O tecido do vestido era confortável, da marca que ela sempre preferira."Mas... Por que ele teria roupas femininas em casa?"Dalila se sentiu ligeiramente descontente.Ela entrou no banheiro, disposta a se lavar, e, ao ver a etiqueta da roupa na lixeira, seu canto de boca se curvou levemente.Ele havia comprado especialmente para ela.Usando os produtos de higiene que Álvaro preparou, lavou o rosto e escovou os dentes. Após passar os dedos pelos cabelos, saiu do quarto.O som do exaustor ecoava pela cozinha, ocasionalmente acompanhado pelo choque entre a espátula e a panela.Desatenta, Dalila saiu sem calçar os sapatos e caminhou descalça até a cozinha, onde parou ao avistar Álvaro de costas, ocupado, vestindo calças sociais e uma camisa branca.— Álvaro?Ao ouvir a voz, Álvaro se virou:— Já acordou? Preparei seu prato favorito, está quase pronto.Dalila se apoiou no batente da porta, sorrindo:— Você também sabe cozinhar? Eu pensava que o Sr. Álvaro nunca tinha cozinhado.Álvaro sorr
Álvaro acariciou o topo da cabeça de Dalila:— Dalila, isso não é um sonho, é real. Eu já havia verificado isso ontem à noite. Tudo é verdade. O jantar está pronto, vamos comer, e depois te levo para conhecer meus pais.Ele se abaixou, pegou um chinelo que tinha caído e o colocou no pé de Dalila antes de ajudá-la a descer.Dalila lavou as mãos, e juntos arrumaram os pratos e serviram o arroz.O jantar deles era simples, Álvaro preparou dois pratos e uma sopa, todos do gosto de Dalila.— Então, você realmente tinha me notado há muito tempo e sabia que eu gostava de sorvete de morango. Naquele dia no café, você disse que Sabrina também gostava de sorvete de morango, mas você estava mentindo, não é? Eu perguntei para Sabrina, e ela disse que gosta de sorvete de baunilha.Os lábios finos de Álvaro se curvaram num sorriso suave:— Você é tão esperta, não é?Dalila ergueu o queixo, orgulhosa.— Vamos comer. — Álvaro passou a ela um prato. — Coma um pouco mais.Dalila gostava de comidas pican
De repente, os olhos de Dalila se arregalaram, e ela o encarou furiosamente: — Você está insinuando que eu pareço um macaco? Álvaro não conseguia parar de rir: — Claro que não. Eu estava apenas fazendo uma comparação. Você é tão bonita, tão gentil e elegante... Como eu poderia desprezar você? Ao ouvir a palavra "gentil", Dalila se lembrou de Marilda, com quem ele havia se encontrado antes. — Você ainda se lembra da Marilda? Álvaro franziu a testa: — Quem é essa? Acho que me lembro vagamente. — É a pessoa com quem você se encontrou da última vez! Aquela garota muito gentil. Você esqueceu?Álvaro teve um estalo de compreensão: — Ah, lembrei. Mas por que você está trazendo isso à tona de repente? — Álvaro, quero te perguntar de novo: você realmente gosta de mim? Tem certeza de que sou eu? E isso nunca vai mudar, certo? — Dalila desafivelou o cinto de segurança, se inclinou para frente e o abraçou firmemente pela cintura, perguntando com seriedade. Álvaro a envolveu e
Naquele momento, Dalila realmente desejou estar morta. Ainda não tinha sido oficialmente apresentada aos sogros, mas já havia sido flagrada em um momento íntimo com Álvaro. A tensão que havia se dissipado um pouco voltou a surgir, agora com muito mais constrangimento e vergonha. Ela nem ousava levantar a cabeça para olhar Rodrigo e Bianca. Com um ar ausente, foi conduzida por Álvaro para dentro da casa, onde Sabrina os recebeu primeiro: — Uau! Irmão! Dalila! Sabia que eram vocês! Dalila forçou um sorriso mais feio que choro: — Sabrina. Sabrina a abraçou: — O que foi? Por que essa cara de preocupação? Álvaro soltou a mão de Dalila e tossiu baixinho: — É que... Estávamos nos acariciando no carro e os pais viram. Assim que ele terminou de falar, Bianca e Rodrigo também entraram na casa. Um silêncio tomou conta do ambiente. Todos trocavam olhares constrangidos, sem saber o que fazer. Finalmente, Emerson tomou a iniciativa para quebrar o gelo: — Pai, mãe, eu
