- Já o avisei no telefone de emergência, por mensagem. – O outro respondeu.- Eu estou morrendo? – perguntei, sentindo um nó na garganta ao ouvir a conversa deles.- Não. – Ele foi sério. – Mas ele fará todos os exames necessários e só será liberada quando ele achar que está tudo bem de verdade com a senhora.- Eu não posso ficar aqui... Eu... “Eu não tenho dinheiro para pagar, galera”. Mas como dizer-lhes isso?A enfermeira trouxe a cadeira de rodas até mim.- Sente-se, senhora, por favor. – Tentou me ajudar.Retirei as mãos dela. Eu estava bem. Não precisava de ajuda. Era só uma cólica, daquelas que só passava com muitos analgésicos, bolsas de água quente e Ben e Salma. Onde estavam meus amigos? Eu imaginei que estava morrendo, ou não chamariam um Ginecologista de emergência. E se não morresse de doença, morreria quando recebesse a conta do hospital. Certamente desta vez eu perderia meu rim, que tirariam ali mesmo para quitar as despesas. Ou se eu quisesse me manter com dois rins,
- Pense pelo lado positivo, Bárbara. Se eu não estivesse em posse das suas joias, teria que vendê-las para pagar a conta agora. Ou seja, de uma forma ou de outra, teria se livrado delas para sair de uma de suas encrencas.- Você pensa em devolvê-las para mim um dia? – virei minha cabeça na direção dele.- Sim... Da mesma forma como você pensa em devolver meu blazer. – falou seriamente.Virei a cabeça de novo, olhando para o teto. Senti meu coração acelerar. Ok, eu vendi o blazer dele. Então jamais veria as joias da minha mãe de volta. A não ser que... Comprasse o blazer de volta. Ou quem sabe lhe dava a roupa que eu usava, que foi o que fiz com o dinheiro. Fora a noitada no Hazard.- Vou devolver o blazer. – falei, sem olhar para ele.- Como faria isso?- Entregando nas suas mãos. Acha mesmo que eu ficaria com algo que não me pertence?- Não acho que ficaria. Talvez... Vendesse?- É isso que pensa de mim, senhor Casanova? – me fingi de chateada.- O blazer está comigo, Bárbara.Sentei
- Me impressiono com a criatividade destes pichadores. – Ele disse, parecendo pouco se importar com minha raiva repentina ao me deparar com aquela frase.- Boa noite, senhor Casanova. Boa noite, Anon. Afinal, você não ia querer entrar para tomar uma xícara de café, não é mesmo? – olhei sarcasticamente, enquanto descia do carro. - Já que insiste, vou querer um café. – Ele desceu do carro.Fiquei olhando para ele perplexa, vendo o sorriso sarcástico no canto dos lábios dele.- Eu... Não posso convidá-lo.- Posso saber por que?- Não moro sozinha e... Não tenho pó de café.- Seus amigos são assassinos? Loucos como você? Você é casada e tem filhos? Anon, compre pó de café... Você usa pó no café? – perguntou, confuso.- É só a minha casa... Não tem nada de especial ou que seja curioso.- Você visitou a casa do meu pai. Foi até lá atrás de mim. Por que não posso conhecer a sua? Assim como você é curiosa, eu também sou.- Eu não fui atrás de você. Fui devolver a carteira do senhor Allan. Ca
Ele levou a mão ao rosto, confuso:- Você é louca, Bárbara? – falou em tom de voz alterado.- Eu... Perdi algo? – Ben perguntou. – Há quanto tempo vocês estão no elevador?- Ele... Estragou. – expliquei.- Não... Eu chamei e ele veio.- Estragou, sim. – Confirmei.- Bárbara pode ter estragado de propósito, só pra ficar trancada comigo, se aproveitando do meu corpinho sarado. Ela é uma degenerada, com picos de agressividade.Encarei-o e ele avisou:- Se me bater de novo, vou levá-la pela escada... E aposto que não vai esquecer nunca mais o que vou fazer com você.- Vai mandar me prender de novo? Me botar para fora do meu próprio prédio?- Quer descobrir? - sorriu, com o canto dos lábios.- Boa noite, Casanova. – Saí do elevador, pegando Ben pelo braço.- Não vai me apresentar seu amigo? – ele saiu atrás de Ben.- Sou Ben. O melhor amigo dela. – Ben parou, dando-lhe a mão estendida.Heitor pegou a mão de Ben e a beijou:- É um prazer, Ben.Desgraçado... Tentando conquistar meu amigo.-
