NATÁLIA Ele estava pairando acima de mim, seus lábios beijando meu pescoço enquanto ele estocava dentro e fora de mim em um ritmo animalesco.Meus gemidos ofegantes preenchiam todo o espaço do quarto irreconhecível. Havia espelhos por toda parte e, assim como ele podia ver cada centímetro de mim, eu também podia ver todo ele agora.Isso tornava a experiência muito mais sensual. O prazer me deixava louca e os pequenos choques de eletricidade que eu sentia toda vez que ele estocava ameaçavam me levar ao limite.— Ricardo... — Gemeu o nome dele.A cena se dissolveu na escuridão. Pisquei os olhos e instantaneamente me senti molhada entre as coxas.— Que merda... está errado comigo? — Suspirei para mim mesma enquanto olhava para o teto do meu quarto sombrio.Os pássaros cantando do lado de fora indicavam que era cedo de manhã e eu, como a adição inútil desta matilha, não tinha nada para fazer.Respirei fundo e esfreguei minhas coxas juntas para me livrar da dor.Sete dias se passar
NATÁLIA Pisquei meus olhos em choque. Minhas bochechas esquentaram.— Não me assuste falando o nome desse Alfa repetidamente. Você realmente quer que eu seja a parceira dele? Quer que ele aperte meu pescoço e me mate? — Murmurei e engoli em seco.Minha mão inconscientemente alcançou meu precioso pescoço. Sem dúvida minha vida é uma piada, mas eu não queria morrer.Diana riu do outro lado. — Eu só estava se assustando, idiota. Você nunca será a parceira dele.Balancei a cabeça e me deitei na cama. Por um momento, meu coração quase saiu da minha caixa torácica.— Você é boa demais para ser a segunda chance de alguém. A Deusa da Lua não faria isso com você. Você já sofreu o suficiente. Tenho certeza de que ela tem algo grandioso reservado para você. — Ela me assegurou, sua voz suavizando.Ela deve ter ouvido meu batimento cardíaco acelerado.— Se você descobrir algo... — Deixei a frase no ar.— Eu se aviso. Ana e eu vamos com nossas famílias. Então, tchau! Preciso me arrumar. — E
NATÁLIA No final, eu tive que ir à Vila do Alfa. Ela estava decorada em branco e dourado, um cenário real.Eu estava usando um vestido dourado para combinar com o tema. Era um vestido de gala sem ombros que revelava minhas clavículas e braços. Tive que aplicar uma camada extra de corretivo para esconder a marca de companheiro.Ainda estava chocada com algo. Pela primeira vez nos últimos três anos, minha mãe me trouxe um vestido com tanto entusiasmo.Havia um sorriso constante nos lábios de cada membro da minha família. Todos pareciam aliviados, satisfeitos, felizes e não estavam fazendo nada para esconder isso.Por quê? Eu realmente não conseguia entender.Minhas palmas estavam suando. Tive que as esfregar várias vezes nas bordas do vestido brilhante para me livrar da umidade.Eu estava agora parada no salão, no canto mais escondido onde esperava que ninguém me encontrasse. As pessoas estavam ocupadas demais para prestar atenção em mim. Todos estavam vestidos com as melhores rou
NATÁLIA Ela então amaldiçoou os lobisomens a terem companheiros — o par deve ser decidido pela Deusa da Lua.Se alguém decidir romper o vínculo concedido pela Deusa da Lua, ele/ela experimentará uma dor tão intensa que o levará à loucura, e o companheiro inocente que for rejeitado também não sobreviverá.A loucura e a culpa de matar outra pessoa serão o castigo por desafiar a vontade da Deusa da Lua.No começo, eu pensei que era realmente uma maldição. Mas com o tempo, vi o outro lado dessa história. Evangélica se tornou humana e morreu como humana enquanto seu marido estava ao lado dela.Os lobisomens agora têm pessoas em quem podem confiar. Companheiros em quem podem confiar. Um vínculo tão forte com outra pessoa que toda dor, todo sofrimento desaparece quando a outra metade está por perto.Tudo isso me parecia mais uma bênção. Por isso, eu não podia rejeitar Ricardo depois de descobrir que ele era realmente meu companheiro e Henrique não era. Eu não queria o matar, e não queri
