Chego ao espaço onde o casamento será realizado, ansiosa para o segundo encontro com Amara.
— Olá! — Digo com um sorriso aberto abraçando ela. — Como vai? Eu me atrasei? — Perguntou. — Claro que não, cheguei a pouco também. Ela parece mais relaxada hoje, disposta a me guiar detalhadamente pelos cantos do local, discutindo onde quer cada arranjo e peça de decoração. O sol brilha através das grandes janelas, lançando um brilho natural sobre os planos que ela descreve com uma precisão quase poética. Não seria indelicada de perguntar o que a fez mudar de opinião, mas confesso que fiquei curiosa. Quando finalizamos o tour, Amara me surpreende com um convite. — Ísis, sei que é um pouco incomum, mas… você gostaria de vir comigo para a prova do meu vestido de noiva? — ela pergunta, um pouco hesitante. Surpresa, mas lisonjeada, concordo imediatamente. É um momento íntimo, e sinto que isso pode nos aproximar, tornando o processo todo mais pessoal e talvez menos formal. — Eu adoraria, Amara. Será um prazer ajudá-la com isso também. Enquanto caminhamos em direção à saída, ela compartilha um pouco mais sobre sua vida pessoal. — Na verdade, não tenho muitos amigos — confessa, olhando para o chão por um instante antes de continuar. — Só tenho um melhor amigo, mas ele é homem e ainda por cima o noivo, então seria impossível levá-lo à prova do vestido. Sorrio, entendendo seu dilema. É nesse momento que ela menciona casualmente o nome de seu melhor amigo e noivo. — Lohan sempre foi meu apoio — diz ela, e algo em seu tom me faz perceber a profundidade de sua conexão com ele. O nome não me causa estranheza no momento. Com isso, minha desconfiança permanece adormecida, sem saber que estou cada vez mais envolvida na complexa teia de suas vidas entrelaçadas. ... No carro a caminho da loja de vestidos, o silêncio entre nós é confortável. Chegamos à boutique, um lugar elegante com vitrines que exibem vestidos deslumbrantes. Amara parece mais à vontade aqui, seus olhos brilham enquanto ela escolhe alguns modelos para experimentar. Enquanto ela se troca, meu celular vibra com uma notificação. Olho para o número anotado na minha mão novamente e penso no homem misterioso da lavanderia. A cor da tinta já se perdia, somente a marcação da caneta em minha pele ainda permanecia ali como um lembrete de que tinha algo pendente. Será que devo enviar aquela mensagem? Decido esperar um pouco mais, guardando o celular de volta na bolsa. Assim que chegamos na botique de noiva ela conversou com uma vendedora, a mulher pareceu conhecer bem ela como se não fosse sua primeira visita. — Vem Isis, o provador é por ali e ela já está me esperando pra tirar as medidas. — Disse, chamando minha atenção. sentei em uma poltrona e ela fez todas as medidas, acabou olhando vários vestidos e dei minha opinião sincera, em um momento ela entra no provador. fico agradando sua saída até que Amara retorna com um vestido de renda que parece feito sob medida para ela. Sua expressão é um misto de felicidade e nervosismo. — O que você acha, Ísis? — ela pergunta, me olhando através do reflexo no espelho. — Você está deslumbrante, Amara. É simplesmente perfeito para você. Ela sorri, e por um momento, toda a tensão sobre o casamento parece desaparecer. No caminho de volta, com o convite de Amara ressoando em minha mente, sinto que estou no limiar de algo novo e desconhecido. Mal posso esperar para descobrir o que o futuro reserva para nós duas, na intrigada dança dos preparativos de seu grande dia. ... Ao voltar para casa, sinto um misto de alegria e exaustão. A experiência de hoje com Amara foi surpreendentemente agradável e me deu uma nova perspectiva sobre ela. A gentileza que ela mostrou ao me convidar para um momento tão pessoal quanto a prova de seu vestido de noiva adicionou uma camada de profundidade à nossa relação profissional que eu não esperava. Chego ao meu apartamento, penduro as chaves e deslizo para o sofá, deixando os sapatos de lado. O crepúsculo j**a uma luz suave pela janela, pintando o ambiente com tons de ouro e laranja. Em meio à calma do meu pequeno refúgio, meu pensamento vagueia de volta ao número ainda gravado na palma da minha mão. Já não havia coloração alguma, e o número se apagado. O homem da lavanderia, um completo mistério. Seu gesto de me dar seu número foi inesperado e intrigante. Agora, com o celular em mãos, hesito. Parte