Capítulo 116
NATÁLIA

Eu sabia. Eu sabia que tinha que ir.

Então, eu me virei e fui embora de lá, o mais rápido que pude. Ao contrário da noite em que Ricardo me parou, ninguém cruzou meu caminho.

Eu continuei a andar, incapaz de compreender o que tinha acontecido. Minha mente estava em branco e meu corpo, frio.

Quando cheguei perto da fronteira, uma voz finalmente me chamou.

— Natária! Para onde você vai?

Minha respiração parou na garganta. As lágrimas ardiam na parte de trás dos meus olhos. Eu me virei, encarando Ana que estava correndo em minha direção.

— O que há de errado?! — Ela ofegou, parando na minha frente.

— Eu—Ele não me ama. Ele—Ele ainda a ama. Eu não sei o que... — Eu solucei, minha voz quebrando no final.

Esquecendo o que aconteceu entre nós, eu a abracei. A lava cozinhando dentro de mim borbulhou em forma de lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

Ela esfregou minhas costas, deixando-me chorar em seu ombro.

Eu finalmente sabia o que sentia. Era como se meu coração tivesse se
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