ANA— E se eu disser que tenho algo seu bem seguro em minhas mãos? — Ele se inclina para frente.Ele está todo convencido. Quando se aproxima, sei que tem algo contra mim que pode me fazer vacilar por um momento.Talvez sejam meus pais. Ou talvez um daqueles falsos amigos humanos que fiz na cidade durante minha estadia.Meu coração falha uma batida, mas não deixo transparecer. — Não.Nada pode me fazer mudar de ideia quando se trata dele. E não sei por que diabos isso acontece. Preciso superar isso.— Tudo bem. — Ele assente, recostando-se. — Livre-se daquela lobinha, Liam. Ela não tem utilidade para nós.Ele não está se referindo a mim. Ele...Ele... está se referindo à Diana Mendes.— Não. — Levanto-me bruscamente do sofá, com os olhos arregalados.— O que exatamente você quer dizer com não, Ana? — Ele pergunta, divertido.Liam ri atrás de mim.— Quem é? — Preciso ter certeza.Não tem como ser Natália. E não tem como ele achar que alguém além da Diana seja mais importante para mim d
ANA— Me põe no chão. — Suspiro pesadamente ao nos aproximarmos do meu quarto.Minhas mãos vão até minhas bochechas para limpar as lágrimas. É tão estranho chorar o tempo todo.— Já acabou o showzinho? — Ele vira a cabeça para mim, me lançando um olhar perspicaz.Engulo em seco, encarando seu rosto tão de perto. É estranho como ele, às vezes, entende as coisas sem que eu precise explicar o que está acontecendo.— Acha que fui dramática o bastante? — Me pergunto se o Rei Vampiro conseguiu ver através do meu choro dramático assim como Zero.Ele não responde.Meus olhos se movem em direção ao seu pescoço, vendo a veia pulsar enquanto ele inclina a cabeça para trás. Sei que vou sentir dor novamente quando ele finalmente me colocar no chão. Pode levar muito tempo para eu me curar sozinha, já que meu processo de cura é péssimo devido aos traços hereditários de baixa linhagem.Me inclino e coloco meus lábios sobre seu pescoço. Ele sibila quando meus lábios tocam sua pele fria. Uma corrente e
ANAJá vomitei três vezes na mesma hora e me sinto morta. O osso quebrado na minha coluna era melhor que isso.Suspiro quando meu estômago se recusa a expelir a comida inexistente pela quarta vez. Me recosto e desabo nos azulejos frios do banheiro. Meus olhos se voltam para Zero, que está parado na porta como uma estátua, com o olhar fixo em mim.Eu me sentiria melhor se ele pelo menos estivesse presunçoso ou dizendo coisas como eu te avisei, mas ele está em silêncio, imóvel, me observando. No meu pior momento. Vomitando repetidamente.Que vergonha do caramba.— O que o Ricardo disse? — Franzo o nariz, enojada com meu próprio hálito fedido, o gosto metálico persistente na língua e minha garganta dolorida.— Ele vai procurar por ela imediatamente. — Me informa.Contei tudo que aconteceu lá embaixo para Zero. Pensei que ele ficaria chocado, mas estava calmo, e eu era a única em pânico.Ele nem demonstrou raiva. Simplesmente entrou no modo racional, ligou para Ricardo, contou tudo, e ent
ANADe repente, ele se inclina, nossos rostos se roçando enquanto sussurra no meu ouvido. — Ela está vindo aqui. Não fale tão alto.Tropeço para trás depois que ele termina de roubar minha alma com seu sussurro rouco no meu ouvido. Por um momento torturante, pensei que ele não gostava da ideia de eu falar sobre Liam desse jeito.Trocamos um olhar cúmplice antes dele dar um passo para trás, percebendo meu desconforto devido à proximidade com meu corpo ardente.Uma batida soa na porta, chamando minha atenção. Desviando meu olhar de Rafael, fixo-o na porta.A pessoa do outro lado bate mais uma vez, educadamente.Respirando fundo para me acalmar, marcho até a porta e a abro.— Ana. — Freya ofega do outro lado, com as mãos unidas na frente da barriga e um sorriso fraco nos lábios.Vários palavrões passam pela minha cabeça, mas os seguro. Posso fazer isso por Diana - preciso agir com cautela e bondade até tê-la de volta.— Sim? — Sorrio de volta.Sou boa em atuar. Sempre fui. Não há como ela
