ANADe repente, ele se inclina, nossos rostos se roçando enquanto sussurra no meu ouvido. — Ela está vindo aqui. Não fale tão alto.Tropeço para trás depois que ele termina de roubar minha alma com seu sussurro rouco no meu ouvido. Por um momento torturante, pensei que ele não gostava da ideia de eu falar sobre Liam desse jeito.Trocamos um olhar cúmplice antes dele dar um passo para trás, percebendo meu desconforto devido à proximidade com meu corpo ardente.Uma batida soa na porta, chamando minha atenção. Desviando meu olhar de Rafael, fixo-o na porta.A pessoa do outro lado bate mais uma vez, educadamente.Respirando fundo para me acalmar, marcho até a porta e a abro.— Ana. — Freya ofega do outro lado, com as mãos unidas na frente da barriga e um sorriso fraco nos lábios.Vários palavrões passam pela minha cabeça, mas os seguro. Posso fazer isso por Diana - preciso agir com cautela e bondade até tê-la de volta.— Sim? — Sorrio de volta.Sou boa em atuar. Sempre fui. Não há como ela
Saí do quarto dela depois de avisá-la para se manter longe da minha vida.Quando ela já confessou seu ódio eterno por mim inúmeras vezes, não há motivo para sua interferência nos meus assuntos.Mas ela quer saber o que sinto sobre minha família. Ela quer que eu os machuque se a situação exigir e precisa ter certeza de que não hesitarei em fazê-lo.Ela não precisa se preocupar com isso. Farei o que for necessário se precisar. Não há nada me segurando. Pelo menos nenhum tipo de afeição.A noite caiu sobre a mansão mais uma vez. É hora deles invadirem o lugar novamente.Ana Jorge brigou com Ava ontem. Esta noite, ela pode aparecer para se vingar. Seja por conta própria ou usando outra pessoa.Então, tenho que desistir de me entregar ao prazer de beber sangue humano fresco, algo que evitei depois de acordar do meu inferno pessoal. Ricardo e eu vivíamos de sangue armazenado ou sangue animal. Depois de vir para cá e presenciar derramamento de sangue quase todos os dias, tornou-se impossível
RAFAELExamino seu rosto, querendo saber se ela estava falando sério sobre dormir juntos.— Quer dizer, deitar na cama ao meu lado enquanto eu durmo. — Ela percebe onde minha mente foi parar e logo esclarece.Eu sabia que ela não quis dizer daquele jeito. Embora o Vínculo a atraia até mim, ela é teimosa demais para realmente querer dormir comigo.Sem dizer uma palavra, passo por ela e tiro meus sapatos antes de me deitar na cama. Meus olhos se fixam no teto em silêncio.— Pensei que você fosse recusar. — Ela reflete enquanto vai para o outro lado da cama.Coloco minhas mãos sobre o estômago, deitado imóvel de costas e mantendo meu olhar fixo e longe do corpo dela. Seu perfume silvestre floral se espalha ao meu redor, todo dentro de mim mesmo quando tento manter minha mente distraída.— Você me viu dormindo várias vezes antes. Aposto que nem é mais estranho para você. — Murmurando, ela puxa o edredom sobre seu corpo.Não a impeço de cobrir metade do meu corpo também. É estranho para lob
ANAAcordar de manhã e não durante a noite era algo novo depois de três meses de noites em claro.E ver o rosto impassível de Rafael logo pela manhã era ainda mais incomum.Quase gritei a plenos pulmões, mas minha mente processou tudo rapidamente e me contentei apenas em ofegar e desvencilhar meu corpo do dele.Ele se levantou e saiu sem demora. Nem sequer me disse nada, o que foi constrangedor. Eu também não disse nada a ele. Estava ocupada demais tentando assimilar o fato de ter dormido abraçada a ele.Devo ter perdido o juízo quando o vi do lado de fora do meu quarto ontem à noite. Me mostrei vulnerável na frente dele, contei coisas que mal admito para mim mesma e pedi para ele dormir comigo. Droga.Mas não me arrependo. Ele me escutou, não riu da minha fraqueza e realmente me abraçou como se se importasse comigo. Então, tudo bem. Está tudo certo.Ainda sinto vontade de gritar a plenos pulmões, no entanto. É tudo tão surreal.De qualquer forma, preciso deixar isso de lado e ir traba
