Ele sorrir, com aquela confiança despretensiosa, e puxa a cadeira para mim. Assim que me sento, ele avalia o ambiente ao redor com um olhar curioso, e então solta, sem cerimônias:
— Confesso que me surpreendi com a simplicidade do lugar que você escolheu. Achei que seria algo mais... sofisticado. Eu o olho, intrigada, e dou um sorriso irônico. — Por quê? Não tenho cara de quem gosta de coisas simples? Ele retribui o sorriso, mas seus olhos brilham com aquela provocação que ele adora fazer. — Mulheres nunca são simples — ele responde, jogando a linha de volta para mim. Levanto a sobrancelha e devolvo rapidamente: — Então você conheceu as mulheres erradas. Ele ri, e a tensão que estava no ar se dissolve, dando lugar a uma conversa leve e descontraída. A troca de provocações é natural, sem esforço, como se estivéssemos jogando uma partida em que ninguém quer realmente vencer, mas ambos estão aproveitando o desafio. A conversa continua fluindo, misturando risos e olhares que, sem que eu perceba, começam a ganhar uma atração palpável. Estamos tão imersos na brincadeira que quase não noto o chefe de cozinha, Meu pai se aproximar, Ele é um homem robusto com olhos brilhantes e um sorriso acolhedor. — E então, o que estão achando dos pratos? — ele pergunta, claramente confortável, como se estivesse falando com velhos amigos. — Excelente, como sempre — digo em tom zombeteiro, sem esconder o sorriso. Bernardo me observa com uma expressão curiosa. Ele parece notar a intimidade da minha resposta e o modo como o chefe me olha. Antes que ele possa perguntar, o chefe dá um leve tapa no meu ombro e solta: — Essa é minha filha, então... intimidade de casa, né? Bernardo ri, claramente surpreso. — Ah, então por isso toda a familiaridade. — Ele olha para mim, divertido. — Então, você sempre traz seus encontros aqui? Antes que eu pudesse responder, meu pai me corta, com um brilho de diversão nos olhos: — Sinta-se privilegiado, rapaz. Não é todo marmanjo que tem o prazer de estar ao lado dessa "franginha". Bernardo me olha, confuso, franzindo a testa. — Franginha? Eu reviro os olhos e solto uma risada leve, mas meu pai, claro, aproveita a deixa. — É o apelido dela. Essa menina nunca gostou de deixar o cabelo crescer muito, e sempre mantinha essa franjinha curta, então ficou franginha desde pequena. Sinto meu rosto corar levemente, mas é impossível não rir da situação. — Pai... sério? — digo, fingindo indignação. Bernardo sorri de um jeito que faz meu estômago revirar. — Franginha, hein? Acho que estou descobrindo várias camadas de mistério aqui. Um dos funcionários chama a atenção do meu pai com um aceno de mão, ele então nos olha com aquele mesmo sorriso empático. — Bom o trabalho me chama.. juízo minha franjinha. — Disse bagunçando meus cabelos. — Pai!! Berrando me olhava com um sorriso perfeito, satisfeito. Ele levou a taça aos lábios bebendo o restante do seu filho, secou brevemente os lábios com sua língua e me olhou de forma admiradora. — Você sempre teve razão. — Disse. Intrigada pressionei levemente os olhos e ele prosseguiu dizendo: — Ela te deixa muito bonita.. sua franja, chega a ser seu charme único. Abrir um sorriso satisfeito e bebi o restante do meu vinho olhando em seus olhos. .... A noite continua entre risos e provocações. Cada resposta dele é uma mistura de charme e diversão, e o ambiente leve, quase familiar, só contribui para que a atração entre nós cresça de maneira natural, sem pressa. Aos poucos, percebo que esse jantar é mais do que eu esperava e talvez Bernardo seja também. Depois de uma noite cheia de conversas leves, provocações e descobertas divertidas, o jantar chega ao fim. Enquanto a conta chega à mesa, levanto a mão instintivamente para pegar minha carteira, mas Bernardo é mais rápido. — De jeito nenhum — ele diz com um sorriso, puxando sua carteira. — Hoje é por minha conta. — Tem certeza? — insisto, meio que já sabendo a resposta. — Absoluta. — Ele paga a conta sozinho, sem dar espaço para discussão. Saímos do restaurante, e o ar frio da noite nos envolve. O clima entre nós muda ligeiramente, aquela sensação meio estranha de despedida, onde nenhuma das partes realmente quer ir embora. — Bom… é isso, então — digo, enquanto cruzo os braços, sentindo o vento gelado. Bernardo me olha com aquele sorriso provocador, algo no jeito como ele me observa faz o ar ao redor parecer ainda mais carregado de tensão leve. — Tem certeza que não quer minha massagem? Garanto que vai se arrepender se rejeitar. Eu rio, balançando a cabeça, tentando manter o controle da situação. — Não sou dessas... de