de mim deseja explorar o desconhecido, descobrir quem ele é, mas outra parte receia o que essa nova conexão poderia desencadear. Respiro fundo, a decisão pesando sobre mim. No fim, a curiosidade prevalece. Abro o aplicativo de mensagens, digito o número e começo a escrever uma mensagem simples. "Oi, aqui é a Ísis da lavanderia." Após alguns segundos de hesitação, pressiono 'enviar'. Está feito. Não há como voltar atrás agora. Coloco o celular de lado e me recosto, fechando os olhos por um momento. Qualquer que seja a resposta ou a falta dela, sinto que estou prestes a embarcar em uma jornada que pode muito bem mudar o curso do meu dia-a-dia. A noite cai, e com ela, uma sensação de expectativa silenciosa se instala. Enquanto o silêncio preenche o espaço, penso em Amara e seu noivo, Lohan. A maneira como ela falou dele com tanto carinho me faz imaginar o tipo de relacionamento que eles devem ter. Será que algum dia terei algo assim? Alguém que será meu porto seguro como Lohan é para Amara? Com esses pensamentos flutuando em minha mente, decido que é hora de cuidar de mim mesma. Preparo uma xícara de chá e me permito sonhar acordada sobre possibilidades e futuros incertos, enquanto a cidade ao redor desacelera e a noite abraça meu pequeno mundo. Enquanto tomava aquele chá, com o celular na bancada e uma música de play list de vibe relaxante. Ele reduziu o som da música até o som da notificação ser mais alta que aquela melodia, meus olhos foram rapidamente para ele. Soltei a xícara ansiosa e o puxei o celular pra mim, olhando a notificação naquela tela e o nome renomeado de contato aparecer. "O misterioso homem da lavanderia", surgir na tela como uma mensagem. A prévia dizia: "Esperei sua mensagem por um bom tempo, então quer dizer que...." ....Assim que o celular vibra com a resposta dele, sinto uma mistura de curiosidade e empolgação. Abro a mensagem. MENSAGEM: Esperei sua mensagem por um tempo, então quer dizer que resolveu ter um tempo de qualidade?Abrir um sorriso ao ler a mensagem que logo acompanhou de outra, mais formal. Talvez se recompondo da sua intimidade precoce.—Boa noite, Que tal desvendar esse mistério sobre um jantar? Prometo que será interessante.Eu rio sozinha. O cara não perde tempo. É óbvio que ele tem um jeito de transformar algo tão simples em uma pequena aventura. Mas será que vale a pena? Bom, não custa brincar um pouco.— Adoro um bom desafio — começo a digitar, mas paro por um segundo. — Só que eu não sou alguém com muito tempo para viver grandes aventuras. Vida corrida, sabe?Mando a mensagem e, para minha surpresa, ele responde rápido.— Entendo, mas aprendi a aproveitar as oportunidades, mesmo que o tempo seja curto. Estou disposto a conhecer essa garota de tempo limitado.Eu reviro os olho
Ele sorrir, com aquela confiança despretensiosa, e puxa a cadeira para mim. Assim que me sento, ele avalia o ambiente ao redor com um olhar curioso, e então solta, sem cerimônias:— Confesso que me surpreendi com a simplicidade do lugar que você escolheu. Achei que seria algo mais... sofisticado.Eu o olho, intrigada, e dou um sorriso irônico.— Por quê? Não tenho cara de quem gosta de coisas simples?Ele retribui o sorriso, mas seus olhos brilham com aquela provocação que ele adora fazer.— Mulheres nunca são simples — ele responde, jogando a linha de volta para mim.Levanto a sobrancelha e devolvo rapidamente:— Então você conheceu as mulheres erradas.Ele ri, e a tensão que estava no ar se dissolve, dando lugar a uma conversa leve e descontraída. A troca de provocações é natural, sem esforço, como se estivéssemos jogando uma partida em que ninguém quer realmente vencer, mas ambos estão aproveitando o desafio.A conversa continua fluindo, misturando risos e olhares que, sem que eu p
Olho para ele, e meu coração bate mais rápido. Uma pequena batalha acontece dentro de mim, mas, no fim, decido ceder. Talvez seja a leveza da noite, ou o jeito como ele me olha com aquela mistura de charme e mistério. Talvez eu só esteja cansada de me conter tanto.— Tudo bem, você pode me levar em casa — digo, com um pequeno sorriso.Ele sorri de volta, claramente satisfeito com a minha resposta. Caminhamos juntos até o carro, o silêncio confortável se instalando novamente. O caminho para casa parece passar num piscar de olhos, e quando ele estaciona em frente ao meu prédio, a tensão suave da noite volta a pairar no ar.Descemos do carro, e ele me acompanha até a porta. Por um segundo, ficamos parados ali, como se nenhum de nós soubesse exatamente como encerrar a noite. A atmosfera está carregada, e sinto o calor dele se aproximar, mesmo com o ar frio da noite ao nosso redor.— Bom... obrigada por hoje — digo, mas minha voz soa mais suave do que eu pretendia.Bernardo dá um passo à f
