Estive conversando com uma amiga sobre minha desesperança no meu futuro. Sempre fui uma garota extremamente capaz que chama atenção por sua versatilidade, inteligência, capacidade de liderança, influência. No fim das contas tenho me tornado apenas aquela garota que quer passar o intervalo na sala sozinha talvez comendo e dormindo o quanto conseguir.
Eu vejo meus familiares decepcionados ao se deparar com meu futuro. Vejo eles tomados pelas lembranças e sensação de enganação e fracasso de ver aquela garota brilhante deixando-se vencer por um emprego monótono, um futuro desprezível, uma vida que é muito pouco, se até lá eu der chance a vida.
Eu estou perdida e a verdade é que eu não sinto que compensa buscar uma saída, que exista algo que compense até porque uma única coisa não poderia compensar toda essa trajetória torturante e tortuosa.
Se eu não consigo encontrar uma, imagine várias.
Não tenho nada a declarar sobre hoje se não tenho nada a reclamar. Só a res
Tenho usado a maior parte do dos meus dias essa semana para ler e escrever poesias, algo que já me incomodava ter abandonado por causa dos relatos.Então acabei invertendo a situação e deixando de continuar escrevendo aqui e não me arrependendo.Acabei me colocando numa posição de reflexão a respeito da minha disposição em levar meus sonhos um passo adiante, envolvendo a possibilidade de publicar minhas poesias em um livro e dar a elas o mérito que merecem, como acredito.Encontrei livros que não tinha terminado de ler e não via a tempos, e isso foi a oportunidade de concluí-los e aproximar-me da leitura dos meus novos que chegaram a pouco tempo (relativo ao dia 33).O que aconteceu nesse meio tempo entre minhas melhores e piores férias foi o ápice da minha adolescência. Foram as experiências mais intensas e mais deliciosas que eu já vivi. Teve muita dor e conflito envolvido, mas eu nunca experimentei a vida co
É curioso como as minhas melhores experiências antecederam as piores. Mas faz sentido. Afinal, foram elas que despertaram todo o conflito familiar que me colocou nessa posição de defender quem sou e o que quero. Bater de frente com os ideais contrastantes aos seus é trabalhoso e, no meu caso, sofrido. Ou você abraça a luta pela vida ou se deixa abater e silenciar pela morte de quem você é.O dia de hoje foi exclusivo para colocar a vida no lugar. Não no sentido abstrato, dessa vez, mas no material. O que tirei de tudo isso foi um sentimento de vitória e realização delicioso, como se a vida tivesse gosto de ser vivida com cada coisa agora possível de se enxergar, encaixada de forma conveniente em seu devido lugar.Vale pautar a importância de um detalhe decisivo em tratamentos psicológicos, que é a vivência da sexualidade. Isso reflete minha vida, especialmente, pelo seu significado pessoal. É biológica e quimicamente saudá
Eu gosto de arrumar coisas, mas existem momentos específicos em que surge essa determinação e emergia de organização, e é nesses momentos que eu me concentro e consigo ser mais produtiva do que se passasse um mês faxinando.Foi uma atividade intensa e cansativa, me tomando de 21h às 4h da manhã e novamente das 13h às 17h30. Mas o melhor disso tudo foi que eu me diverti, estive entretida em fazê-lo, não o fiz por obrigação. Isso é algo decisivo para a produtividade de algo, visto que empurrar com a barriga nunca trás os melhores resultados. Também soluciona questões familiares, como a frustração que toma minha mãe quando a casa está desorganizada e nossa vida acaba se tornando também caótica. Minha mãe dá sua rotina para tentar colocar a casa em ordem, mas existem coisas mais importantes.Isso me lembra uma conversa com meu pai.Ele tem algumas conquistas na vida, mas eu insisto em lembrá-lo que no momento em que priorizamos determinada área da nossa vida, deixamos
A vida é essa busca por essa essência esse algo que nos move, nos dá a vontade de viver, nos interessa e nos dá sentido. Minha poesia, minha paz de espírito, minha autossuficiência (no sentido abstrato), meus sentimentos, essas coisas me têm mais do que a disposição de me dedicar e correr atrás de um emprego de sucesso é um salário de prestígio. Eu estou nisso que eu sou e no que preferi não ter. O que me distancia de mim mesma é algo que eu quero manter bem longe.No meio de todo esse movimento muitas vezes mal interpretado como depressivo e tóxico, existe uma forma de lidar com a dor: vivendo-a, lutando.Cada dia de uma vítima de depressão vem com o eventual convite da desistência, o "dar chance à morte". Todos dizem que esse não é o caminho, que não é essa a solução, mas quem disse que eu busco uma solução? Me pergunto se aqueles que dizem que eu vou melhorar realmente acreditam nisso. As pessoas falam tanto, eu sempre falei muito. Mas nunca odiei tanto viver a socied
