: 2-3 semanas Lyon: Ok... Vou vê o que consigo. Ligação off... Depois que desliguei o telefone já fui direto para o meu quanto, sentei na minha mesa e acessei meu email pelo notebook, coloquei para imprimir as informações que Ramon me enviou. Olhando aquele relatório fico surpreso em vê uma foto. Ramon conseguiu coisas importantíssimas, ag
Lyon continua...Estou sentado em uma mesa, de frente para Leon e Majú, era como se eu tivesse em um almoço conhecendo a família da minha namorada, enfrentando o pai bravo dela. A cara de Leon era seria, era visível que ele não estava feliz com minha presença ali, e um nó aperta minha garganta. Meu filho me odeia de verdade! — Rum! Majú coça a garganta. — Leon, conta pro seu pai sobre o seu futebol. Ela tenta puxar um assunto. — Ele não está interessado em saber sobre meu futebol, mãe! — Eu estou sim... Digo o encarando. — Não está não! Em cinco anos nunca foi vê eu jogar! Ele diz colocando um pouco de comida na boca. — Eu fui sim! Eu vi o gol que você fez contra o time dos arcanjos! Digo. Leon na hora arregala os olhos, sinto que ele se empolgou para conversar sobre o assunto, mais seu orgulho não permitiu. Aquele foi o único assunto entre a gente, ele não disse mais nada durante o almoço. Estávamos no sofá, e antes de Majú tentar mais uma vez puxar assunto, Leon começa a
Fael ...É só b.o que eu arrumo pra minha vida, que caralho! É FM com a louca da Emilly, é Majú trazendo macho pro morro, é Lyon colocando a culpa em mim, é Marina me enrolando e ainda tem a ninfeta dos infernos que não saí da minha cabeça. Tiro o mauricinho do meu morro e assim que o deixo em seu carro digo: — Você gosta dela realmente? Ele responde balançando a cabeça afirmativamente. O cuzão estava morrendo de medo, mais ganhou meu respeito por que não mentiu. — Então se prepara, por que você vai ter que duelar com nada mais nada menos que o dono dessa porra toda! Ele arregala os olhos... — Ta preparado pra isso? Pergunto. E desta vez ele não diz nada, rio de sua postura. — Mete o pé! Digo o dando as costas. Ele não tem chance! ... Estou no paiol fazendo as contagens das munições que chegaram e resolvo ligar pra Marina. Ligação on... Fael: Oi meu amor... Marina: Diz rápido Fael, estou no meio do meu expediente. Fael: Nossa! Deixa pra lá! Desligo o telefone na
Continua...Estou em frente a faculdade da ninfeta, o buquê está dentro do carro e eu apoiado na minha Ranger Rover branca esperando ela sair. Ouço o sinal bater e vejo ela saindo da universidade com dois buquês em mãos, enquanto suas amigas saem com os outros. Ela já saí me caçando com os olhos e balança a cabeça negativamente quando me vê com mais um na mão. Com um sorriso sútil ela se aproxima de mim... — Me perdoa?! Peço mais uma vez a entregando o buquê. — Eu já havia te desculpado, lembra? — Mas não quis mais contato! Digo a fazendo ficar em silêncio. Ela olha para as amigas que estão atrás dela e ainda segurando suas flores e diz: — Obrigado meninas! Ela pega com dificuldades as flores e eu a ajudo. Depois de organiza-las no banco de trás do meu carro e dela se despedir das amigas voltamos a nos olhar. Puxo ela pela cintura e dou um abraço forte nela, cheiro seu pescoço e digo: — Eu estava com saudades! Fui sincero. — Rafael... Ela se afasta e respira fundo
Digo tudo de uma vez e vejo as engrenagens de sua cabeça se movimentar. — Ok... Que tipo de rolo? Ela pergunta. Eu fico paralisado, como assim ela está preocupada com o fato de eu está enrolado e não com o fato de eu morar na favela? — Você prestou atenção em tudo que eu falei? — Sim. Rafael! Por isso estou lhe perguntando, que tipo de rolo? — Eu moro na favela Júlia! Minha vida é lá! Você consegue entender o que isso significa? — Que se foda onde você mora, que se foda quem são seus amigos, que se foda que sua empresa é na favela Rafael, eu só preciso saber que rolo é esse por que vou conseguir entender o motivo da sua rejeição. Os olhos dela estão lacrimejando. — Não somos namorados, não temos nada oficial, ela fica com quem ela quiser e eu com quem eu quiser, mas no final sempre ela está na minha casa... — Na sua cama? Julia completa perguntando e eu afirmo. — Estamos nessa a quase 8 anos... Júlia se levanta do sofá e eu acompanho. — Oito anos é muito tempo... Ela pe
Fael ainda...Estava em casa e já eram 22 horas, Marina já havia me enviado mensagem dizendo que estava chegando, eu estava nervoso... Foram quase oito anos juntos e acabar com tudo assim não é fácil, principalmente por que eu gosto dessa mandada, mas não adianta eu me prender em alguém que não está na mesma vibe que eu. Ouço o barulho do carro dela chegando, me preparo psicologicamente. Ela já vem me beijando. — Me perdoa, eu estava atarefada demais hoje cedo. Recebo o beijo, mas não retribuo... Me afasto um pouco e ela percebe que estou estranho. — Não fica assim Fael, já pedi desculpa, estou aqui! — Acho melhor o nosso lance acabar aqui! Vou direto ao ponto. Ela fica em silêncio me encarando, mais não por muito tempo. — Se foi pelo que aconteceu hoje... — Não só por hoje Marina... Por todas as outras coisas. Já tem um tempo que não temos os mesmos pensamentos, estamos juntos a oito anos e o que eu sei sobre você? Nada! Quem são seus pais, seus irmãos, onde você mora? C
Júlia...Depois da discussão que tive com Rafael meus dias foram péssimos, ter que aturar um jantar de noivado sem o noivo estar nele e ainda por cima sem ama-lo era algo bizarro, me sentia em um daqueles livros que os pais prometiam a filha a um mafioso, só que diferente dos livros, a mocinha se apaixona pelo mafioso gostosão... Só que há um grande problema, eu não estou em um livro e nem Patrick é um mafioso gostosão! Depois do bendito almoço mamãe resolveu me deixar em paz, ela havia conseguido o que queria. Estou em uma aula na faculdade quando alguém bate na porta e com um buquê de rosas na mão diz: — Tem alguma Júlia aqui? Como eu era a única Júlia da minha sala levanto a mão. Ele me entrega o buquê e em meio aos burburinhos da sala leio o bilhete. “ Me...” Eu não entendo nada, fico curiosa em saber quem foi que me enviou, mas volto a prestar atenção na aula, depois me preocupava com isso. Meia hora depois batem na sala novamente e era o mesmo menino, todos já me olha