Eu ri:- Não temos um relacionamento.- “Ainda” não.- Ben já tomou a atenção de Casanova toda para ele. Já está até chamando-o de Thor.Salma começou a rir:- Vai lá, amiga. Não os deixe sozinhos. Heitor Casanova está aqui por você. Não finja que não está entendendo isso.Balancei a cabeça, confusa:- Ok... Vou lá. Mas ainda acho que você deveria aparecer... Já que é funcionária dele. Não teria motivo para se esconder. Mas não vou obrigá-la. Se precisar de algo, só chamar.Fui até meu quarto e tirei a roupa apertada que tinha passado o dia no meu corpo. Um jeans e uma camiseta me deixaram mais à vontade. Eu estava na minha casa... Não fazia sentido fingir para ele que eu era outra pessoa.Assim que cheguei na sala, Ben estava servindo o café para ele:- Babi, achei que você apareceria de pijama. – brincou.- Não... Ela alega que não somos íntimos. – Heitor riu.- E não somos mesmo. – sentei na poltrona, com as pernas para cima, enquanto pegava o café.- Você precisa de colherinha, am
Ok, eu senti pena dele. Era visível que tinha o acertado de jeito. Ele permaneceu na mesma posição e eu agachei, olhando no rosto dele:- Me desculpe. Por favor...Ele me agarrou, beijando-me e acabou caindo por cima de mim no chão. Caralho, diz não, finge que não quer a boca gostosa dele na sua, a língua agora não mais tão calma e sim exigente... A mão passando pela lateral do seu corpo, entrando pela calça, chegando até a calcinha com facilidade... Seus dedos sentindo a intimidade encharcada, ansiosa por ele...Não, eu não queria parar com aquilo. Quando percebi, estava tentando abrir a calça dele. Sim, eu, uma quase virgem, tentando tocar um homem que eu havia acabado de dar uma joelhada.- Você é completamente louca, Bárbara. – Ele mordeu o lóbulo da minha orelha. – Quero você... Muito.Abri as pernas e ele começou a se esfregar em mim. Eu já sentia seu membro endurecido sob o tecido das roupas que nos separavam. As mãos de Heitor levantaram meus braços e as mãos foram imobilizad
Desci as escadas tão rápido que cheguei no carro ofegante. Abri a porta e sentei no banco de trás.- Para casa, senhor? – Anon perguntou, me olhando pelo retrovisor.Respirei fundo, repetidas vezes, tentando recuperar o ar:- Casa... Minha casa. – falei, me recostando no banco.Virei o rosto e vi, mesmo com a pouca iluminação, a pichação do “louca desclassificada” na fachada do prédio dela.Louca, sim... Desclassificada, sei lá o que diabos isso significava, mas era ruim... Então ela não era.Fechei meus olhos. Foi um dia cansativo, mesmo ao lado dela. Aquela mulher me sugava todas as energias. Como os amigos conseguiam ficar ao lado dela tanto tempo? Ela era como um furacão, destruindo tudo por onde passava.Tentei botar meus pensamentos em ordem, mas não conseguia tirar aqueles olhos azuis da minha cabeça... Nem a boca, que beijava bem para caralho.Peguei meu telefone, para distrair-me e tirar os pensamentos que voltavam para aquela “desclassificada”.Tinha dez ligações de Cindy e
Me virei na cama, ainda sonolento e abri os olhos. Bárbara me encarou. Pisquei repetidas vezes e ela sorriu:- Sou eu mesma, “tarado desclassificado”.- Será que que eu bebi demais ontem? Não lembro de você ter vindo parar na minha casa.- Claro que não vim com você. Eu pedi para Anon me buscar depois que você saiu. Queria fazer uma surpresa. – Ela sorriu e passou os dedos levemente pelo meu peito, fazendo eu me arrepiar.Olhei para meus braços, confuso e confessei:- Eu... Nunca fiquei assim com uma mulher.Ela sentou e vi seus seios nus. Eram tão perfeitos, pequenos, durinhos e as aréolas claras, não contrastando tanto com sua pele delicada.- O que exatamente eu perdi?- Não lembra de nada? – ela ficou séria. – É isso que significo para você?- Não... Eu...- Fizemos sexo no banheiro... Três vezes. Não lembra de mim ajoelhada, chupando você até gozar? – ela abriu levemente a boca e passou a língua nos lábios.- Bárbara, você vai me destruir... De todas as maneiras. Eu acho que poss