— Eu só estou repetindo o que minha mãe me disse. Quando Osvaldo foi à família Coronado para discutir o casamento, o processo era praticamente o mesmo. Naquela época, Osvaldo não era tão rico quanto agora. Rodrigo anotou cuidadosamente seus requisitos: — Certo, então vou me preparar amanhã de manhã e à tarde irei à sua casa para discutir o casamento. O assunto do casamento reacendeu uma discussão acalorada entre as pessoas à mesa. Quase no final do jantar, Abelardo, olhando para Rodrigo que estava sentado na cabeceira da mesa, de repente perguntou: — Sr. Rodrigo, se eu quiser vir aqui para discutir o casamento, quais são os procedimentos necessários na família Amorim? Essa pergunta provocou um silêncio na mesa. Todos os olhares se voltaram para Abelardo. Embora o grande assunto do casamento de Álvaro já estivesse praticamente resolvido, a questão de Nina ainda não estava. Bianca e Rodrigo não interferiram no futuro dela, mas ainda estavam preocupados. Eles conhe
Dalila inclinou a cabeça, pensativa, e a apoiou no ombro dele, ostentando um sorriso radiante nos lábios:— Claro, mas eu não costumo comer muitos lanches. Você quer algo?A mão de Álvaro, repousando em sua cintura, apertou ela suavemente enquanto ele a observava com adoração:— Eu não vou comer. Se você quiser, eu posso comprar para você. Dalila, na minha frente, você pode ser totalmente você mesma, pode fazer manha, pode brincar, não precisa viver tão cansada todos os dias, você até pode se desleixar, comer lanches, jogar, fazer qualquer coisa. Se lembre sempre de que, não importa o que faça, eu sempre estarei aqui para te apoiar. Sou o seu suporte eterno.O supermercado estava movimentado, com as vozes dos vendedores promovendo produtos ao redor.Parada no meio da multidão ruidosa, Dalila levantou os olhos para o homem bonito à sua frente, sentindo seu coração se preencher gradualmente com doçura.Ela estendeu a mão lentamente e, na frente de todos, abraçou sua cintura, colando seu
— Por que você estava rindo agora?Dalila respondeu:— Achei um pouco curioso. Desde que assumi o Grupo Carmo, sempre foi eu quem comprava coisas para os outros. Esta é a primeira vez que alguém paga por mim.Álvaro, carregando duas grandes sacolas, liberou uma mão para acariciar sua cabeça:— Fique tranquila, oportunidades como essa certamente se tornarão mais frequentes no futuro.— Certo! — Dalila assentiu energicamente.Após deixarem o supermercado, voltaram para casa.O apartamento de Álvaro, se deve dizer, tinha uma excelente iluminação e vista.Juntos, organizaram as compras do supermercado e, depois, com uma taça de vinho tinto, Dalila se apoiou na janela para observar a paisagem noturna.— É muito bonito aqui. — Apontou Dalila para a vista aos seus pés.Álvaro concordou:— De fato, comprei este lugar também por causa da vista noturna.Dalila sorriu levemente:— Quem diria, Sr. Álvaro? Você realmente sabe como aproveitar a vida.— Srta. Dalila, é recíproco. Suas roupas custam e
Dalila sentiu que poderia recordar aquela cena por toda a vida.Atrás dela, o abraço caloroso de Álvaro, e à sua frente, uma enorme janela de vidro com luzes de neon piscando do lado de fora, como se o mundo inteiro estivesse celebrando sua felicidade.No entanto, na realidade, apenas eles existiam um para o outro.Quando a alegria cessou, já passava da uma da manhã.Álvaro conduziu Dalila ao banheiro para que se limpassem, e só então retornaram ao quarto para descansar.Quanto à desordem na sala de estar, decidiram que a arrumariam na manhã seguinte.No apartamento de Emerson na Cidade do Sol, desde que chegaram em casa, Sabrina seguia Emerson como uma sombra.— Emerson, você ainda não me pagou a aposta que ganhei. Eu já lhe havia dito que a intuição dos homens não é confiável. Você não acreditou, agora acredita, né?Os lábios finos de Emerson se curvaram em um sorriso sutil, e a luz laranja iluminou seus ombros, o envolvendo em um brilho suave.Ele baixou o olhar para Sabrina, puxou