NATÁLIA Não era novidade acordar na cama do hospital da alcateia com a Doutora Luana respirando acima do meu pescoço.— O Alfa está visitando o hospital hoje. Diga a ele o que está errado com você. — Ela me disse roboticamente assim que pisquei para ela.Por que ela se importava? E por que o Alfa se importaria também?A dor me atingiu depois dessas perguntas.Eu me sentei na cama e minha mão instantaneamente envolveu meu pescoço. A Doutora Luana me entregou um copo de água sem nem perguntar. Eu o peguei, decidindo agradecer depois.— Eu te dei a poção de cura. Como você se sente? — Ela perguntou quando engoli a água e coloquei o copo ao lado.— Estou bem. — Eu dei um pequeno sorriso.— Como você caiu das escadas desta vez? — Ela claramente estava me zombando.— O de sempre. — Minha voz se afogou enquanto um enorme nó se formava na minha garganta.— Você vai morrer. Algum dia, você vai morrer se continuar assim. — Ela me disse antes de ajustar seus óculos de aro grosso sobr
NATÁLIA — Peguei você, vadia. — O renegado sibilou perto do meu ouvido, com seu corpo pesado cobrindo minha pequena estrutura.Respirando tremulamente, coloquei minhas mãos no chão. Fechando os olhos, pensei nas maneiras possíveis de sair debaixo dele.Ele agarrou minha cintura, pronto para me virar. Eu o acertei na lateral com meu cotovelo o mais forte que pude. O som de estalo me fez ter certeza de que acertei um osso.Ele gemeu, rolando para fora de mim. Me levantei rapidamente.— Pegue isso… Pegue isso, vadia! — Ele rosnou do chão.Eu olhei para ele e para os outros sete homens. Eles estavam perto, muito perto.Se eu corresse novamente, um deles poderia se transformar e me atacar.Coloquei minha mão sobre meu ombro direito, que doía com o impacto no chão mais cedo.— Para onde você vai correr daqui, vadia? — O homem musculoso zombou.— Pare… Pare aí mesmo. — Eu acenei com a mão para eles.Soou mais forte. Eu disse a mim mesma.— Eu liguei mentalmente para os guardas de
NATÁLIA — Desamarre esta corda. — Eu sussurrei, abos olhos.Merda, merda, merda.Eu não queria fazer sexo com ele aqui.Mas eu queria fazer sexo com ele.— Por que eu deveria? Estou gostando dessa vista. — Ele retrucou com seu tom arrogante habitual.Eu levantei a cabeça. Outra onda de calor percorreu meu corpo. Eu ofeguei quando nossos olhares se encontraram.Ele descansou as costas contra a árvore à minha frente, cruzando os braços sobre o peito. Na escuridão, eu observei sua silhueta intimidadora com desejo nos olhos.— Por favor. — Eu estava implorando?Não. De jeito nenhum.Mas, sim. Um pouco.— Você não me ouviu quando eu disse para não me causar dor de cabeça. — Ele me lembrou.— Eu... Eu respirei. E apertei minhas coxas. A umidade se acumulou entre minhas calcinhas enquanto a dor no meu núcleo se intensificava.— Por favor. Só... só... — Eu mordi o lábio inferior, me impedindo de gemer.— Interessante. — Ele murmurou, passando os dedos pelo cabelo.— O que é
RICARDOEu vi a mandíbula dela se abrir e depois ficar pendurada de terror e surpresa.Merda.Ela sempre interpretava tudo errado.Eu pisquei os olhos e abaixei o celular por um momento.— Quem você quer que venha se buscar daqui? É isso que estou perguntando. Você não pode ir para casa sozinha daqui. — Eu estreitei os olhos e a encarei.Ela soltou um suspiro pela boca e meus olhos foram atraídos para ela. Eu engoli em seco inconscientemente e desviei o olhar.Ela estava me fazendo perder o controle. Tudo isso era tão imprevisível, como ser atingido por um desastre aleatório no caminho para casa.— Como... Como você conhece elas? — Ela gaguejou, cambaleando para trás e batendo na árvore atrás dela.Eu olhei de volta para ela. Era isso que a preocupava.— Longa história. — Eu não estava com humor para explicar coisas que nem eu conseguia entender no momento.Por que eu fui tão longe para saber tudo sobre ela, absolutamente tudo sobre ela? Eu não tinha certeza.— Você... — El