ANA— Ele encontrou a bruxa há alguns dias. — O Rei Vampiro suspira enquanto me sento no sofá, depois de ser persuadida por Diana a ouvir tudo o que ele tem para me dizer.— Que bruxa? — Ergo a sobrancelha.— Edith. Ela mora aqui perto. — Ele revela. — Ela é uma aliada. Veio aqui há alguns dias para nos falar sobre a mudança nas estrelas e a profecia sobre um novo Rei Vampiro depois de séculos.— E daí? — Franzo a testa.— Ele a encontrou e perguntou sobre o feitiço do sono. — Ele revela.— Que feitiço do sono? — Meu coração falha uma batida.— Aquele sob o qual ele esteve. Por séculos. Ele deu dinheiro a ela, e ela contou tudo que ele precisava saber. — O Rei me encara friamente.— Ele deve estar... curioso para saber sobre o feitiço. O que tem isso? — Não vejo nada de errado nisso.Ele balança a cabeça. — Você não sabe o que ele disse à mãe dele quando a encontrou viva.Olho para Bernardo, que está ouvindo tudo atentamente, e depois para Diana, que está franzindo muito a testa.— Ele
Minhas entranhas se contorcem de ansiedade. Uma parte de mim não acredita que Rafael possa realmente fazer isso, mas a parte que entende as sombras que o cercam só sussurra as coisas mais terríveis para mim.Ele vai embora. Nunca mais o encontraremos. As palavras me fazem ficar surda para tudo ao meu redor por um momento. Minhas mãos ficam frias enquanto continuo pensando nisso.O cheiro familiar invade meus sentidos, trazendo-me de volta à realidade. Viro minha cabeça, meus olhos encontrando o homem sobre quem todos estávamos discutindo tão descaradamente.O que estou fazendo? Pisco para ele.Ele não perde um momento e aparece diante de mim, usando sua velocidade rápida. Meu cabelo balança com a brisa leve que sua velocidade cria.Instantaneamente, inclino meu pescoço para trás e olho para ele sem piscar novamente.— O que há de errado? — Ele pergunta, observando Liam que está atrás de mim.Será que ele realmente pode... decidir partir pelo resto da eternidade?Observo seus olhos, esc
— Me conte. — Cruzo os braços sobre o peito.— Ele é um ciumento idiota. — Ela geme. — Já rejeitei meu parceiro destinado, mas ele ainda não acredita que não vou deixá-lo por nada neste mundo.— Você o marcou. — Franzo a testa. — Você não pode realmente deixá-lo mesmo que queira agora. Qual é o problema então?Ela esfrega as têmporas. Algo me diz que não é o verdadeiro motivo por trás da frustração deles.— O que você fez? — Estreito os olhos para ela.— Eu surtei. — Diana se vira para mim.— Surtou? — Questiono.— Eu disse a ele que ainda não quero um filho. E que deveríamos dar um tempo para nosso relacionamento crescer. Não é como se fôssemos parceiros destinados e pudéssemos desenvolver uma conexão forte instantaneamente. Precisa de algum tempo e...— Por que brigar por filhos quando você nem está grávida? — Franzo o nariz.Odeio conversas sobre família. Está além da minha compreensão.Diana fica em silêncio e desvia o olhar constrangida. Um arrepio percorre minha espinha quando a
ANA— Diana. Que bom que você decidiu aparecer por conta própria. — Ele diz em seu tom de Alfa.— Pega leve com ela. — Reviro os olhos, caminhando até a mesa e me jogando na cadeira de visitante.— Me desculpe, Alfa Ricardo. — Diana suspira, sentando-se na cadeira oposta à minha.— Você tem noção do que nos fez passar? — Ricardo declara calmamente. — E se o Rei Vampiro se recusasse a manter sua palavra? O que você faria então?Olho para Bernardo, que está olhando pela janela, de costas para nós. Claro que ele teve que relatar tudo ao Ricardo. Ele não mentiria para seu Alfa sobre nada.Rafael deve saber de tudo agora também. Encaro-o enquanto ele mantém o olhar fixo no chão.— Me desculpe. — Diana murmura em tom de desculpas.— O Rei Vampiro não tem más intenções. — Digo a Ricardo. — Você não precisa mais se preocupar.Os ombros de Rafael ficam tensos, mas ele se recusa a olhar para cima. Por que tenho essa estranha sensação de que ele sabia que seu pai não faria muito mal à Diana desde