NATÁLIAEu sabia que era ele.Ricardo. Meu companheiro.Por quanto tempo ele esteve ali? Quanto ele tinha presenciado?Quando ele me viu olhando para ele, ele se inclinou para a direita, saindo da escuridão. Suas expressões entediadas me fizeram piscar algumas vezes.Ao lado dele estava outro rosto familiar. O Beta do Matilha Caminhantes Noturnos.Minha mente tentou entender por que ele não estava fazendo nada. Ele pretendia me ver sendo enviada para algum outro homem mais velho para que eu pudesse dar à luz seus filhos?Ele não se importava? Nem um pouco?As lágrimas que segurei até agora, romperam todas as barreiras e rolaram pelas minhas bochechas em ondas.— Nos diga, Natália. Você ainda tem alguma objeção? — Era uma formalidade.Era contra as regras do conselho dos lobisomens forçar uma mulher a qualquer coisa. Eles precisavam saber que eu concordava com isso.Mas que escolha eles estavam realmente me dando? Eles iam me expulsar se eu não concordasse.— Eu tenho um... —
NATÁLIA— Tragam o filho do Alfa. Vamos perguntar a ele. — Os gêmeos decidiram.O Alfa João me deu um olhar assassino e então se virou para a multidão que sussurrava. — Isso não é verdade. Todos nós conhecemos o Henrique.Então, ele me lançou um olhar feroz. — E nós conhecemos Natália Silva.Agora, era uma guerra para provar isso.Ana e Diana eram as testemunhas e provavelmente por isso deviam estar trancadas nas masmorras naquele momento.O Alfa já temia que se aquelas duas meninas estivessem ali, fariam tudo ao seu alcance para me salvar.Eu percebi o que elas significavam para mim naquele momento. Elas sempre me protegeram, mesmo que aquelas duas amigas desvairadas acabassem se metendo em problemas.O que eu faria se os pais delas não as deixassem testemunhar? Eu esfreguei minhas mãos.— Você deveria ter pensado nisso antes de vir aqui quando eu claramente se avisei. — Uma voz profunda sussurrou na minha cabeça.Ele acabou de falar na minha cabeça? Meus olhos se voltaram ra
NATÁLIARicardo finalmente soltou o punho de Henrique de uma maneira muito gentil. Eu pisquei para Henrique, sem entender mais nada.Ele matou sua companheira.Você pode ser sua segunda chance de companheira.Ele é Ricardo Santos, afinal.Eu lembrei de tudo que minhas amigas e eu conversamos. Eu pensei que ele nunca poderia ser meu companheiro, nem em mil anos.Agora, eu conseguia entender algumas coisas.Eu o conheci em um território neutro, dormi com ele e vi seu Beta espreitando perto do quarto na manhã seguinte.As pessoas da Matilha dos Caminhantes Noturnos geralmente não toleravam membros de outras matilhas, mesmo no território neutro. Eles achavam que possuíam tudo e ninguém podia os deter — ninguém, incluindo o conselho dos lobisomens.Quando eu estava andando com Henrique, minha mão segurando a dele, eu vi aquele maldito Beta me encarando.E eu instantaneamente soltei a mão de Henrique.Naquele dia, eu senti aquela estranha emoção no fundo da minha mente.Era posses
RICARDOO maldito Alfa me levou até seu escritório.Ele pensou que poderia esconder seu nervosismo mantendo a postura ereta. Eu pude ver o quanto ele estava tentando não se encolher e encontrar um canto para se esconder.Ele deve ter esquecido que todos os Alfas podiam sentir emoções fortes.Quando entrei em seu escritório, eu dei uma olhada ao redor. O escritório com móveis marrons sem graça combinava com sua personalidade idiota e covarde. Meus olhos se fixaram na mesa de mogno colocada de um lado do escritório, na cadeira de couro atrás dela e nas fotos penduradas na parede.Ele tossiu para chamar minha atenção. Eu foquei meus olhos nele.— Se sente, Alfa. — Ele apontou para as cadeiras de visita colocadas do outro lado da mesa.Em vez de me sentar, eu caminhei em direção à janela do lado esquerdo do escritório dele. Eu dei uma olhada na entrada da garagem que era visível dali.Os convidados estavam indo embora. Todo esse poder pulsando pelo lugar dele estava me dando uma mal