Saí do quarto dela depois de avisá-la para se manter longe da minha vida.Quando ela já confessou seu ódio eterno por mim inúmeras vezes, não há motivo para sua interferência nos meus assuntos.Mas ela quer saber o que sinto sobre minha família. Ela quer que eu os machuque se a situação exigir e precisa ter certeza de que não hesitarei em fazê-lo.Ela não precisa se preocupar com isso. Farei o que for necessário se precisar. Não há nada me segurando. Pelo menos nenhum tipo de afeição.A noite caiu sobre a mansão mais uma vez. É hora deles invadirem o lugar novamente.Ana Jorge brigou com Ava ontem. Esta noite, ela pode aparecer para se vingar. Seja por conta própria ou usando outra pessoa.Então, tenho que desistir de me entregar ao prazer de beber sangue humano fresco, algo que evitei depois de acordar do meu inferno pessoal. Ricardo e eu vivíamos de sangue armazenado ou sangue animal. Depois de vir para cá e presenciar derramamento de sangue quase todos os dias, tornou-se impossível
RAFAELExamino seu rosto, querendo saber se ela estava falando sério sobre dormir juntos.— Quer dizer, deitar na cama ao meu lado enquanto eu durmo. — Ela percebe onde minha mente foi parar e logo esclarece.Eu sabia que ela não quis dizer daquele jeito. Embora o Vínculo a atraia até mim, ela é teimosa demais para realmente querer dormir comigo.Sem dizer uma palavra, passo por ela e tiro meus sapatos antes de me deitar na cama. Meus olhos se fixam no teto em silêncio.— Pensei que você fosse recusar. — Ela reflete enquanto vai para o outro lado da cama.Coloco minhas mãos sobre o estômago, deitado imóvel de costas e mantendo meu olhar fixo e longe do corpo dela. Seu perfume silvestre floral se espalha ao meu redor, todo dentro de mim mesmo quando tento manter minha mente distraída.— Você me viu dormindo várias vezes antes. Aposto que nem é mais estranho para você. — Murmurando, ela puxa o edredom sobre seu corpo.Não a impeço de cobrir metade do meu corpo também. É estranho para lob
ANAAcordar de manhã e não durante a noite era algo novo depois de três meses de noites em claro.E ver o rosto impassível de Rafael logo pela manhã era ainda mais incomum.Quase gritei a plenos pulmões, mas minha mente processou tudo rapidamente e me contentei apenas em ofegar e desvencilhar meu corpo do dele.Ele se levantou e saiu sem demora. Nem sequer me disse nada, o que foi constrangedor. Eu também não disse nada a ele. Estava ocupada demais tentando assimilar o fato de ter dormido abraçada a ele.Devo ter perdido o juízo quando o vi do lado de fora do meu quarto ontem à noite. Me mostrei vulnerável na frente dele, contei coisas que mal admito para mim mesma e pedi para ele dormir comigo. Droga.Mas não me arrependo. Ele me escutou, não riu da minha fraqueza e realmente me abraçou como se se importasse comigo. Então, tudo bem. Está tudo certo.Ainda sinto vontade de gritar a plenos pulmões, no entanto. É tudo tão surreal.De qualquer forma, preciso deixar isso de lado e ir traba
ANA— Ele encontrou a bruxa há alguns dias. — O Rei Vampiro suspira enquanto me sento no sofá, depois de ser persuadida por Diana a ouvir tudo o que ele tem para me dizer.— Que bruxa? — Ergo a sobrancelha.— Edith. Ela mora aqui perto. — Ele revela. — Ela é uma aliada. Veio aqui há alguns dias para nos falar sobre a mudança nas estrelas e a profecia sobre um novo Rei Vampiro depois de séculos.— E daí? — Franzo a testa.— Ele a encontrou e perguntou sobre o feitiço do sono. — Ele revela.— Que feitiço do sono? — Meu coração falha uma batida.— Aquele sob o qual ele esteve. Por séculos. Ele deu dinheiro a ela, e ela contou tudo que ele precisava saber. — O Rei me encara friamente.— Ele deve estar... curioso para saber sobre o feitiço. O que tem isso? — Não vejo nada de errado nisso.Ele balança a cabeça. — Você não sabe o que ele disse à mãe dele quando a encontrou viva.Olho para Bernardo, que está ouvindo tudo atentamente, e depois para Diana, que está franzindo muito a testa.— Ele