Eu não sei pra onde ir, quem sou, quem quero ser. Sinto falta de carinho, de não precisar implorar por atenção da minha família que eu tanto sinto precisar. Sei que não fazem por mal. Ninguém faz por mal. No fim das contas o que dói é o não fazer. Eu não consigo enxergar a preocupação dos meus amigos enquanto eu despedaço. Eu queria abandonar essa vida e deixar pra todas as essas pessoas que eu amo a pergunta de onde estiveram quando eu mais precisei de amor.
Eu não entendo porque as coisas que são claramente tão importantes pra mim são insignificantes para aqueles que dizem gostar de mim. Será que, no fim das contas, a vida é mesmo todo esse esforço inútil e infinito? Será que eu na verdade não sou um hamster correndo numa rodinha aprisionada numa gaiola enquanto minha família ou quem quer que sejam me assistem correr atrás de uma miragem é só me esgotar? Porque tenho me esgotado.
Pareço invencível, inabalável, e posso ve
Então deixei pra um futuro mais distante, ou próximo, desconheço. O fato é que estou diariamente dando uma nova última chance pra vida, mas não quero descobrir no fim dela que viver foi isso até meus últimos dias.Todo mundo que eventualmente "tenta me levantar" também está se arrastando. Entre aspas porque o homem tende a ser curioso e politicamente correto querendo saber o porquê do choro do outro sem nem se importar. Malditos curiosos que enchem a boca de falsas esperanças pra manter um alguém vivo que quando esquecer é capaz de destruir com ódio ou até mesmo indiferença.Me sinto invisível, me sinto sozinha, me sinto desamparada. Ninguém me viu ou veio me consolar quando eu dormi de tanto chorar hoje a tarde. Fecharam a porta como todos os dias em que eu me isolo no quarto, como se o dia de hoje fosse qualquer dia, como se não tivesse nada errado em estar dessa forma.Não importa o quanto você está partido, sempr
O pior do que estou passando tem sido a sensação de estar me perdendo de mim. Me achando de certa forma, mas perdendo tudo o que já conheci de quem sou (ou fui, e gostei de ser). Não tenho sido aquela aluna, aquela amiga, aquela filha. Não tenho sido muito e tudo o que tem ocupado minha cabeça é essa vontade de não ser mais nada, se é que me entende.Quando dizem que o choro é uma fase, eles estão certos. Mas quando dizem que a alegria vale a pena, eles são uma farsa. A vida é feita, predominantemente, desses momentos mornos e dos insuportáveis. Ela é feita de falsas esperanças que não passam de ferramentas de sobrevivência. Ela é feita de dor.Eu sempre amei a dor pelas poesias que me rendia, pela intensidade das emoções, por toda essa sua capacidade de te tomar e te imobilizar e de te fazer vivê-la plenamente. E eu vivi a dor plenamente. E hoje tenho vivido fatalmente. Eu cruzo os dedos pra que tudo o que eu sinto seja apenas manipulação, fruto artificial dessa doença
Estive conversando com uma amiga sobre minha desesperança no meu futuro. Sempre fui uma garota extremamente capaz que chama atenção por sua versatilidade, inteligência, capacidade de liderança, influência. No fim das contas tenho me tornado apenas aquela garota que quer passar o intervalo na sala sozinha talvez comendo e dormindo o quanto conseguir.Eu vejo meus familiares decepcionados ao se deparar com meu futuro. Vejo eles tomados pelas lembranças e sensação de enganação e fracasso de ver aquela garota brilhante deixando-se vencer por um emprego monótono, um futuro desprezível, uma vida que é muito pouco, se até lá eu der chance a vida.Eu estou perdida e a verdade é que eu não sinto que compensa buscar uma saída, que exista algo que compense até porque uma única coisa não poderia compensar toda essa trajetória torturante e tortuosa.Se eu não consigo encontrar uma, imagine várias.Não tenho nada a declarar sobre hoje se não tenho nada a reclamar. Só a res
Tenho usado a maior parte do dos meus dias essa semana para ler e escrever poesias, algo que já me incomodava ter abandonado por causa dos relatos.Então acabei invertendo a situação e deixando de continuar escrevendo aqui e não me arrependendo.Acabei me colocando numa posição de reflexão a respeito da minha disposição em levar meus sonhos um passo adiante, envolvendo a possibilidade de publicar minhas poesias em um livro e dar a elas o mérito que merecem, como acredito.Encontrei livros que não tinha terminado de ler e não via a tempos, e isso foi a oportunidade de concluí-los e aproximar-me da leitura dos meus novos que chegaram a pouco tempo (relativo ao dia 33).O que aconteceu nesse meio tempo entre minhas melhores e piores férias foi o ápice da minha adolescência. Foram as experiências mais intensas e mais deliciosas que eu já vivi. Teve muita dor e conflito envolvido, mas eu nunca experimentei a vida co