ficar juntos na primeira noite, sabe? Ele levanta uma sobrancelha, claramente se divertindo. — E quem disse isso? Apesar da brincadeira, há algo genuíno em seu olhar, como se ele estivesse mesmo interessado em saber mais. Eu suspiro, ainda relutante, mas me permito aceitar. — Ok, vamos caminhar um pouco, então. Andamos pela calçada, as luzes dos postes iluminando o caminho à nossa frente, enquanto o vento frio faz meu casaco parecer mais fino do que realmente é. Bernardo continua me observando de um jeito que eu não consigo entender. É intenso, mas também suave, como se estivesse estudando cada detalhe sem pressa. — Você me olha de um jeito... — solto sem pensar, meio que tentando descobrir o que ele está pensando. Ele sorri, aquele sorriso que já se tornou familiar para mim. — De que jeito? Eu rio, mas não sei bem como responder. Apenas balanço a cabeça, bagunçando levemente minha franja para desviar o foco da conversa. Ele solta uma risada baixa, claramente achando graça da situação. — Passamos a noite juntos e você sequer ousou me dizer seu nome... — ele disse, esperando arrancar alguma verdade de mim. Bernardo dá dois passos à frente, parando bem na minha frente, fazendo com que eu também pare. Seu sorriso cresce e seus olhos brilham com diversão. — E o que eu devo fazer para descobrir seu nome? — ele pergunta, provocador. — Ísis... — digo baixinho, como se isso fosse uma resposta suficiente. Ele sorri abertamente, como se saboreasse cada sílaba do meu nome, e sua mão vai até meu rosto, deslizando suavemente, acariciando minha pele de um jeito que faz meu coração disparar. — Ísis — ele repete, quase como se experimentasse o som do meu nome. Por um momento, o ar parece ficar mais denso ao nosso redor. Ele inclina a cabeça levemente e pergunta: — Posso te levar até em casa "Isis"? Sua voz rouca pronúncia meu nome com prazer. Sinto um pequeno conflito se formar dentro de mim. O jeito como ele me olha, a conexão que surgiu entre nós… há algo que me faz querer dizer sim, mas uma parte de mim ainda hesita, cautelosa. Olho para ele e, por um segundo, fico em silêncio, tentando entender meus próprios sentimentos antes de decidir o que fazer. ....Olho para ele, e meu coração bate mais rápido. Uma pequena batalha acontece dentro de mim, mas, no fim, decido ceder. Talvez seja a leveza da noite, ou o jeito como ele me olha com aquela mistura de charme e mistério. Talvez eu só esteja cansada de me conter tanto.— Tudo bem, você pode me levar em casa — digo, com um pequeno sorriso.Ele sorri de volta, claramente satisfeito com a minha resposta. Caminhamos juntos até o carro, o silêncio confortável se instalando novamente. O caminho para casa parece passar num piscar de olhos, e quando ele estaciona em frente ao meu prédio, a tensão suave da noite volta a pairar no ar.Descemos do carro, e ele me acompanha até a porta. Por um segundo, ficamos parados ali, como se nenhum de nós soubesse exatamente como encerrar a noite. A atmosfera está carregada, e sinto o calor dele se aproximar, mesmo com o ar frio da noite ao nosso redor.— Bom... obrigada por hoje — digo, mas minha voz soa mais suave do que eu pretendia.Bernardo dá um passo à f
Na manhã seguinte ao nosso encontro, acordei com o sol invadindo o quarto pelas frestas da cortina. Espreguicei-me devagar, tentando prolongar aquela sensação de leveza que o encontro com Bernardo tinha deixado. Ele tinha algo... misterioso. O jeito como ele me olhava, como se estivesse sempre um passo à frente, me deixava intrigada. Peguei o celular, meio distraída, e abri as mensagens. O coração deu um salto rápido de expectativa, mas logo voltou ao ritmo normal. Não tinha nenhuma mensagem dele. Fiquei olhando para a tela, como se o simples ato de encarar o celular pudesse fazer uma mensagem aparecer do nada. Mas nada. Suspirei, sentindo aquela pontada de frustração. Por que ele não mandou nada? O encontro tinha sido ótimo, pelo menos pra mim. Eu estava esperando, sei lá, um "bom dia", ou um comentário sobre a conversa que tivemos. Qualquer coisa. Mas nada veio. Sacudi a cabeça, tentando espantar esse pensamento. “Eu não vou mandar mensagem. Se ele quiser falar, ele que me procur