Mas, ainda que convencida de que isso é agradável, eu ainda sofro com isso.Eu amava e ainda amo a garota que fui, a garota de quem tive que me libertar pra chegar até aqui. Mas o que tenho aqui que é uma conquista? Posso chamar minha experiência de progresso? Então por que ontem fui mais do que me sinto hoje? Tão capaz mas tão limitada.Eu era tão decidida quando mais nova. Hoje eu me vejo em tudo e não me encontro em nada. Sozinha, perdida, desesperançosa, com medo. As responsabilidades me rodeiam como abutres e eu só sei não saber.Deixar que tanto faz respondam meus interesses, aceitar o que vier, lidar com o que acontecer porque até mesmo a possibilidade de me relacionar com uma vivência de proporções tão decisivas e importantes é assustador. Quem colocou toda essa seriedade na minha puberdade? Quem determinou essas decisões de vida ou morte na minha juventude? E quem pode me dizer serem elas tão insanas, tão erradas, tão loucas?Loucura é levar a vida v
Em dias como hoje, parece que me isolo do mundo em uma bolha de reflexão e incerteza que me deixa vulnerável e até com um pouco de medo de tomar alguma decisão precipitada.Em um momento de desabafo, uma das minhas poucas amigas me mandou calar a boca dizendo que eu não deixava ela falar.Bem, me desculpe por precisar falar. A gente se esforça pra não se fechar mas parece que o mundo se fecha pra gente. Se sentir sozinho, amigo, é inevitável.Eu me pergunto se talvez eu não tenha nascido para me relacionar com as pessoas. No final eu sempre acabo sendo cansativa pelas minhas tristezas, chamando atenção demais, sendo muito aberta e sufocante. Eu sempre me doei ao máximo. E cada uma das pessoas a quem eu confiei meu coração o partiram.Ainda assim as pessoas insistem em me dizer que é coincidência. Talvez não seja. Ouve-se dizer que as pessoas deprimidas são um pé no saco, um peso morto.Colhemos o que plantamos, faz parte da vida aprender que esperar é,
Mas eu sempre dei muito valor para amizades, e dói ter que desconstruir isso pelo meu próprio bem.Me sinto bem em me doar, mas é real o fato de que me machuca muito a verdade que é a busca pela reciprocidade. Na vida existem momentos em que vamos nos sentir sozinhos. A ansiedade tende a aumentar muito essa visão, fazendo com que você sinta ser um peso, um incômodo, fazendo com que enxergue sentimentos por parte dos outros que não existem. O pior é quando não é culpa da ansiedade nem da insegurança - a solidão é real.Hoje a cobrança se estendeu em forma de decepção. Às vezes não me sinto apta a manter relações interpessoais. Me sinto estúpida pelas coisas que me incomodam e/ou machucam e pela minha sensibilidade exacerbada. Tempestade num copo d'água não é uma expressão que eu ouço pouco, o que trás a reflexão entre se o mundo não está preparado para lidar com uma mente como a minha com tal singularidade ou se eu simplesmente vim estragada. Este último persiste na minha
Mas preciso admitir que se não fossem os sintomas físicos, eu não procuraria resolver minhas pendências. O corpo sempre sabe a forma mais eficiente de te mobilizar.É nesses dias que eu me sinto exigente, paranóica, mas vejo tudo mais claro.Consigo enxergar mais o que incomoda, e por mais que só queira voltar a não enxergar e usar como desculpa pra mim mesma a afirmativa de que é tudo exagero, que é coisa da minha cabeça, eu preciso me ouvir. É hora de sentar e conversar comigo mesma.Os outros tendem a não ser empáticos e compreensíveis com as dores do outro mas isso não justifica que você também seja rude com seus sentimentos. Dor não é algo que se meça com régua para dosar o desmerecimento. Não, nunca é certo diminuir a dor de ninguém, inclusive a sua.No fim das contas, se você não ligar pros seus tormentos, sinto muito, mas ninguém vai ligar. Não o suficiente. Pessoas vão dizer estar do seu lado mas elas