É curioso como as minhas melhores experiências antecederam as piores. Mas faz sentido. Afinal, foram elas que despertaram todo o conflito familiar que me colocou nessa posição de defender quem sou e o que quero. Bater de frente com os ideais contrastantes aos seus é trabalhoso e, no meu caso, sofrido. Ou você abraça a luta pela vida ou se deixa abater e silenciar pela morte de quem você é.O dia de hoje foi exclusivo para colocar a vida no lugar. Não no sentido abstrato, dessa vez, mas no material. O que tirei de tudo isso foi um sentimento de vitória e realização delicioso, como se a vida tivesse gosto de ser vivida com cada coisa agora possível de se enxergar, encaixada de forma conveniente em seu devido lugar.Vale pautar a importância de um detalhe decisivo em tratamentos psicológicos, que é a vivência da sexualidade. Isso reflete minha vida, especialmente, pelo seu significado pessoal. É biológica e quimicamente saudá
Eu gosto de arrumar coisas, mas existem momentos específicos em que surge essa determinação e emergia de organização, e é nesses momentos que eu me concentro e consigo ser mais produtiva do que se passasse um mês faxinando.Foi uma atividade intensa e cansativa, me tomando de 21h às 4h da manhã e novamente das 13h às 17h30. Mas o melhor disso tudo foi que eu me diverti, estive entretida em fazê-lo, não o fiz por obrigação. Isso é algo decisivo para a produtividade de algo, visto que empurrar com a barriga nunca trás os melhores resultados. Também soluciona questões familiares, como a frustração que toma minha mãe quando a casa está desorganizada e nossa vida acaba se tornando também caótica. Minha mãe dá sua rotina para tentar colocar a casa em ordem, mas existem coisas mais importantes.Isso me lembra uma conversa com meu pai.Ele tem algumas conquistas na vida, mas eu insisto em lembrá-lo que no momento em que priorizamos determinada área da nossa vida, deixamos
A vida é essa busca por essa essência esse algo que nos move, nos dá a vontade de viver, nos interessa e nos dá sentido. Minha poesia, minha paz de espírito, minha autossuficiência (no sentido abstrato), meus sentimentos, essas coisas me têm mais do que a disposição de me dedicar e correr atrás de um emprego de sucesso é um salário de prestígio. Eu estou nisso que eu sou e no que preferi não ter. O que me distancia de mim mesma é algo que eu quero manter bem longe.No meio de todo esse movimento muitas vezes mal interpretado como depressivo e tóxico, existe uma forma de lidar com a dor: vivendo-a, lutando.Cada dia de uma vítima de depressão vem com o eventual convite da desistência, o "dar chance à morte". Todos dizem que esse não é o caminho, que não é essa a solução, mas quem disse que eu busco uma solução? Me pergunto se aqueles que dizem que eu vou melhorar realmente acreditam nisso. As pessoas falam tanto, eu sempre falei muito. Mas nunca odiei tanto viver a socied
Mas, ainda que convencida de que isso é agradável, eu ainda sofro com isso.Eu amava e ainda amo a garota que fui, a garota de quem tive que me libertar pra chegar até aqui. Mas o que tenho aqui que é uma conquista? Posso chamar minha experiência de progresso? Então por que ontem fui mais do que me sinto hoje? Tão capaz mas tão limitada.Eu era tão decidida quando mais nova. Hoje eu me vejo em tudo e não me encontro em nada. Sozinha, perdida, desesperançosa, com medo. As responsabilidades me rodeiam como abutres e eu só sei não saber.Deixar que tanto faz respondam meus interesses, aceitar o que vier, lidar com o que acontecer porque até mesmo a possibilidade de me relacionar com uma vivência de proporções tão decisivas e importantes é assustador. Quem colocou toda essa seriedade na minha puberdade? Quem determinou essas decisões de vida ou morte na minha juventude? E quem pode me dizer serem elas tão insanas, tão erradas, tão loucas?Loucura é levar a vida v