NATÁLIA — Então... me diga o que está acontecendo. — Diana perguntou pela terceira vez durante nossa viagem de volta para casa.Minha mente ainda estava presa nos eventos anteriores.Ricardo. Seu nome é Ricardo. Ele finalmente me contou, mas que ajuda esse nome me traz?Além disso, ele sabe coisas sobre mim — ele sabe onde eu moro, o que eu faço. Ele até tem os números de contato dos meus amigos salvos no celular dele.Uma situação bem complicada em que me meti.Mas, não posso negar, ele fez meu coração disparar quando me parou no meio do caminho e me beijou antes de revelar seu nome.— Natália. — Diana chamou meu nome.Fechei os olhos e encostei a testa na janela fria.Eu não queria falar com ela. Eu deveria ter insistido em ir para casa sozinha. Pelo menos, dessa forma, Diana não teria sentido esse cheiro de sexo em mim.Ela sabia que eu tinha encontrado meu parceiro novamente, mas não sabia o porquê.— Apenas fale e me avise se precisar de mais alguma coisa. Apenas me avi
RICARDO— Então você matou todos eles? — Bernardo Carvalho perguntou dramaticamente.Meus olhos seguiram sua figura. Ele estava andando de um lado para o outro no meu escritório há um bom tempo. Se ele não fosse meu beta e amigo de infância, eu já o teria expulsado há muito tempo, mas ele é um bastardo privilegiado.Revirei os olhos e me recostei na cadeira. — Tentei falar com eles de forma educada. Eles não ouviram. — Você os matou na frente da Natália? — Ele sussurrou em um tom horrorizado.Suspirei, balançando a cabeça. — O que mais você acha que eu deveria ter feito? Admito que foi tentador os deixar a levar, mas o José não concordou com isso. Ele parou de andar e me encarou. — Não acredito que você realmente pensou em os deixar a levar.— Isso se chama deixar alguém cuidar do seu problema. — Sorri para ele.Ele caminhou até a cadeira de visitante e se jogou nela. Seus olhos cor de avelã nunca deixaram meu olhar entediado.— Ela não é um problema. Ela é sua parceira. — El
NATÁLIA— Você está falando sério? — Ana sibilou.— Sim. Eu estou falando muito sério. — Eu assenti com a cabeça.Ela suspirou, seguida por Diana, que exibiu uma expressão igualmente desanimada.Isso me satisfez.Eu abri a porta do carro e desci.— Eu estou indo para casa. — Eu disse para ninguém em particular, mas ainda esperava que essas duas idiotas me ouvissem.— Pelo menos tome um banho antes de ir para casa. — Diana foi rápida em sair e sugerir.Meus pés congelaram no lugar. A sensação pegajosa na minha calcinha ainda estava tão fresca. E eu cheirava a sexo ambulante.Se eu fosse para casa assim, minha mãe e meu pai definitivamente me matariam desta vez.Eu pressionei meus lábios em uma linha fina e me virei para enfrentar Diana.— Não espere que eu se perdoe só porque você está sendo legal comigo. — Eu lembrei a ela.Ana saiu do carro e me deu um olhar sério. — Nós não vamos aproveitar essa situação para fazer você nos perdoar. Eu olhei para baixo e depois assenti
NATÁLIA — É a sua mãe. — Ana me informou da cozinha.Olhei por cima do ombro e a vi segurando o telefone a uma certa distância do ouvido enquanto me informava sobre a ligação da minha mãe.— Ela quer que eu vá para casa? — Perguntei da sala de estar.— Sim. — Ana assentiu com a cabeça.Os olhos dela contavam outra história. Ela não queria que eu voltasse para aquela casa.— Ok. Diga a ela que estou indo. — Me virei e encarei Diana, que estava sentada no sofá em frente ao meu.— Vamos a deixar em casa em meia hora, Sra. Silva. — Ana disse à minha mãe monotonamente.— Ok. Claro. — Ela desligou a ligação e veio se sentar ao meu lado.Puxei minhas pernas para cima e coloquei o queixo sobre o joelho. Um suspiro escapou dos meus lábios.— Não se preocupe. Vou pedir para alguém investigar esse homem. Me mande o número que ele usou para se ligar quando pegar seu telefone. — Disse Diana.Assenti com a cabeça. Eu tinha contado tudo a elas. Desde a visita dele ao meu quarto, até a liga