Passei o resto do dia pensando no que vestir, no que dizer, e, mesmo tentando manter a calma, me peguei imaginando o que ele teria planejado. Por que, sim, Bernardo era o tipo de cara que planejava coisas. Ele me intrigava e, ao mesmo tempo, me puxava para uma realidade que eu não sabia se conseguia acompanhar.Quando a noite finalmente chegou, ele foi pontual. Abri a porta e lá estava ele, com aquele sorriso confiante e o olhar que sempre parecia saber algo que eu não sabia. Não me deu muitas explicações sobre o que íamos fazer, o que só aumentava minha curiosidade.Quando recebi a mensagem dele, eu sabia que queria estar à altura. Escolhi um vestido vermelho que estava guardado para uma ocasião especial, sem pensar muito. Ele tinha um caimento perfeito, abraçava meu corpo de um jeito que me fazia sentir confiante e elegante. O detalhe mais ousado era a fenda na coxa, que deixava um toque de sensualidade, sem ser exagerado. Era um daqueles vestidos que faz você se sentir poderosa.A
APRESENTAÇÃO DE PERSONAGENS PRINCIPAIS. "ISIS"...Olá, sou Ísis, e se eu tivesse que me descrever, diria que sou uma mulher apaixonada por detalhes. Tudo que faço tem que ter um toque especial, seja no meu trabalho organizando casamentos ou na minha vida pessoal. Não sou de me prender em rótulos, mas confesso que sou perfeccionista. Gosto de tudo no lugar certo, da harmonia dos espaços, e acredito que cada pequena escolha faz uma grande diferença no final.No fundo, sou alguém que carrega o desejo de deixar as coisas mais bonitas do que as encontrei. E não estou falando só de decorações. Acredito em transformar situações e trazer uma sensação de acolhimento por onde passo. Talvez por isso eu tenha me jogado tanto no trabalho. Mas também tenho meus momentos de diversão, onde permito que a espontaneidade tome conta. Na verdade, às vezes sou um furacão de ideias e sentimentos, e, mesmo com uma rotina louca, eu adoro o que faço. Minha vida é um equilíbrio entre responsabilidade e esse
....Era para ser um dia de folga. Um raro momento em que eu finalmente teria tempo para organizar meu pequeno apartamento, resolver pendências e, claro, lavar aquela montanha de roupas que se acumulava há semanas. Mas, como de costume, os planos nunca saíam como esperado. No momento em que coloquei os pés na lavanderia, meu telefone tocou — de novo.— Sim, eu já falei que vou cuidar disso — disse, tentando manter a calma enquanto equilibrava a pilha de roupas sujas e o celular ao mesmo tempo.Era uma cliente insistente, que não aceitava "não" como resposta. O evento dela já estava praticamente resolvido, mas, ainda assim, ela fazia questão de ajustar cada detalhe, como se eu não soubesse o que estava fazendo. Entre acrobacias com as roupas, o telefone, e tentando não deixar nada cair, avancei até a máquina de lavar. O dia estava bagunçado e eu também.— Claro, vamos ajustar o cronograma... — continuei, tentando acalmar a cliente enquanto abria a máquina e começava a enfiar as roupas
Chego ao espaço onde o casamento será realizado, ansiosa para o segundo encontro com Amara.— Olá! — Digo com um sorriso aberto abraçando ela.— Como vai? Eu me atrasei? — Perguntou.— Claro que não, cheguei a pouco também.Ela parece mais relaxada hoje, disposta a me guiar detalhadamente pelos cantos do local, discutindo onde quer cada arranjo e peça de decoração. O sol brilha através das grandes janelas, lançando um brilho natural sobre os planos que ela descreve com uma precisão quase poética.Não seria indelicada de perguntar o que a fez mudar de opinião, mas confesso que fiquei curiosa.Quando finalizamos o tour, Amara me surpreende com um convite.— Ísis, sei que é um pouco incomum, mas… você gostaria de vir comigo para a prova do meu vestido de noiva? — ela pergunta, um pouco hesitante.Surpresa, mas lisonjeada, concordo imediatamente. É um momento íntimo, e sinto que isso pode nos aproximar, tornando o processo todo mais pessoal e talvez menos formal.— Eu adoraria, Amara. Ser
Assim que o celular vibra com a resposta dele, sinto uma mistura de curiosidade e empolgação. Abro a mensagem. MENSAGEM: Esperei sua mensagem por um tempo, então quer dizer que resolveu ter um tempo de qualidade?Abrir um sorriso ao ler a mensagem que logo acompanhou de outra, mais formal. Talvez se recompondo da sua intimidade precoce.—Boa noite, Que tal desvendar esse mistério sobre um jantar? Prometo que será interessante.Eu rio sozinha. O cara não perde tempo. É óbvio que ele tem um jeito de transformar algo tão simples em uma pequena aventura. Mas será que vale a pena? Bom, não custa brincar um pouco.— Adoro um bom desafio — começo a digitar, mas paro por um segundo. — Só que eu não sou alguém com muito tempo para viver grandes aventuras. Vida corrida, sabe?Mando a mensagem e, para minha surpresa, ele responde rápido.— Entendo, mas aprendi a aproveitar as oportunidades, mesmo que o tempo seja curto. Estou disposto a conhecer essa garota de tempo limitado.Eu reviro os olho