Na manhã seguinte ao nosso encontro, acordei com o sol invadindo o quarto pelas frestas da cortina. Espreguicei-me devagar, tentando prolongar aquela sensação de leveza que o encontro com Bernardo tinha deixado. Ele tinha algo... misterioso. O jeito como ele me olhava, como se estivesse sempre um passo à frente, me deixava intrigada. Peguei o celular, meio distraída, e abri as mensagens. O coração deu um salto rápido de expectativa, mas logo voltou ao ritmo normal. Não tinha nenhuma mensagem dele. Fiquei olhando para a tela, como se o simples ato de encarar o celular pudesse fazer uma mensagem aparecer do nada. Mas nada. Suspirei, sentindo aquela pontada de frustração. Por que ele não mandou nada? O encontro tinha sido ótimo, pelo menos pra mim. Eu estava esperando, sei lá, um "bom dia", ou um comentário sobre a conversa que tivemos. Qualquer coisa. Mas nada veio. Sacudi a cabeça, tentando espantar esse pensamento. “Eu não vou mandar mensagem. Se ele quiser falar, ele que me procur
Passei o resto do dia pensando no que vestir, no que dizer, e, mesmo tentando manter a calma, me peguei imaginando o que ele teria planejado. Por que, sim, Bernardo era o tipo de cara que planejava coisas. Ele me intrigava e, ao mesmo tempo, me puxava para uma realidade que eu não sabia se conseguia acompanhar.Quando a noite finalmente chegou, ele foi pontual. Abri a porta e lá estava ele, com aquele sorriso confiante e o olhar que sempre parecia saber algo que eu não sabia. Não me deu muitas explicações sobre o que íamos fazer, o que só aumentava minha curiosidade.Quando recebi a mensagem dele, eu sabia que queria estar à altura. Escolhi um vestido vermelho que estava guardado para uma ocasião especial, sem pensar muito. Ele tinha um caimento perfeito, abraçava meu corpo de um jeito que me fazia sentir confiante e elegante. O detalhe mais ousado era a fenda na coxa, que deixava um toque de sensualidade, sem ser exagerado. Era um daqueles vestidos que faz você se sentir poderosa.A
APRESENTAÇÃO DE PERSONAGENS PRINCIPAIS. "ISIS"...Olá, sou Ísis, e se eu tivesse que me descrever, diria que sou uma mulher apaixonada por detalhes. Tudo que faço tem que ter um toque especial, seja no meu trabalho organizando casamentos ou na minha vida pessoal. Não sou de me prender em rótulos, mas confesso que sou perfeccionista. Gosto de tudo no lugar certo, da harmonia dos espaços, e acredito que cada pequena escolha faz uma grande diferença no final.No fundo, sou alguém que carrega o desejo de deixar as coisas mais bonitas do que as encontrei. E não estou falando só de decorações. Acredito em transformar situações e trazer uma sensação de acolhimento por onde passo. Talvez por isso eu tenha me jogado tanto no trabalho. Mas também tenho meus momentos de diversão, onde permito que a espontaneidade tome conta. Na verdade, às vezes sou um furacão de ideias e sentimentos, e, mesmo com uma rotina louca, eu adoro o que faço. Minha vida é um equilíbrio entre responsabilidade e esse
....Era para ser um dia de folga. Um raro momento em que eu finalmente teria tempo para organizar meu pequeno apartamento, resolver pendências e, claro, lavar aquela montanha de roupas que se acumulava há semanas. Mas, como de costume, os planos nunca saíam como esperado. No momento em que coloquei os pés na lavanderia, meu telefone tocou — de novo.— Sim, eu já falei que vou cuidar disso — disse, tentando manter a calma enquanto equilibrava a pilha de roupas sujas e o celular ao mesmo tempo.Era uma cliente insistente, que não aceitava "não" como resposta. O evento dela já estava praticamente resolvido, mas, ainda assim, ela fazia questão de ajustar cada detalhe, como se eu não soubesse o que estava fazendo. Entre acrobacias com as roupas, o telefone, e tentando não deixar nada cair, avancei até a máquina de lavar. O dia estava bagunçado e eu também.— Claro, vamos ajustar o cronograma... — continuei, tentando acalmar a cliente enquanto abria a máquina e começava a enfiar as roupas